terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

EXEMPLO DE RORAIMA

A notícia abaixo, do Jornal da Ciência, dando conta que a Universidade Federal de Roraima realiza seleção específica de indígenas para vagas em cursos de graduação, bem que poderia servir de exemplo para a Universidade Federal do Acre (Ufac), onde, segundo a imprensa noticiou na semana passada, nenhum indígena foi aprovado no vestibular.

Aliás, em vez de ter criado uma extensão de seu campus em Cruzeiro do Sul, ao qual apelidou de Universidade da Floresta, a Ufac poderia já ter demonstrado com mais veemência que está realmente disposta a contribuir com o nosso desenvolvimento social.

Poderia ter oferecido vagas no curso de medicina, por exemplo, para agentes de saúde indígena que se disponham a prestar atendimento em suas comunidades.

O governador Binho Marques disse hoje que saúde é um setor que impõe desafios permanentes na Amazônia. A precariedade da saúde pública nas cidades a maioria conhece, mas, na floresta, sobretudo nas aldeias indígenas, a situação é bem mais dramática.

Eis a boa notícia:

São ofertadas cinco vagas para Ciências Econômicas, quatro para Ciências Sociais e duas vagas para Medicina. A entrada específica nestes cursos foi aprovada no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) quase por unanimidade, havendo apenas um voto contra e uma abstenção.

Segundo a Pró-Reitora de Graduação Ednalva Dantas, a medida não constitui sistema de cotas porque foram discutidos critérios para a seleção pela Comissão de Graduação, Comissão Permanente do Vestibular, Núcleo Insikiran e representantes dos três cursos.

"É importante ressaltar que as onze vagas extras não interferem e não reduzem as vagas regulares oferecidas através do vestibular", diz o reitor Roberto Ramos.

A Universidade Federal de Roraima já oferece desde 2003 o curso de Licenciatura Intercultural para professores indígenas, o primeiro de instituição federal de ensino superior. Atualmente 179 professores têm formação específica para lecionar nas comunidades indígenas.

As inscrições do processo seletivo são feitas de 7 a 9 de fevereiro nas Organizações Indígenas de Roraima: Associação dos Povos Indígenas (APIRR), Conselho Indígena (CIR), Organização das Mulheres Indígenas (OMIR) e Organização dos Professores Indígenas (OPIR).

No ato da inscrição, o candidato deve entregar ficha-requerimento fornecida pela CPV/UFRR ou carta de intenção indicando o curso ao qual deseja concorrer com o motivo de participar da seleção, documento de comprovação de conclusão do ensino médio e histórico escolar, registro administrativo indígena expedido pela Funai, carta de indicação da comunidade indígena e carta de compromisso com esta comunidade após sua formatura, laudo médico que informe o candidato como portador de necessidades especiais e documento de identidade.

Mais informações sobre o processo seletivo através da Comissão Permanente do Vestibular pelo fone (95) 3621-3135.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito boa a idéia de vagas para formandos que atuarão em suas comunidades. No caso dos índios, tudo a ver com o Acre e com a Região Norte. Excelente matéria, de interesse direto para as comunidades amazônicas.
Caro Altino, por gentileza, peço que envie seu e-mail para o meu, pois quero pedir sua ajuda na divulgação do meu livro. Grato.
José Augusto Fontes
ja.fontes@uol.com.br

Michelle Portela disse...

Olá, aqui na Universidade Federal do Amazonas também tem cota indígena (10% do número de vagas), inclusive para os cursos de pós-graduação.
um beijo

Michelle Portela disse...

Oi, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) a cota para índios é 10% do número de vagas oferecidas pela instituição, inclusive para cursos de pós-grad.
Um beijo!