segunda-feira, 30 de outubro de 2006

MUSEU DE PALEONTOLOGIA

Alceu Ranzi

A Expedição Thayer, liderada por Louis Agassiz, está ligada em um detalhe importante para as ciências naturais do Acre. Agassiz, na época da Expedição, já era um cientista reconhecido e, em Manaus, teve um encontro com William Chandless, que retornava de sua viagem ao Purus e Aquiry (Acre).

Chandless apresentou a Agassiz alguns fósseis coletados no Acre. Entre peixes e tartarugas foram identificadas vértebras do réptil marinho Mosasaurus. Mosasaurus foi um gigante dos mares do Cretáceo +- 80 milhões de anos.

Em respeito à grande autoridade de Agassiz, por muitos anos a região do Acre, geologicamente, foi considerada de sedimentos marinhos. O equívoco foi desfeito posteriormente, pela identificação/confirmação do Purussaurus, um crocodilídeo gigante de águas continentais.

Vale dizer que os fósseis referidos por Agassiz e Chandless, até o momento não foram localizados nem em Londres ou na Royal Geographical Society (local de trabalho de Chandless), nem no Museum of Comparative Zoology da Harvard University (local de trabalho de Agassiz).

Em breve, fósseis de Purussaurus poderão ser apreciados no Museu de Paleontologia, um projeto em execução pela Prefeitura de Rio Branco em colaboração com a Universidade Federal do Acre.

Alceu Ranzi é paleontólogo e trabalha atualmente na prefeitura de Rio Branco. Enviou o texto acima como comentário ao post William James na Amazônia.

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