sábado, 30 de dezembro de 2006

AÇÚCAR OU ADOÇANTE?

Nadja Barros

Fui convidada pelo Altino a fazer uma carta ou um depoimento ao governador eleito Binho Marques. Um convite assim é para mim como aquele "dilema de Tostines": é irrecusável porque é instigante ou é instigante porque é irrecusável?

Seja lá como for, a primeira idéia que me ocorreu foi relatar um episódio que me aconteceu, daqueles do tipo rir pra não chorar! Mas, vejam bem, vou logo esclarecendo que não domino a arte da caneta à tinta, minha vocação é mesmo a caneta de alta rotação.

Acontece que eu tive uma paciente simpática e muito querida, que logo me revelou ser mais uma acreana perdida aqui em Salvador e, entre uma consulta e outra, fiquei sabendo que ela era irmã do então vice-governador Binho.

Só quem está longe da terra natal há muito tempo, e dela sente imensa saudade, entende a estranha e imediata sensação de intimidade que nos acomete quando encontramos um conterrâneo longe de casa.

E foi assim, ao final de uma consulta, que minha paciente-amiga-irmã-na-saudade me disse:

- Olha, meu irmão está aqui. Posso te apresentar a ele?

E assim conheci o Binho, digo, formalmente, pois eu já o tinha visto muitas vezes, naquela época em que ele tinha um carro, não sei ao certo se era um Gurgel, cor de “burro quando foge”.

Aproveitei a rápida visita para ratificar-lhe tudo o que já tinha dito à sua irmã, da minha agradável surpresa ao visitar Rio Branco nas férias e ver a cidade finalmente sendo urbanizada, tomando o corpo que todos nós ansiávamos e conhecíamos de alma.

Também manifestei meu desejo de que a educação e saúde (esta minha área) fossem elevadas à categoria das prioridades e da minha esperança que tudo isto fosse o começo de uma nova era, livre da corrupção e do ranço tão enraizados na política do nosso país.

Após nossa despedida, comentei satisfeita com minha atendente:

- Você viu este rapaz simples e simpático? É o vice-governador do meu estado!

E ela, do alto de sua simplicidade e clareza, falou a frase que ecoou por dias em minha cabeça:

- Pôxa, doutora, e a gente nem serviu uma água!

Ai, pobre de mim, que vexame! Da próxima vez estarei atenta e preparada, pois assim como manda a etiqueta da boa educação, servirei a bendita água e um café quentinho!

Do breve encontro com Binho Marques, ficaram a lembrança do aperto de mão firme, a rápida e agradável conversa e o sorriso tímido e honesto. A impressão que ficou é muito boa e, para mim, o Binho parece mesmo ser um cara legal.

A propósito, Excelentíssimo Governador eleito do Acre, tenho mais uma perguntinha a fazer: Açúcar ou adoçante?

A acreana Nadja Barros é dentista em Salvador (BA).

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