segunda-feira, 9 de abril de 2007

ENERGIA

A nova era do petróleo estatal

Por que avança, em todo o mundo, uma onda de nacionalização das jazidas de óleo e gás. Como os Estados enfrentam as transnacionais, que agora controlam apenas 9% das reservas mundiais. Qual a estratégia das corporações para recuperar terreno


Jean-Pierre Séréni

Em 4 de dezembro de 2006, a Petrochina, primeira companhia de petróleo chinesa, com ações negociadas em Hong Kong e Wall Street, passou a Shell, tornando-se o sexto maior capital em bolsa do mundo. No entanto, ela é apenas uma filial da empresa estatal China National Petroleum Corporation (CNPC). Duas outras empresas chinesas rivalizam com ela, a China Petroleum & Chemical Corporation (Sinopec) e a Chinese National Off-Shore Company (Cnooc). Em 1999, essas companhias operavam na Venezuela, Sudão, Azerbaijão, Cazaquistão, Birmânia e Indonésia. Hoje, agem em cerca de quarenta países.

Durante os três últimos anos, a maior parte da demanda extra por hidrocarbonetos veio da China e da Índia, que agora tentam coordenar sua expansão no exterior. Esse é um dos sinais das reviravoltas em curso no mercado mundial de petróleo, que excitam os especuladores, deprimem os motoristas e enlouquecem os consumidores nos quatro cantos do mundo.

Em todo o mundo, atores definidos operam na exploração e produção, partilhando as reservas mundiais de óleo e gás entre si. Com a alteração na relação de forças entre as dominantes de outrora, as "sete irmãs" [1] principalmente anglo-saxãs , que hoje são cinco (Exxon, Shell, BP, Total e Chevron) controlam apenas 9% das jazidas. Os novos titãs do óleo são as companhias nacionais de petróleo dos países- membros da OPEP. Dez delas dispõem da maior parte das reservas (53%), detendo um poder nada desprezível. Outras companhias nacionais exploram outros 16% das reservas, em Estados como a China, Índia, Brasil e Malásia, onde a demanda estoura no ritmo alucinante do crescimento econômico da maioria desses países.

Há, também, os independentes. Em geral, empresas privadas, freqüentemente ocidentais, de porte mais modesto que as empresas estatais, mas que reinam sobre um quinto das reservas mundiais de hidrocarbonetos.

O artigo completo de Jean-Pierre Séréni está na edição brasileira de Le Monde Diplomatique.

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