segunda-feira, 9 de abril de 2007

ALTERNATIVAS

Como evitar a catástrofe climática

Falta incluir, no debate sobre o aquecimento da Terra, um dado essencial. As energias limpas já são uma alternativa viável. A humanidade só permanece refém dos combustíveis fósseis e nucleares porque a mudança de paradigma ameaça os interesses de mega-corporações

Hermann Scheer

No que diz respeito às fontes mundial de energia, há boas e más notícias. As más? O petróleo acabará. As boas? O petróleo acabará. E não somente ele: cedo ou tarde, todas as energias fósseis terão o mesmo destino — até mesmo o urânio que alimenta as centrais nucleares.

Disponível na forma liquida, fácil de utilizar, o petróleo tornou-se a energia mais comum, "o ouro negro" do século 20. Mas sempre foi evidente que se esgotaria um dia. Como ninguém sabia exatamente quando, o problema foi deixado de lado. O clima alarmista que reina entre os chefes de Estado mostra que administravam a questão no dia-a-dia, enquanto crescia a dependência a esse recurso em declínio.

Na verdade, a questão de saber quanto tempo ainda irão durar as reservas não está entre as primeiras preocupações, porque, antes que se esgotem os recursos disponíveis, o mundo "civilizado" terá atingido um nível insuportável de destruição ambiental. Se acreditarmos nos resultados das pesquisas do Grupo Intergovernamental sobre a evolução do clima (GIEC) [1], seria necessário reduzir ao menos 60% das emissões de gás responsável pelo aquecimento da atmosfera terrestre até o ano 2050, para evitar um enorme colapso econômico e ecológico.

A segunda questão diz respeito às conseqüências do aumento dos preços da energia, tanto para a economia mundial como para as economias nacionais. Esta alta contínua é provocada por diversos fatores. A era do petróleo fácil de extrair (petróleo convencional) está encerrada, o que explica a busca de energias fósseis não convencionais. Mas elas são insuficientes para satisfazer ao aumento do consumo de combustíveis, provocado pelo desenvolvimento de países como a China e pela multiplicação de deslocamentos no planeta. E o custo da infra-estrutura necessária para extração eleva-se cada vez mais, à medida em que se torna necessário explorar os últimos recursos existentes.

O artigo completo de Hermann Scheer está na edição brasileira de Le Monde Diplomatique.

Nenhum comentário: