quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006
EXPEDIÇÃO FOZ DO BREU
Por Elson Martins (*)
A Expedição Foz do Breu II que sobe o rio Juruá refazendo o roteiro da primeira expedição realizada há três anos, já se encontra em Taumaturgo, na metade do caminho. O grupo partiu da cidade de Cruzeiro do Sul domingo à noite, num barco de porte médio com 15 pessoas a bordo.
A viagem até a Foz do Breu deve durar 10 dias, parando na ida e na volta em cidades, vilas e comunidades do Juruá. Foi incluída no roteiro uma visita a Vacapista, vila do Peru ocupada por cerca de 500 civis e militares.
Da foz, no rio Amazonas, até as nascentes, no Peru, o rio Juruá tem 3.283 quilômetros de extensão, um terço em território acreano. É um rio que faz muitas voltas e se rompe de tempos em tempos formando lagos piscosos. Nesta época de muita chuva, porém, os peixes somem e a população ribeirinha encontra dificuldades para manter sua dieta alimentar. A escassez é menor nas cabeceiras e nos afluentes.
Alimentação, entretanto, não tem sido a queixa mais freqüente feita aos membros da expedição; as famílias recorrem a alimentos como farinha, feijão, macaxeira e animais de criação (galinha e porco), afora alguma caça miúda. A reclamação é maior contra a falta de atendimento de saúde em toda região. A malária, sobretudo, grassa no vale, que possui poucos médicos e quase nenhum medicamento.
No Juruá-Mirim, afluente da margem esquerda do Juruá distante 12 horas, de barco a motor, de Cruzeiro do Sul, a expedição encontrou comunidades em situação triste.
Na Vista Bela, por exemplo, onde funciona uma escolinha precária, mas heroicamente conduzida pela professora Rosinha, existe um posto médico fechado há meses.
- É um dormitório de morcegos – define o professor José Lourival Gonçalves, da comunidade vizinha, Porongaba.
(*) Elson Martins é jornalista e colaborador do blog.
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