quarta-feira, 18 de outubro de 2006

FERNANDO ROSA

Walquíria Raizer
Milena Quiroga


Fomos à caça de respostas sobre o mundo rock com quem realmente tem a ensinar: Fernando Rosa, jornalista e articulador da revista eletrônica SenhorF, especializada em música.

Com um gravador de MP3 na mão e muitas perguntas na cabeça, tivemos uma descontraída conversa com ele em Porto Velho (RO). Dividimos agora alguns trechos com outros tantos amantes da música.


Cena independente
Acho que evoluiu muito. A gente tem uma cena independente hoje que, se pudéssemos definir de alguma maneira, seria como "os filhos da internet” do ponto de vista da integração. A Walverdes, que é uma banda de Porto Alegre, vai tocar em Rio Branco. É algo inimaginável há tempos atrás. A virtualidade da internet acabou por encurtar distâncias que seriam impossíveis encurtar na década passada. Imagina a distância de Porto Alegre até aqui: bota chão nisso.

Produção
A crise do processo de produção não é uma crise de criatividade. A criatividade existe e está na cena independente. As gravadoras não têm capacidade de absorver isso. Os departamentos artísticos nas gravadoras não existem mais. A lógica da arte nas gravadoras acabou. É uma fábrica de produtos vendáveis, clonados.

A aldeia e o universal
Um moleque na Inglaterra baixa as mesmas coisas da internet que um moleque daqui. O que faz a diferença é a aldeia. Pra entrar nesse mundo universal você tem que entrar com a sua aldeia. Se tu consegue produzir a tua coisa local, e se tu dá uma universalidade nesse trabalho de aldeia, isso é um chute na porta. Isso é que é ser o diferencial, revolucionário.

O fim do CD
A história do rock é muito cíclica. Estamos vivendo isso. Uma crise de produção, da forma de gravar. O CD tem só mais um tempinho. Ele cumpre um papel para quem está mais próximo das bandas. Como meio de divulgação, não é mais eficiente. O povão compra um pirata e com razão. A molecada faz o download. Cada um grava do jeito que quer em casa e distribui como quer. A molecada é download.

O que move o Senhorf
É uma vontade de contribuir com o processo que está acontecendo no Brasil hoje, que é um processo de integração de uma cena independente. Inicialmente, acompanhávamos esse processo pela revista Senhorf. A música tinha um peso mais Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Mas, de dois anos pra cá, vem crescendo muito a participação do Norte, que tem uma força cultural muito grande. Acho que, do ponto de vista do rock, isso ainda não havia acontecido.

As novas tecnologias

Com a internet, novas tecnologias, a comunicação está aproximando as pessoas. E cada um tem que dar a sua contribuição. Eu vou estar lá no Varadouro, em Rio Branco, pra ver o que rola, conhecer as bandas e, dentro do possível, ajudar a divulgar.

Varadouro
Ano passado fui movido por muita curiosidade e expectativa. Eu fiquei emocionado com o festival, porque vi o aspecto mais humano. Vi as pessoas cantando as músicas, a interação entre a banda e o público. Em Brasília, onde eu moro, não tem muito essa tradição. Algumas bandas têm uma certa participação maior, mas não assim. Pra mim foi uma coisa legal isso. Não é muito comum você ver aquilo. Todo mundo cantando as músicas das bandas. E é isso que quero ver de novo no Varadouro 2006.

Walquíria Raizer é poetisa e Milena Quiroga estudante de direito. Para mais informações sobre o rock acreano, clique em Festival Varadouro. O festival será realizado na boate Mamão Café, nos dias 20 e 21 de outubro, a partir das 21 horas.

4 comentários:

Anônimo disse...

Oi Altino.
Essa banda que tá na camiseta do Fernando, o La Pupuña, é daqui de Belém.
Eles fazem um som que é uma mistura de guitarrada (nascida e criada por Mestre Vieira, de Barcarena, aqui no Pará), rock progressivo e surf music, que os meninos definem como "guitarrada progressiva".
O som é ótimo!
Dá uma passada no Trama Virtual que eles estão lá.
Ah! Nem te contei que conheci o pessoal do Los Porongas no Festival Se Rasgum que teve aqui em Belém no início de setembro.
Eu trabalhei na produção do Festival e além de me apaixonar pelo som tive a felicidade de conhecer a banda.
Criei um blog, onde pretendo colocar essas impressões semanalmente.
Abração

Anônimo disse...

Ola!
Sou produtora de Tony Osanah que vive na Alemanha, ex-Beat Boys, e preciso do telefone do jornalista Fernando, é possível alguem entrar em contato comigo?
Margot Quedas

ALTINO MACHADO disse...

Mrgot,

você não deixou seu e-mail. Manda mensagem para meu e-mail: altino.machado@gmail.com. Posso tentar enviar o e-mail do Fernando.

Unknown disse...

o e-mail do fernando é senhorf@senhorf.com.br e fernandor54@gmail.com.
a página dele na internet é aqui ó... www.senhorf.com.br
abs
diogo