terça-feira, 5 de setembro de 2006

PROVAS DO CRIME

Polícia tem certeza de que ex-presidiário foi o
autor do assassinato de Vanessa Sequeira

Roberto Vaz

A polícia está convencida de que o ex-presidiário Raimundo Nonato Rocha é o assassino da pesquisadora portuguesa Vanessa Anapolla Schafer Sequeira, 36, ocorrida domingo, na zona rural de Sena Madureira. A certeza se baseia nas declarações da esposa do acusado, cujo nome a polícia mantém em sigilo por questões de segurança.

Ela contou aos investigadores que, na noite de domingo, após o crime, Raimundo Rocha chegou em casa com o corpo banhado em sangue e perturbado.

- Ele disse que tinha cometido uma loucura e que precisava tomar banho e sumir - afirmou a mulher, acrescentando que havia vários objetos com o marido, o que posteriormente foi confirmados pela polícia - um aparelho GPS e outros pertences da estudante.

Raimundo Nonato passou mais de uma hora no poço tipo amazonas (fonte de água usada na região) tomando banho para se livrar do sangue que estava entranhado em suas roupas. O secretário de Segurança Pública do Acre, Antônio Monteiro, que está acompanhando pessoalmente o desenrolar da investigação policial, disse que o assassino não conseguiu eliminar as provas.


- Quando ele foi preso a roupa ainda continha manchas de sangue. A roupa foi juntada às outras evidências de sua ligação com o crime e encaminhada, juntamente com amostras de sangue dele e da vítima, para um laboratório em Belo Horizonte, onde será feito exame de DNA - informou o secretário.

Durante o interrogatório policial, Raimundo Rocha negou ter sido o autor do brutal assassinato da pesquisadora, mas caiu em contradição numa conversa com um dos investigadores.

- Se alguém tiver me visto lá no local onde estive, pode me prender e executar - disse o preso.

Para os investigadores a frase “se alguém tiver me visto lá no local onde estive” é uma informação do subconsciente do acusado, o que comprovaria que ele esteve no local do crime e cometeu o assassinato.


Laudo da polícia técnica do Acre garante que traumatismo
craniano foi a causa mortis da pesquisadora portuguesa


Os médicos legistas do Instituto de Identificação Raimundo Hermínio de Melo, localizado em Rio Branco, concluíram na madrugada desta terça-feira, 5, a autópsia no corpo da pesquisadora portuguesa Vanessa Anapolla Schafer Sequeira, 36, assassinada na zona rural de Sena Madureira, no último domingo, 3.

Segundo o laudo médico, a estudante foi asfixiada antes de morrer. Os exames também comprovaram que Vanessa reagiu às agressões do criminoso antes de ser assassinada. O laudo foi assinado pelos médicos Jaime Calderon e Sávio, que asseguram que o assassino não empregou o uso de arma para eliminar a sua presa.

- (...) um objeto pontiagudo, provavelmente um pedaço de madeira foi a arma usada no corte apresentado na cabeça da vítima (...) - relata o documento encaminhado ao secretário Antônio Monteiro. Os exames comprovam que a causa da morte foi traumatismo craniano.

A autópsia do exame cadavérico demorou cerca de duas horas e meia. O corpo da estudante foi aberto e os legistas também confirmaram hemorragia interna decorrente das pancadas que recebeu antes de morrer. Pelas informações de auxiliares que participaram dos exames, a estudante perdeu muito sangue durante o embate com o assassino.

O corpo da vítima apresentava muitos hematomas, daí a comprovação dos legistas de que houve uma luta corporal antes do assassinato. A cabeça da estudante estava rachada, o que pode, segundo os médicos, ter sido provocado por uma paulada do agressor, aplicada por trás da vítima.

As informações do Instituto Médico Legal são de que o corpo da pesquisadora foi liberado para translado às 9 horas e 30 minutos (Acre). A responsabilidade pelo translado do corpo da pesquisadora é da Universidade Federal do Acre, que contratou a Funerária São Francisco para o serviço fúnebre.

Roberto Vaz é diretor do site Notícias da Hora

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