quinta-feira, 27 de julho de 2006

MERGULHO NO DESCONHECIDO

Após décadas de “apartheid”, o estado do Acre elege suas raízes e sua cultura como estandartes para atrair a atenção – e os visitantes – do resto do país.

“SE QUERES SER ORIGINAL, canta tua aldeia.” A récita de Fernando Pessoa cai como uma luva no atual momento do mais isolado – cultural, econômica, politicamente – estado brasileiro. Encravado entre o Amazonas, a Bolívia e o Peru, o Acre (700 mil habitantes) sempre foi uma espécie de “patinho feio” da nação. Pior: dono de história folhetinesca, digna de roteiros hollywoodianos, nas últimas décadas celebrizou-se mesmo nas páginas policiais, em imbróglios como a morte do líder sindical Chico Mendes, o assassinato não esclarecido do governador Edmundo Pinto (em São Paulo, 1992) e a tétrica folha corrida do ex-deputado Hildebrando Pascoal, episódios que reforçaram o clima de “apartheid”. Agora, no momento em que as obras do brilhante pintor acreano Hélio Melo (1926-2001) são escaladas para a próxima Bienal de São Paulo, uma releitura mais atenta mostra que esse estado de coisas evoluiu radicalmente. Para melhor.

Artes, moda, música, cinema, gastronomia, patrimônio histórico, religião, desenvolvimento auto-sustentável, ecoturismo, biodiversidade in natura, a herança e as tradições dos seringais e das etnias indígenas: hoje, sobram razões para um mergulho na até então desconhecida cultura acreana. Inclusive na TV: a autora Glória Perez, acreana, está escrevendo uma minissérie que conta a história do estado, com estréia prevista para janeiro de 2007.

Leia a reportagem completa de Carlos Eduardo Oliveira, em Raiz - Cultura do Brasil.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois eh, amigo. eu, ando cantando a minha aldeia a muitos anos. Desde o tempo em que me criticavam porque eu soh falava de seringueiros e eu dizia: vou falar do que, se meus avos foram seringueiros esssa eh a minha cultura. Que bom, que eu estava a anos a anos aa frente, certíssima. A minha poesia que o diga. Diria o Mário quintana: "Quer ser universal? Cante o seu quintal". Bjs. Bruh