quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

ABAIXO O DITADOR!

Quem não se incomoda ao constatar que o nome do ditador Emílio Garrastazu Médici permanece sendo usado para denominar o aeroporto supostamente internacional de Rio Branco?

Há quatro anos foi aprovado, em decisão terminativa da Comissão de Educação do Senado, o projeto que dá nova denominação ao aeroporto.


Plácido de Castro, o líder da Revolução Acreana, seria homenageado com a mudança, mas o projeto jamais foi votado no plenário do Senado tampouco submetido ao exame da Câmara.

- O nome do nosso aeroporto realmente não tem nada a ver. Mas se é pra mudar, eu voto em Plácido de Castro. Nosso herói foi pouco homenageado pelo muito que fez por nós. É hora de fazer-lhe justiça - disse ao blog a novelista acreana Glória Perez, que escreve a minissérie "Amazônia - De Galvez a Chico Mendes", com estréia marcada para o dia 2 de janeiro.

Se dependesse de mim seria Aeroporto Internacional Glória Perez. Nada de Oscar Passos, Chico Mendes ou Plácido de Castro.

A proposta de mudança do nome do aeroporto nasceu de uma negociação ocorrida na comissão entre o então senador Nabor Júnior (PMDB-AC) e a senadora Marina Silva (PT-AC). Nabor pretendia dar ao aeroporto o nome de Senador Oscar Passos. Marina queria homenagear o líder seringueiro Chico Mendes.

Foi necessário que, em 2002, a então senadora Emilia Fernandes patrocinasse o acordo que permitiu que ambos abrissem mão de seus projetos para celebrar a memória de Plácido de Castro.

Na ocasião, a senadora Marina Silva lembrou que os seringueiros do Acre, em sua maioria provenientes do Nordeste, pegaram em armas para garantir as terras onde trabalhavam.

- O Acre decidiu ser Brasil - recordou a senadora.

Plácido de Castro nasceu no dia 9 de dezembro de 1873, em São Gabriel (RS). Decidiu dar início à Revolução Acreana em agosto de 1901, após tomar conhecimento de que a Bolívia, sentindo-se ameaçada de perder o território, o havia arrendado a um grupo empresarial norte-americano, o Bolivian Sindycate.

Em janeiro de 1902, o exército formado por Plácido venceu as tropas bolivianas e garantiu a criação do Estado Independente do Acre – mais tarde transformado em território federal, após negociação comandada pelo Barão do Rio Branco.

Com a palavra a nossa bancada federal.

8 comentários:

Anônimo disse...

"... a senadora Marina Silva lembrou que os seringueiros do Acre, em sua maioria provenientes do Nordeste..."

Nisto, concordo, plenamente, com a senadora. Vamos pensar em quem, realmente, prestou alguma contribuição para a formação regional. Pensar em presenças significativas nos desdobramentos da história regional. Por que, então, não reconhecer o papel da classe trabalhadora, no nosso caso, nos seringueiros, migrantes nordestinos que construíram, com vida, essa terra? Seringueiros, a primeira expressão da classe trabalhadora regional.

"Aeroporto Seringueiros do Acre".

Por que não?

Anônimo disse...

Ah, ia esquecendo: ABAIXO A DITADURA!!!

Anônimo disse...

Na qualidade de daputada federal,venho por meio deste humilde blog, sugerir uns
nomezinhos para substituir o extinto ex
mal presidente M�dici :
Aeroporto governador Jorge Viana
Aeroporto ministra Marina Silva
Aeroporto jornalista Altino Machado
Aeroporto cel. João Donato
Aeroporto dr. Adib Jatene
Aeroporto jornalista Armando Nogueira
Aeroporto escritora Gl�ria Perez
Aeroporto Chico Mendes
Aeroporto Wanderley KOTOKO Viana
Aeroporto jornalista Toinho Alves
Aeroporto empres�rio Narcizo mendes
Aeroporto V�io justino
Aeroporto Carlinhos Alvorada
Aeroporto senador Sib� Machado
Aeroporto dep. Junior Betão
Chega ou querem mais ?

Anônimo disse...

Concordo q o nome deva ser mudado, q eu saiba o Médici não fez nada para o Acre q merecesse essa homenagem... um tempo atrás q eu fui descobrir q o nome tinha sido mudado para Plácido de Castro quando ví esse mesmo apelo do Blog vindo das palavras do apresentador Washignton Aquino.

Anônimo disse...

Altino, acho mais que oportuna essa questão levantada por você. O nome de Médici, como de outros ditadores do regime militar,espalhados às dezenas em escolas, praças, conjuntos habitacionais evoca um período de tristes lembranças. Por outro lado, salvo o recente memorial inaugurado pelo governador Jorge Viana em Cruzeiro do Sul, não há nada homenageando o ex-governador José Augusto, democraticamente eleito e vítima dessa trupe covarde. No momento em que o país começa a questionar um dos últimos entulhos do regime dos generais, a Lei de Anistia, com o julgamento de um acusado de torturas, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do Doi- Codi do II Exército em SP no período de 1970/1974, nada mais justo do que rever o nome desses espaços públicos. Parabéns pela iniciativa de levantar essa discussão. Precisamos urgentemente fazer um acerto de contas com nosso passado recente. Só como um pequeno exemplo, alguém já imaginou uma Escola de Ensino Fundamental Adolf Hitler ou um Conjunto Habitacional Heinrich Himmler, na Alemanha?

Anônimo disse...

Altino, boa noite.

Ter o nome de ditadores em obras pagas com o dinheiro público é realmente o cúmulo do contra-senso, além de ser de uma desumanidade imensa. Fico imaginando uma mãe de "desaparecido" ou de morto pela ditadura vendo o nome dos algozes eternizados em prédios públicos.
Minha ignorância me impede de opinar. Prefiro confiar em sua indicação.
Mas, poética que sou, imagino um nome da floresta, das mulheres da floresta, elas sim, construtoras de toda a vida.

beijos

Anônimo disse...

Realmente, Médici nada a ver...
Sempre senti um arrepio ao chegar no Acre e ouvir a aeromoça " dentro de instantes estamos desembargando no aeroporto internacional Presidente Médici"
precisa ser repensado isso
e urgente !!!

Anônimo disse...

Concordo com Saramar! O nome teria que mostrar a simplicidade da beleza das mulheres da Floresta!!! Nada de homenagens a pessoas. Vamos homenagear o povo!