Por Ruth Rendeiro (*)
Hoje, a filha de Lúcio Flávio Pinto, Juliana da Cunha Pinto, lerá em Washington o perfil do jornalista paraense, já dentro da programação de entrega do Prêmio do Committee to Protect Journalists, que acontecerá dia 22 em Nova Iorque.
Lúcio Flávio é um desses que têm lutado até seu limite por uma causa, pelo direito à informação, à verdade sobre a Amazônia. Pela Amazônia!
Mas, ao invés de comemorar tão importante premiação, ele acaba de incluir na sua longa lista de processos, mais um. É uma forma de extenuá-lo, já que ele hoje vive praticamente em prisão domiciliar atendendo a Justiça.
A mais nova ação é movida por Ronaldo Maioranja, que o agrediu fisicamente em janeiro deste ano em um restaurante em Belém . É uma queixa-crime com base na lei de imprensa por calúnia, difamação e injúria, acusando Lúcio Flávio de ter ofendido a memória do pai dele ao associar Romulo Maiorana ao contrabando.
O artigo foi publicado no livro "A Favela e o Arranha-Céu", na coleção "Cadernos da América Latina", pelo jornal L'Unità e reproduzido na edição 353 do Jornal Pessoal, da 2ª quinzena de setembro. Ele estará também no livro que Lúcio lançará nos próximos dias intitulado "Guerra amazônica – o jornalismo na linha de rito (de madeireiros, grileiros, intelectuais, etc. & Cia.).
Para que se tenha uma idéia do que o jornalista está enfrentando, até a próxima sexta-feira ele terá que protocolar três contra-razões de agravo, um recurso especial e um recurso extraordinário e, na segunda-feira, mais interpelação, pedido de correição, informação de testemunha. Os 19 processos a que responde têm impedido o jornalista de viajar, trabalhar e, é claro, de viver.
(*) Ruth Rendeiro é jornalista em Belém
Um comentário:
Lúcio Flávio é luz, chama que inflama nos interflúvios da Amazônia, os eflúvios de nossos gritos amordaçados e nossas dores silentes. É tanta vida que se perde a cada dia, e ainda permitimos que as testemunhas vívidas da história sejam achincalhadas pelas oligarquias e coiotes que se apossaram da mídia, das comunicações e do poder institucional.Repito o que já disse: jornalistas e amantes da liberdade de imprensa, dos corações e das mentes:_Uni-vos, e decretai "habeas corpus" permanente ( ou "habeas verbu ad infinitum"..) ao nosso Lúcio. Se não reagirmos contundentemente agora, não será difícil vislumbrarmos um futuro de novos porões de sofrido silêncio cá nestes tristes trópicos....Saudações Tapajoaras.....Rosa
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