quarta-feira, 21 de junho de 2006

SAUDADE

Juarez Nogueira

Saudade,

a saudade do a.C.RE,
ancestral, antediluviana,
vem na corrente cósmica,
cai na corrente sanguínea e, inoculada, incorpora,
faz-se luz lembrada, atávica.

Outro nome dessa saudade é esperança.

É o que nos salva do sentimento de orfandade

quando se revolvem as memórias
banidas do paraíso
a que se deseja retornar
e, incólume, pertencer, permanecer.


Saudade não é falta, é permanência,
vontade de que a alegria seja refúgio e descanso,
céu de toda a estrada,
ida, retorno, chegada.

Essa alegria, difícil, dói.

Destaco em versos o comentário poético do escritor mineiro Juarez Nogueira, deixado no post "Saudade e tristeza".

3 comentários:

Anônimo disse...

"Saudade é permanência".

Isso é lindo e perfeito. Aliás, o poema todo é maravilhoso, com essa vontade de voltar ao colo inicial, ao berço. É tocante!

Obrigada.

Beijos

Anônimo disse...

Que lindo poema! É a verdade, é o sentimento, é a esperança! Abençoado seja o Acre!

Beijos de agradecimento de uma mineira para um mineiro, que pelo jeito também gosta desta terra tão maravilhosa!

Anônimo disse...

Quis apenas ser fiel à verdade de um sentimento. Lindo mesmo é gentileza. Grato.