YES, NÓS TEMOS PORONGAS

Após composições, shows, eventos, vida dividida entre o trabalho e a música, uma pergunta pairava sobre as cabeças de quatro meninos buchudos e de toda a torcida do Andirá: banda de rock do Acre tem alguma chance?

Márcio Magrão, Diogo Soares, Jorge Anzol e João Eduardo (foto), nossos Porongas, já não têm mais dúvidas após a participação na oitava edição do Festival Música Alimento da Alma - Mada, em Natal.

Veja o que escreveu o editor e colunista Mário Marques, do site Laboratório Pop, sobre a participação da banda Los Porongas:

"Daqui, minhas impressões impressionadas sobre Los Porongas, a banda acreana que abriu a noite de ontem. Banda de rock básico, timbres de guitarra com efeitos de delay à la The Edge, ótimas letras, influências de Radiohead e rock 80, ótimo cantor, pop. Banda pronta. Ponto.”

Antes do show, a VJ da MTV, Carla Lamarca, procurou a banda para gravar um campeonato de Pimbolim inter-bandas, com Daniel Beleza (SP), Macaco Bong (MT) e Astronautas (PB). Los Porongas explicaram que no Acre Pimbolim se chama Totó. Tudo registrado pela emissora.

Agora segue a resenha sobre o show dos acreanos, publicada no site Laboratório Pop, veículo que conta com mais de 40 mil acessos diários:

“Los Porongas tocaram para cerca de mil pessoas e deixaram o palco com um irresistível cheiro de sucesso exalando pelos corredores do backstage. Quem foi ao Mada comprovou: o Acre realmente existe. Há mais do que castanhas do Pará (pois é, os caras produzem e o vizinho é que leva a fama) e seringueiros. Há muito rock, e dos bons. Exalando influências de Radiohead, Coldplay, timbres que remetem a The Edge e Legião Urbana, o grupo mostrou desembaraço nos arranjos e letras consistentes, com vocais sofridos e um tom melancólico sem exageros ou pieguices.

Los Porongas desce o Brasil como um verdadeiro fenômeno. Tocando para o maior público que o Mada já teve para uma banda de abertura, o grupo conseguiu atrair acreanos que moram em Recife, João Pessoa e Fortaleza para o festival. Gente que ergueu até uma bandeira do estado. "A gente sabia que vinha uma galera, mas não sabia que seria tanta gente", comenta o baterista Jorge Anzol.

"Está havendo uma revolução no Acre", fala o baterista. E, pelo visto, é a Los Porongas que está liderando esta revolução. Anzol narra que, até meados de 2002, Rio Branco, capital do Acre, era uma cidade dominada por bandas "cover". "Eu mesmo já toquei em banda cover", admite.

Mesmo num mar coverizado, o baterista resolveu se lançar numa carreira autoral. Ao lado do baixista Márcio Magrão, montou o Los Porongas com Diogo Soares (vocal) e João Eduardo há três anos e o que aconteceu, de lá para cá, não é conversa de pescador. De festival em festival, a banda foi ficando conhecendo Brasil a fora.

Primeiro, o santo da casa começou a fazer milagres em casa. Os integrantes trataram de organizar um festival de rock na cidade (o Varadouro, que chega à sua terceira edição este ano) e começaram a aparecer mais bandas com trabalho próprio.

De lá, a banda passou a receber convites para diversos festivais, como o Grito do Rock, em Cuiabá, até chegarem ao Mada. Agora, as próximas paradas são Bananada, em Goiânia, e o Calango, novamente em Cuiabá.

A boa repercussão chegou até os ouvidos do Plebe Rude Philipe Seabra. Sócio do selo Senhor F, ele fisgou os acreanos para o selo e produz o disco de estréia da banda a partir do dia 23 de maio, no estúdio do músico, o Daybreak”.