sábado, 15 de abril de 2006

TÃO ACRE

Quer dizer então que a imprensa do Acre, especialmente o site Notícias da Hora, pertencente ao dono de uma empresa de ônibus, vai ignorar o fato de a empresa Real Norte ter transformado a nova loja que possui, na avenida Ceará, em ponto de embarque e desembarque de passageiros?

Ou seja: deixou de utilizar as instalações que possuia na rodoviária de Rio Branco.
Só mesmo uma empresa com tantos acordos e trânsito livre para conseguir tal feito: fazer com que todos engulam um caroço gigante sem gemer.

A grandiosa imprensa acreana deve ficar bem caladinha sobre o assunto. E, se vier a tocar no mesmo, será para tomar partido da empresa.


A situação está gerando vários problemas: o trânsito na avenida ficou péssimo e os taxistas e donos de lanchonetes na rodoviária ficaram sem passageiros e consumidores.

A Real Norte quase monopoliza o transporte para Porto Velho (RO) e para os municípios do Acre, razão pela qual a "saída" dela da rodoviária gera tantos prejuízos.

Telefonei para a Real Norte. Uma atendente informou que o passageiro tem a opção de escolher o local do seu embarque e desembarque, mas a empresa recomenda que seja utilizada a loja da Av. Ceará.

- Lá, há uma sala com ar condicionado, cafezinho e, ao desembarcar, o passageiro ganha um vale-transporte pra ir até sua casa, sem grandes despesas - assinalou.

É exatamente por isso que a rodoviária deixou de ser utilizada, afinal, o público tem ido todo para a loja do centro.

Todos os que foram de certa forma prejudicados, direta ou indiretamente, estão se organizando para exigir uma providência do prefeito Raimundo Angelim.

Eis o slogan da empresa: "Real Norte - a evolução do transporte chegou até você".

Tá bem, cara-pálida.

5 comentários:

Anônimo disse...

Vão exigir do Angelim o quê ? que ele apoie publicamente a Real ? só se for.

Anônimo disse...

Na semana passada a Real Norte contratou garotas para fazer propaganda nas esquinas das ruas do centro da cidade. Elas entregavam um panfletinho. Dizima que a "Real Norte agora também é rodoviária". Terra sem lei é assim.

Anônimo disse...

Na verdade, não se trata do Prefeito apoiar uma ou outra empresa. Deve, sim, avaliar os efeitos que a operação da empresa esteja sobre as condições de organização do espaço urbano. Uma rodoviária organiza o movimento urbano de carros de grande porte, evitando o congestionamento, centralizando, através de um ponto de convergência dos embarques e desembarques, dando aos serviços públicos as vantagens de economias de localização. No caso, o movimento entre municípios e entre estados e regiões nacionais não são desprovidos de dificuldades nas áreas de saúde e segurança, precisando por isso de uma ação ágil e efeciente do poder público. As rodoviárias, portanto, contribuem para elevar a eficácia e eficiência dos serviços públicos. Por outro lado, também, contribuem com o bem-estar dos usuários por permitirem a convergência de serviços dos mais variádos tipos, entre os quais, transportes, alimentação, telefonia, e comércio em geral. O reconhecimento da efetiva utilidade desses pólos de serviços faz com que seu uso se faça, também, de forma normatizada pelo serviço público, ou seja, pelos governos municipais.

Anônimo disse...

Ora, a empresa que liga Ribeirão Preto a Campinas e SPaulo tem seu próprio ponto de embarque,com direito a café, água e internet. Eu,, evidentemente, sou mais tomar o busao na rodoviária, tem mais gente para curtir

Anônimo disse...

O fato da empresa de Ribeirão possuir ponto de embarque próprio não constitui contra argumento ao que escrevi. Pode, no máximo, mostrar como o poder público nem sempre labora em benefício da população, efetuando a melhor escolha alternativa para a organização dos seus serviços, para seus gastos. Os serviços de transportes coletivos são concessões de serviços públicos, dadas as suas peculiaridades. Imagina op poder público ter que montar postos de serviços controle sanitário, de segurança pública em cada ponto que alguma empresa pretendesse montar seu ponto de embarque e desembarque. Como seriam as condições de circulação urbana se não houvesse o controle da circulação de veículos? Interessa às empresas ocuparem locais diferenciados? Claro. Não teriam ao lado dos seus guichês concorrentes disputando passageiros. O aspecto mais evidente disso é o poder de mando que alguns setores econômicos possuem sobre as estruturas públicas. Espero que nãop seja o caso de Rio Branco.