sábado, 14 de abril de 2007

TERRA PAN-AMAZÔNICA



Marcelo Piedrafita Iglesias


Altino,


Por meio do teu blog, gostaria de divulgar o Papo de Índio que, junto com o professor Oswaldo Sevá, da Unicamp, publicamos na edição do jornal Página 20 deste domingo.

O texto trata das estratégias da indústria do petróleo em outros países amazônicos (principalmente no Equador e Peru) e das mobilizações que os movimentos sociais locais e regionais têm realizado para enfrentar os impactos dessas atividades em seus territórios.

Procura ressaltar, também, um duplo comportamento da Petrobrás, no Brasil e nesses países. Aqui, a tão propagandeada "responsabilidade socioambiental"; lá fora, contando com o beneplácito dos governos e legislações locais, a atualização de práticas coloniais e das usuais estratégias das multinacionais, com uma recorrente atuação em áreas naturais protegidas e em territórios indígenas, inclusive de "isolados".

Por fim, discute as políticas do governo peruano e as atividades de várias empresas do petróleo e gás, dentre elas a Petrobrás, ao longo da fronteira Acre-Peru e de nossas bacias hidrográficas comuns.

Espero que o Papo de Índio possa servir de subsídio às discussões que organizações de diferentes regiões da Amazônia realizarão, de 17 a 20 de abril, em Rio Branco, no seminário que debaterá os 15 anos de existência e as perspectivas futuras do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).

Afinal, a prospecção e exploração de petróleo e gás no Acre e, de forma mais geral, a matriz energética e as grandes obras de infra-estrutura em curso e planejadas para a Amazônia devem também estar em pauta.


Marcelo Piedrafita Iglesias é antropólogo. Clique aqui para ler o Papo de Índio. A foto acima é da exploração petrolífera em Camisea, no Peru. Foi copiada do site Amazon Watch

3 comentários:

Anônimo disse...

Nada a ver com o artigo do Marcelo,é que li que um turista francês foi preso por transportar folhas de coca,não sei qual é gravidade disso, pois folhas de coca~não é droga, inclusive os moradores dos andes mascam para superar o frio e a altitude

Anônimo disse...

Diante do blablablá da exploração de petróleo e seus eventuais benefícios para a população, recomendo vivamente a leitura do livro de John Perkins, "Confissões de um Assassino Econômico" (São Paulo, Cultrix, 2005).

Os AEs [Assassinos Econômicos] são profissionais altamente remunerados cujo trabalho é lesar países e povos ao redor do mundo em golpes que se contam aos trilhões de dólares.

Pois bem, em determinado momento, lê-se no livro de Perkins o plano urdido para o Equador de exploração petrolífera de suas florestas tropicais, com a finalidade precípua de garantir a sustentação de uma elite político-financeira e amortizar dívidas, em detrimento dos milhões de cidadãos oficialmente classificados como perigosamente empobrecidos e a despeito de serem citados em prosa e verso como aqueles que seriam os maiores beneficiados com as concessões.

Cito: "A única maneira de o Equador pagar as suas obrigações com o exterior [dívida externa] é vender as suas florestas tropicais para as companhias petrolíferas. Na verdade, um dos motivos pelos quais os AEs fixaram-se em primeiro lugar no Equador foi porque se acreditou que o mar de petróleo submerso na região Amazônica rivalizava com os campos de petróleo do Oriente Médio. O império mundial exige o seu pagamento na forma de concessões de petróleo. Essas exigências tornaram-se especialmente insistentes depois do 11 de Setembro de 2001, quando Washington temeu que cessasssem os fornecimentos do Oriente Médio. (...) Os AEs tinham falhado no Iraque e na Venezuela [com a eleição de Hugo Chávez], mas foram bem-sucedidos no Equador; agora nós os exploraríamos para valer".

Resultados da exploração de petróleo no Equador: "Para cada 100 dólares de petróleo bruto extraído das florestas tropicais equatorianas, as companhias petrolíferas recebem 75 dólares. Dos 25 dólares restantes, 3/4 devem ir para pagar a dívida externa. A maior parte do restante cobre os gastos com o Exército e outras despesas governamentais - o que deixa cerca de 25 dólares para a saúde, a educação e programas de combate à pobreza. Assim, de cada 100 dólares do valor do petróleo extraído da Amazônia, menos que 3 dólares vão para as pessoas que mais precisam de dinheiro, cujas vidas foram negativamente afetadas pelas represas, pela perfuração dos poços, pelos oleodutos, e que estão morrendo por falta de alimento e água potável".

Bem, eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, ah, existem!

Anônimo disse...

Diante do blablablá da exploração de petróleo e seus eventuais benefícios para a população, recomendo vivamente a leitura do livro de John Perkins, "Confissões de um Assassino Econômico" (São Paulo, Cultrix, 2005).

Os AEs [Assassinos Econômicos] são profissionais altamente remunerados cujo trabalho é lesar países e povos ao redor do mundo em golpes que se contam aos trilhões de dólares.

Pois bem, em determinado momento, lê-se no livro de Perkins o plano urdido para o Equador de exploração petrolífera de suas florestas tropicais, com a finalidade precípua de garantir a sustentação de uma elite político-financeira e amortizar dívidas, em detrimento dos milhões de cidadãos oficialmente classificados como perigosamente empobrecidos e a despeito de serem citados em prosa e verso como aqueles que seriam os maiores beneficiados com as concessões.

Cito: "A única maneira de o Equador pagar as suas obrigações com o exterior [dívida externa] é vender as suas florestas tropicais para as companhias petrolíferas. Na verdade, um dos motivos pelos quais os AEs fixaram-se em primeiro lugar no Equador foi porque se acreditou que o mar de petróleo submerso na região Amazônica rivalizava com os campos de petróleo do Oriente Médio. O império mundial exige o seu pagamento na forma de concessões de petróleo. Essas exigências tornaram-se especialmente insistentes depois do 11 de Setembro de 2001, quando Washington temeu que cessasssem os fornecimentos do Oriente Médio. (...) Os AEs tinham falhado no Iraque e na Venezuela [com a eleição de Hugo Chávez], mas foram bem-sucedidos no Equador; agora nós os exploraríamos para valer".

Resultados da exploração de petróleo no Equador: "Para cada 100 dólares de petróleo bruto extraído das florestas tropicais equatorianas, as companhias petrolíferas recebem 75 dólares. Dos 25 dólares restantes, 3/4 devem ir para pagar a dívida externa. A maior parte do restante cobre os gastos com o Exército e outras despesas governamentais - o que deixa cerca de 25 dólares para a saúde, a educação e programas de combate à pobreza. Assim, de cada 100 dólares do valor do petróleo extraído da Amazônia, menos que 3 dólares vão para as pessoas que mais precisam de dinheiro, cujas vidas foram negativamente afetadas pelas represas, pela perfuração dos poços, pelos oleodutos, e que estão morrendo por falta de alimento e água potável".

Bem, eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, ah, existem!