domingo, 13 de agosto de 2006

PAI DE ÍNDIOS E BRANCOS

Alô Altino!

Leia o último "Papo de Índio". Aproveite, se quiser, alguns comentários do Lucas e do Chico, meu filhos, sobre a viagem que fizemos à aldeia Nova Esperança, para participar do V Yawa, e pra comemorarmos juntos, antecipadamente, o meu aniversário de 60 anos, que acontece em setembro próximo.

Um abraço

Txai Terri


O antropólogo Terri Aquino estava muito feliz outro dia, quando encontrou Antonio Alves e contou o que diria ao reunir os filhos durante o festival yawa:

- Vejam, meus filhos, essa é a terra que amo, é por isso que não pude viver ao lado de vocês, espero que agora me compreendam.

No dia dos pais, vale a pena conferir o relato do encontro do Txai Terri com seus filhos brancos e índios:

- De Brasília, vieram o Chico Aquino (engenheiro florestal, DJ e baixista da banda Ha Ono Beko - “Siga o Sol e Vá em Frente”) de 30 anos, a princesa Isabel Panteani, 19, atualmente se preparando para o vestibular no curso de ciências sociais, e o Caetano Banê, 23, estudante de psicologia no CEUB. Daqui de Rio Branco, o Lucas Maná, 27, estudante de biologia na UFAC, estagiário do IMAC e vocalista da banda Dona Chica. E de Tarauacá, os mais novos, a Rosália Ayani, uma linda mocinha de 11, e o Jorge Luan, um moleque pretinho e danado de apenas seis. Só faltou mesmo o Irineu Yubê, um indiozinho de verdade, de quase 15, que só fala hãtxa kuin, a “língua verdadeira” de seu povo Kaxinawá, porque ele tem muita vergonha de falar português como um gringo. Lá na sua aldeia só se fala o nosso idioma com os cachorros. “Passa cachorro. desce! Me respeite cabra sem vergonho!”.

Clique aqui para ler o Papo de Índio. A foto do Txai foi tirada pelo João Bosco Guerreiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Legal o papo na sua tão lida coluna virtual. Poderíamos combinar dessa forma os futuros papos. Agora você poderia publicar os comentários dos meus filhos sobre o V YAWA e essa oportunidade que os Yawanawá nos deu para que todos se reunisse pela primeira vez em nossas vidas. Hoje, posso dizer que sou um pai feliz, porque meus meninos tão aí no mundo e já embarcaram no Expresso 2222, que partiu da aldeia Nova Esperança para o século XXI, que se inicia. Valeu Altino. Amanhã já estarei viajando de novo para as terras indígenas Kaxinawá do Igarapé do Caucho e da Colônia Vinte e Sete e, novamente, para a TI Rio Gregório. Vou viajar com o antropólogo Ney Marciel, consultor do IMAC, para participarmos da segunda fase das oficinas de etnozoneamento/etnomapeamento dessas mesmas terras. Estou adorando fazer e discutir os mapas das áreas indígenas com os índios, suas lideranças, pajés, professores, agentes agroflorestais e de saúde, caçadores, pescadores, homens e mulheres. Quando termina essas oficinas não volto correndo pra casa, não. Fico sempre em alguma delas e dessa feita, até mesmo porque Lilda vai ganhar nenem, o(a) famoso(a) queixadinha. Até a volta, Altino, durante as eleições. E parabéns pelos dias dos pais. Um abraço carinhoso, Txai Terri