segunda-feira, 5 de junho de 2006

FICA MELHOR EM GOIÁS

Em julho do ano passado, quando todos consideravam improvável que o vice-governador e então secretário de Educação Binho Marques pudesse se tornar o candidato do PT à sucessão de Jorge Viana, ele abriu para mim as portas da Usina de Comunição João Donato, que ainda estava em obras. Binho falou da usina como o "ambiente onde as pessoas tenham liberdade e aprendam a aprender sempre".

Tenho a certeza que Binho Marques vai transformar aquela usina num ponto de encontro da Amazônia internacional. O sonho dele é que o Acre seja a sede de um grande festival internacional de cinema socioambiental.

- O Acre, com Chico Mendes, é uma referência do movimento socioambiental e queremos que isso aconteça através do cinema. Acreditamos que esse festival possa mobilizar o mundo e atrair a participação de feras e movimentar um ambiente cultural interessante - promete Binho Marques.

Algo semelhante já acontece no Estado de Goiás, onde, de terça-feira a domingo, será realizada a oitava edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), na Cidade de Goiás. O festival deste ano restringiu a participação dos produtos inscritos.

Antes, filmes e vídeos eram aceitos até doi anos depois do registro da criação. Neste ano, só as produções feitas a partir de 2005 participam da mostra. Com a mudança do regulamento, ao invés de 800 inscrições como ocorreu no ano passado, 347 se candidataram para essa edição.

O júri de seleção elegeu 27 filmes e vídeos para a mostra competitiva deste ano. Produções de 12 países e mais 11 onze obras nacionais disputam R$ 240 mil em prêmios.

- Tiramos uma mostra belíssima. Não tem uma linha temática definida, mas uma variedade que contempla as questões mais atuais com competência e preocupação estética - relata a presidente do júri de seleção, Lisa França.

Entre sete longas, os destaques são os documentários “Plagues and Pleasures on the Salton Sea” , produção americana sobre o desastre ecológico e prejuízos sociais e econômicos em um lago artificial da Califórnia e ZDROJ, produção tcheca sobre as conseqüências ambientais da exploração do petróleo no Azerbaijão.

“Climate in Crisis: Part 2, The Destruction Beggins”, do diretor japonês Masahiro Fujikawa, sobre o impacto das mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global e "Dhobigat", produção suíça sobre os homens lavadores de roupa em Mumbai, na Índia, enfrentando a escassez de água e de moradia estão entre os cinco médias da grade competitiva.

Doze curtas participam da mostra. Há o romântico desenho animado francês “La tête dans les Etoiles”, de Sylvain Vincedeau, sobre o brilho das luzes da cidade que impede um jovem de contemplar as estrelas e o inglês "A Roaring Trade", documentário sobre a extinção de sete espécies em função de sua utilização na medicina tradicional e na culinária chinesas.

O festival também premia a melhor série televisiva. E para esta edição há duas concorrentes: “Saudades do Brasil”, de Maria Maia, sobre a vida do antropólogo Claude Lévi-Strauss no Brasil, e “Europe”, sobre a formação do continente europeu e suas transformações com a civilização.

Seguindo a tradição de homenagear uma personalidade do cinema brasileiro, o Fica recebe a atriz Fernanda Montenegro no Teatro São Joaquim. Vai ser um tributo a quem tem dedicado mais meio século de vida à arte de interpretar. O grupo Titãs encerra o Festival um show na Praça do Coreto.

Fica melhor assim: prometo enviar mais notícias de lá, pois o blog foi convidado para o evento. Por enquanto, mais informações podem ser obtidas no site do Fica. A foto daquele casario goiano é do grande Eraldo Peres.

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