segunda-feira, 16 de abril de 2007

PAINEL DA FOLHA

Na floresta. A proposta de a ANP iniciar estudos para prospectar gás e petróleo no Acre rachou o PT local. Os irmãos Viana (Tião, senador, e Jorge, ex-governador) são favoráveis. A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) é adversária ferrenha. Já o governador Binho Marques faltou a um debate sobre o tema.

Aqui para assinantes.

3 comentários:

Anônimo disse...

Prospecção + destruição sem nenhuma preocupação e isso que o uma minoria está pensado, eles sabem que será uma verdadeira catastrófica no meio da maior Amazônia como disse Chico (O pumão do mundo esta sendo ameaçado), só que agora são por pessoas que á anos atrás pensavam igual ao Chico Mendes.
Lembrei estava pensado como o Chico nada, tião nem conviveu com Chico tanto assim dever ser isso que ele pouco ser importa em debater mais profundamente com a população.
Quem defender ate agora como antes esta de parabéns Marina, Toinho Alves, Osmarino e tantos outros que já ser manifestaram contrario da prospecção to com esses ai.

Bom inicio de semana a todos, Altino.

Anônimo disse...

Sobre a prospecção de petróleo no Acre e outras cositas más...

Prezado Altino, peço gentilmente tua permissão para me expressar através do teu espaço, o qual vem se tornando o principal foro legítimo e democrático para se discutir questões relevantes à vida. Havia um mês que eu tinha escrito esse desabafo, quando fui assistir ao debate sobre “prospecção de petróleo e seus derivados”, realizado no dia 12 de abril no Teatro Plácido de Castro e creio que ele não caducou com o que vi, portanto deixe-me dividi-lo com teus leitores e colaboradores. Um abraço e força para levar adiante essa bonita luta que é a busca pela verdade.

Em se tratando de Tertúlias flácidas para adormecer vacum e... Bem, quando começamos uma discussão, por pequena que seja e falamos das mazelas do capitalismo selvagem/globalizado como contribuição para a degradação humana e ambiental; nossos interlocutores imediatamente nos acusam de xiitas, radicais e ultrapassados. Mas a pergunta é simples: Qual é o símbolo do capitalismo? (poderia ser a coca-cola...) A resposta também é simples: o automóvel. Pronto... Pra mim, fechou!
Uma equação de primeira ordem de uma só variável, mas com um efeito complexo e devastador para o planeta.

Um litro de gasolina utilizado em automóvel individual de passeio deveria custar, mesmo depois do petróleo acreano, um décimo do salário mínimo, hoje em torno de 35 Reais. Um automóvel de passeio, esses populares mesmos, deveria custar não menos de 200 mil Reais. Isso mesmo, duzentos mil Reais. Por quê? Responda-me.
Não vá me responder que assim os capitalistas teriam que extrair, cada vez mais, mais valia dos trabalhadores para terem, somente eles, seus carros! Pode ser, mas será que esses permitiriam? Chico Mendes não morreu!

O Brasil, continental, deveria a muito, priorizar o transporte coletivo: Ônibus decentes, metrôs, trens modernos e limpos; acessíveis, não somente privilégios das grandes capitais econômicas. As vias, mesmo as urbanas, deveriam ser dignas das pessoas. E se ter prazer em caminhar por elas de mãos dadas com pessoas que se amam; conduzi um filho pequeno, ou mesmo ir ao encontro da aurora. As estradas deveriam ser vias da vida e não da morte por atropelamento ou conduzirem somente um dos vilões do aquecimento global. Não sou contra o automóvel, sou a favor da vida digna.

Se há petróleo no Acre, ele é estratégico. Ou é para compor a matriz energética brasileira? Mas nós já não somos auto-suficientes? Ou é para dotar o Estado de uma atividade realmente econômica? Mas e a política florestal, não o era? O petróleo deveria ser somente utilizado para fins estritamente necessários, ou seja, onde não se pudesse ter substituto, seja para a química fina ou gerando energia para fins coletivos onde fosse imprescindível seu uso.

Os nossos nobres políticos gastariam melhor o dinheiro do contribuinte e seu precioso tempo, se tivessem trabalhando nesse sentido. Buscando a diminuição das emissões de dióxido de carbono (uma das substâncias responsáveis pelo efeito estufa e, por conseguinte o aquecimento global) na fonte, ou seja, na ganância crescente do mundo capitalista que somente enxerga o lucro fácil e imediato.

O George Bush, senhor da guerra, desceu de seu pedestal e veio também fazer sua prospecção no Brasil. Deseja outra fonte de combustível para manter o padrão de vida da América. Nós temos que aumentar nossa área plantada de cana-de-açúcar para abastecer o sonho americano. Não importa se criaremos um exército, outro, de bóias frias ou se iremos exportar a “ garapa concentrada” pra ser transformada na América Central e Caribe, com tecnologia dos brasileiros (gentilmente acordada com os americanos), onde predomina o capital americano e fica no quintal dos Estados Unidos. Ou se concentraremos mais terras e mais capital nas mãos dos “heróis usineiros”. Ou se aumentaremos as derrubadas das florestas, sejam essas primárias ou não, com a desculpa amarelada de que estamos “otimizando terras impróprias e desgastadas pelo mau uso”?!

Um barril de petróleo bruto custa mais ou menos 65 dólares. Sim! Poderemos ter riquezas sob nosso solo Argiloso, mas e as riquezas de cima?
Ah! Essa não tem preço.
Quanto custaria a beleza do som de um riacho serpenteando pela mata virgem? Quanto custaria a beleza do um sorriso de uma criança Nukini, Ashaninca, kixinawá e yawanawá?
Um revoar de borboletas multicores?
Um macaquinho tirando piolho de sua companheira no alto de uma árvore, próximo de uma casa de abelhas sem ferrão? Qual seria o seu valor?
Quanto se cobraria para observar trilha do Mirante que faz uma espécie de cânion, às margens do rio Moa, e sobe o Morro Queimado até uma pequena área descampada, com aproximadamente 472 metros de altitude, chamada de Mirante. A vista dali de cima é como um passeio ao Paraíso?

E o preço que se pagaria para ir da trilha do Igarapé Anil, que começa no rio Moa, segue pela mata e chega até o Igarapé; depois, seguindo por este caminho chega-se até a cachoeira Formosa, que é composta por 3 quedas seqüenciais de 6, 7 e 6 metros, intercaladas por patamares com extensão de 1, 2 e 30 metros de altura, respectivamente e chega-se a ela através da trilha do Igarapé Anil?

Ainda tem mais, Cânion do rio Moa que está localizado no pé da Serra da Jaquirana; a cachoeira da Pirapora, a cachoeira do Pedernal, Cachoeira do Ar Condicionado que possui cerca de 5 metros de queda?

E por fim, um buraco, aberto pela Petrobrás durante os trabalhos de prospecção de petróleo na área da serra, em 1930 que o tempo e a natureza o transformaram no Buraco, de onde, jorra água sulfurosa e de temperatura um pouco mais alta que a do rio Moa, compondo aquela paisagem exuberante, rebelde, indomável, mas dócil ao toque do olhar de quem a visita?

Quanto se pagaria para ter nos pulmões o oxigênio, gentilmente emanado desse ambiente ingênuo e solitário consigo mesmo?

Creio que dos mais ou menos 2500 pesquisadores (?) que estiveram no Parque Nacional da Serra do Divisor ou nas imediações nos últimos 20 anos, alguns poderiam ser convidados para esses “de(bates)” para dizer o que eles acham desse projeto.

Sou a favor da prospecção, cem por cento. Mas da Bioprospecção, pra se conhecer a real potencialidade de que emana da floresta e que essa seja, realmente, a fonte do desenvolvimento sustentável. Dos produtos naturais, das exudações saídas das árvores em forma de resinas, que são ricas em compostos químicos que poderão originar fármacos, essências para perfumes e compostos para indústria fina.


Sou a favor da bioprospecção dos óleos essenciais extraídos das espécies vegetais utilizados, cada dia mais intensamente, pelas grandes indústrias perfumistas do mundo. E que também servem para moléculas de partidas de componentes biologicamente ativos, utilizados no tratamento de várias doenças. Dos fungos, enzimas e outros microrganismos e que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da humanidade, sejam amazônidas ou não.
E que os lucros reais desse acesso à biodiversidade sejam justamente compartilhados, com as comunidades indígenas, com os seringueiros, lavradores, pescadores, mateiros, com os detentores dos conhecimentos tradicionais; sejam com os estados, municípios e o próprio Estado brasileiro, já que a biodiversidade, legalmente lhe pertence.

E largar dessa conversa fiada de que tais conhecimentos têm conceitos difusos, portanto se tornam difíceis de serem remunerados. Sou a favor da prospecção dos óleos fixos, extraídos das espécies de várias palmeiras, ricos em antioxidantes e várias espécies de metabólicos e que servem de alimentos a todos da região. E que uma vez prospeccionados, podem gerar energia para as comunidades, utilizando a produção de biodiesel em escala de uso local, sem derrubar uma única arvorezinha sequer, para se plantar quaisquer variedades para produção de óleos. Eles estão lá, há centenas de anos, esperando pra serem colhidos e se entregarem aos homens e serem bem aproveitados, basta que sejam bem manejados e transformados, para servirem ao bem coletivo.

Com o manejo das oleaginosas na floresta, uma comunidade indígena como, por exemplo, os yawanawás poderiam produzir mais de 300 mil litros de biodiesel por ano, sem que fosse necessário plantar ou derrubar uma única árvore. Combustível, esse, que cobriria todas suas necessidades e sobraria um excedente para se “trocar” por outras demandas suas. Numa micro usina estalada, até mesmo nas suas próprias terras. E desfrutariam dos royalties naturais como todos aqueles por mim anteriormente descritos nesse desabafo.

Não sou contra o desenvolvimento, embora ao se falar dessa palavra, devemos necessariamente saber o real sentido do que é desenvolvimento, principalmente para uma comunidade indígena, um seringueiro, um pescador nas cabeceiras do rio Moa ou mesmo um cidadão de uma pequena e pacata cidade. Alguém já ouviu a frase: “... não sei se caso ou se compro uma bicicleta...”? Será que precisamos fazer a pergunta: “... não sei se faço uma omelete ou crio uma galinha...”?



Fernando Sérgio Escocio Drummond Viana de Faria.

Anônimo disse...

Que mico Pedro! Novo Chico????? KKKK vc precisa ainda comer muito pirão de mandi para chegar... aos pés de quem foi Chico. Enquanto isso... vai tomar daime.