domingo, 20 de agosto de 2006

O AMBIENTE É HOSTIL

Tecnologia vicia. Confesso que me tornei um dependente de laptop. Sinto-me desconfortável e o rendimento cai quando tenho que trabalhar em PC. Comecei a usar laptop em 1989, quando era correspondente do jornal O Estado de S. Paulo. O jornal me deu um
Toshiba T-1000 (foto), que foi o primeiro laptop lançado pela empresa dois anos antes.

Era equipado com um processador Intel de 4,77 MHz, 512 Kb de RAM e o sistema operacional da Toshiba, o MS DOS 2.11 em memória ROM. O que escrevia era gravado num disquete e os dados transmitidos via telefone. Dizem que esta máquina desconhece o que é crash, em contraste com as modernas máquinas com Windows.

Neste verão, porém, o meu laptop atual, um Satellite Toshiba, começou a desligar sozinho por excesso de aquecimento. Isso acontecia quando a temperatura ambiente subia e tinha que operar programas pesados para edição de fotos e vídeos usados neste blog.

Eu sabia que o problema estava relacionado ao processador. Ele trabalha sob a proteção de uma pasta térmica e de um ventilador. Além disso, possui um dispositivo que desliga o laptop quando atinge temperatura que possa danificá-lo.

Quando desligava, a opção era mudar para ambiente com ar refrigerado ou então levantar a parte traseira e reforçar a refrigeração com um ventilador desses que nos salvam a vida no calor amazônico. Funcionava, mas sabia que estava correndo risco de danificar o processador.

Enviar laptop para um laboratório em São Paulo custa caro e não significa solução. Minha amiga Letícia Mamed, por exemplo, pagou mais de R$ 7 mil num laptop HP no ano passado. Mudou de Londrina para Rio Branco e o mesmo começou a apresentar também problema de superaquecimento.

Em janeiro, Letícia enviou o equipamento para o laboratório da HP, perdeu tempo e dinheiro, com frete e telefone, e o mesmo foi devolvido no mês passado sem funcionar, embora a empresa tenha cobrado R$ 500,00 e assegurado que fizera limpeza e trocara peças.

Não estava disposto a viver o mesmo calvário. Falei com Abelardo Costa, um técnico em informática acreano, que ouviu meu relato e diagnosticou o problema: a pasta térmica do processador ressecou com mais de três anos de uso. Estava ocupado e recomendou outro técnico, o Eliseu Cruvinel, dono de uma loja de produtos de informática.

Deixei a máquina no sábado e ele a devolveu hoje sem o problema. Além de ter substituído a pasta térmica, Cruvinel encontrou os canais de ventilação do processador quase todos obstruídos por um ninho de formigas pretas. Cobrou R$ 150,00 pelo trabalho e compreendi por que sempre apareciam formigas no teclado após ligar o notebook.

O problema do laptop da Letícia Mamed está sendo resolvido por Abelardo Costa, que abriu o equipamento e constatou que os técnicos do laboratório da HP não fizeram nenhuma limpeza, tampouco encontrou a oxidação alegada pela empresa quando a dona reclamou que fora devolvido com o mesmo problema e sem que os alto-falantes funcionassem.

- Vai ficar novinho, pois apliquei mais pasta térmica e removi a poeira e as teias de aranha que havia na entrada de ar do processador - garantiu Abelardo.

Lembrei de meu amigo Evandro Ferreira, que passou cinco anos fazendo doutorado em biologia no Museu de Nova Iorque, e contou que nunca viu uma formiga, oscilação na energia elétrica ou apagão na cidade.

Por aqui, formigas e aranhas são capazes de devorar a sofisticação tecnológica. O ambiente é hostil.

Serviço:
Abelardo Costa: 68 8401 3480 ou 3223 7854
Eliseu Cruvinel: 68 8401 2850 ou 3244 2008

5 comentários:

Anônimo disse...

Dizem que as baratas podem sobreviver a uma explosão Atômica, pode até ser verdade mas essas formigas amazonicas andam avançando mais que o Brasil na Inclusão Digital.

Os sanguesugas acreanos que o diga.

haha.

Esse mundo animal é uma piada.

Anônimo disse...

Caro Altino, por onde anda Letícia? / Mário

Anônimo disse...

Sobre a relação que foi traçada entre Nova Yorque e qualquer lugar amazônico, deixem-me contar uma estorinha. A professora Marilena Correia da Silva é amazônide de longa tradição. Tem parentes lá pelas bandas do Juruá, se não me falha a memória. Quando realizava seu programa de pós graduação, acre4dito que ainda o mestrado, na PUC de São Paulo, alojou-se próximo ao Campus Monte Alegre, no tradicionalissimo Bairro das Perdizes. Um dos seus filhos menores foi atracado por uma pequena aranha que vivia num pequeno espaço em frente ao prédio. O veneno da aranha necrosava por onde ia se disseminando. O garoto perdeu parte do braço e sobreviveu graças a um diagnóstico rápido, graças ter caído, na primeira consulta, nas mãos de um especialista. Na Amazônia nada tinha lhe acontecido e, depois do retorno, nada lhe aconteceu parecido.

Anônimo disse...

Ò meu,no sertão do nordeste é bem pior.
Tem barbeiro, tem escorpião,tem gente morrendo sem água e com muita fome e miséria pai d'égua. Lá prás
bandas dos states,não tem formiga,apagão
oscilação disso e daquilo. Mas tem umas pragas demasiadamente nocivas prá toda a
humanidade, como Bush,Condolezas,Rambos e mais umas centenas de heróis e imbecis
bem vestidos, e mau amados. São
uns bichinhos peçonhentos. Amam pisar em gente.
São os reis do breakfast e do fastfoods.
Verdadeiros cabeças de cocô e do cú ôco.
A exibir aquela cara de pau. Um mixto
de fdp com felicidade.
Osama bin qui pudia di novo...

EU disse...

O Abelardo é exemplo de profissional. Com ele, tudo se resolve. :D
Meu salva-pc's aqui de casa! Hehehe...
Parabéns pelo post, Altino.
Mostre sempre o que tem de bom na terrinha!
Abraços
Larissa Mendes