quarta-feira, 1 de novembro de 2006

APREÇO

Sérgio Souto

Meu nobre parceiro de uma obra só e amigo Altino. Tenho acompanhado quase que diariamente as notícias do meu planetinha Aquiry no teu blog.

Falei com a Ivone Belém e fiquei sabendo que o tacacá que teria no último domingo, lá no barraco dela e do João Donato, furou por falta de uns ingredientes que não chegaram a tempo.

Eu estava tacacaido de vontade de um tacacaliente. Breve faremos um, talvez na próxima semana. Enviarei um tiquim por e-mail ou por fax.

Por enquanto, segue a letra de música que escrevi e o Vital Lima musicou. É mais uma homenagem que faço a Cruzeiro do Sul, a tua terra, e que fará parte do projeto "Uma constelação na Amazônia en canto"

APREÇO

Que nunca me falte teu dengo, morena
O teu chamego em mim
Que nunca me falte teu colo, morena
Macio feito capim.

Que nunca me falte teu beijo, morena
Teus lábios de alfenim
Que nunca me falte teu cheiro, morena
O pirão e o mandim.

Que nunca me falte o abraço, o apreço
O começo, o meio e o fim
Que nunca me falte o espaço, o laço
A tua boca dizendo sim.

Que não me falte a palavra
A farinha de tapioca
O molho de tucupi
O doce lar da maloca.

Que não me falte uma rede
Um picolé de açaí
Um banho de igarapé
Liberdade de ir e vir.

Que não me falte uma lua
Prá mode nois namorar
Um teto cheio de estrela
Um violão prá tocar.

Que não me falte o orgulho
De ter nascido guerreiro
Abençoado por Glória
Senhora Mãe de Cruzeiro do Sul.

Será cantada por Vital Lima e Flávio Venturini ou Zé Renato.

Um abraço

6 comentários:

Anônimo disse...

Ai, ai, meu querido amigo!
Que coisa mais linda do mundo!
Quase consegui ouvir a melodia e fiquei arrepiada diante desta beleza.
Viu como não há uma tristeza sequer, dela nenhum vestígio ?
Só há doçuras, só delícias, tendo o amor como ingrediente principal.
Sérgio é poeta, antes de ser compositor. Poucos o foram, talvez só Vinícius.
Feliz é você que tem amigos assim (viu a inveja corroendo meu coração???)
Por favor, diga a ele da minha admiração imensa.

Beijos
P.S. quero o cd assim que for lançado. Certamente você divulgará, não?

Anônimo disse...

A Sérgio o que é de Sérgio.E que "não nos falte uma lua prá mode nós namorar"Valeu Sério. Parabens.Aqui do outro lado do mapa, pros lados deste "sertão de muié séria e home trabalhador", fico aguaradando a morrena, certo de o sucessso a acompanhará.

Anônimo disse...

"Que nunca nos falte um Sérgio,
caboco "pai d'égua" do norte.
Que nunca nos falte um Vital,
paraoara da voz e do acorde."


Arrebentaram!!!!

Parabéns Sérgio Free

Anônimo disse...

Querido Sergio
Como te falei, só mesmo vc pra passar tanta sensibilidade, amor, sentimento em uma poesia
Que nosso Deus, possa te iluminar sempre pra que nos tenhamos sempre a oportunidade de ler, viver, sentir, vivenciar seus vivicimos versos.
Um grande beijo (tb pra Deyse)
Amadeu

Anônimo disse...

Sérgio, parabéns pela inspirada letra, já tô curioso para ouvir a melodia e conferir a cria por inteiro... tenho certeza que, com o auxílio mais que luxuoso do Vital, o resultado final vai arrepiar!! Um abraço, William de Faria

Anônimo disse...

O Sérgio, como ninguém, usa com muita propriedade os recursos da poesia para criar imagens. Estas visões, que para nós acreanos são tão próximas da realidade, ou de agora, ou de outrora, quando alguns moravam no seringal, ou nas "colonhas" da vida, despertam curiosidade e aguçam os sentidos de quem nunca provou tucupi ou tomou banho de igarapé.

Puxa a cadeira, senta e conversa com um velho amigo. Esse é o retrato da poesia cabocla de Sérgio Souto. Salve Sérgio, salve à boa música e à poesia sempre!