quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

SEMINÁRIO AYAHUASCA

O Conselho Nacional Antidrogas (Conad) está organizando, para os dias 8 e 9 de março, em Rio Branco, o Seminário Ayahuasca. O objetivo é realizar uma ampla consulta para a indicação de seis representantes dos grupos religiosos usuários da bebida.

Os nomes dos escolhidos serão submetidos ao Conad com vistas à composição do Grupo Multidisciplinar de Trabalho (GMT), que se encarregará de discutir diferentes aspectos relacionados ao uso da ayhauasca no Brasil.

Em novembro de 2004, através da Resolução nº 5, o Conad estabeleceu a criação de um GMT para o levantamento e acompanhamento do uso da ayahuasca no país. O grupo será composto por seis especialistas indicados pelo Conad e seis representantes dos grupos religiosos.

As inscrições podem ser feitas através do e-mail do Conad.

3 comentários:

Anônimo disse...

Já que o Grupo a ser formado nesse Seminário vai criar uma DEONTOLOGIA (código de ética) das instituições aiauasqueiras, gostaria de sugerir a tradução e divulgação do código de ética disponível em:
http://www.csp.org/development/code.html

Bonito seria a demonstração (para os próprios participantes dessas instituições) da transparência social e ética ambiental por parte de seus maiorais, explicando passo a passo quais são os elos empregados em sua cadeia produtiva, desde a produção do sacramento até a distribuição. Quem não tem fonte certa para a produção, como poderia ter distribuição? Quem não sabe sequer como foi feito seu sacramento (e com que cunho), como pode se responsabilizar pela distribuição? Ayahuasca é um termo genérico, vejam bem (e "daime", "vegetal", "cipozada", também): tem muitas variâncias aí no preparo que podem ocasionar diferentes resultados - "nem tudo que reluz é ouro", não é assim que se diz?

Havendo foco nessas questões primordiais, o Seminário poderá chegar a bom termo, afinal isto é o que se propõe discutir no GMT. "Who is who" já é outro cerimonial.

Parabéns, Altino, por seu blog sempre pontual, e um grande abraço.

Anônimo disse...

Bem lembrado pelo Eduardo Bayer ...
Se é para se estabelecer o controle social, normas de conduta e uso da ayahuasca, uma das prerrogativas básicas é o respeito às leis ambientais. O IBAMA do Acre tem hoje a competência de normatizar o uso (no que diz respeito a planta, a sua colheita, transporte, reposição florestal, manejo) e estamos já com alguns procedimentos que visam controlar sem complicar o funcionamento das igrejas. Apenas exigindo coisas como o plantio, a colheita com boas práticas ambientais e a comprovação da existência legal da instituição.
A contribuição do GT seria fundamental numa construção participativa, juntamente com o IBAMA, das normas de utilização das plantas que compõem o chá.

Anônimo disse...

Who is who... faz parte do mesmo cerimonial, sim, visto que a criação do seminário objetiva a implantação de alguma forma de controle sobre a produção e distibuição da ayahuasca, além de definir a sua legalidade (ou não. Aliás, fiquei sabendo que algumas pessoas descomprometidas com a ética e religiosidade deste assunto andaram forçando a barra em diversos grupos sérios, usuários da ayahuasca (Mestre Daniel, UDV, entre outros)com o único intuito de gerar imagens para uma poderosa emissora de TV explorar distorcidamente as atividades relacionadas ao vinho das almas.
Consta, ainda, que o próprio Conad usou a consultoria de pessoas que defendem a liberação de drogas como a maconha, em flagrante desrespeito a lei vigente.
O que se sabe até agora é que existe um movimento em direção à regulamentação oficial da exploração da ayahuasca (provavelmente em função da alta lucratividade de seu comércio) em favorecimento de grupos organizados que já há muitos anos vem ganhando muito dinheiro através desta exploração.
Atenção nas entrelinhas deste seminário, que está me parecendo um meio de oficializar o abuso, ou, pior, uma tentativa de barrar o desenvolvimento do processo de expansão do uso da ayahuasca.