quinta-feira, 17 de novembro de 2005

ENROLA, ESTICA E PASSA


Amanheci com uma preguiça danada de escrever e por isso resolvi enrolar, esticar e passar adiante a entrevista que o Tom-in Alves (na foto tirada em sua casa, na Terra) concedeu à Aleta Dreves e publicou no blog dele. Cuidado: não é verdade quando ele afirma lá, no final da entrevista, que, às vezes, passa até dois dias sem escrever. Na verdade, quando ele bem entende, pode demorar até mais de uma semana. Mas não dá para ficar deitado em rede sem conferir todo dia o bissexto O Espírito da Coisa. Eis a entrevista:

Ainda com preguiça de escrever, e recebendo visitas de leitores que só agora estão começando a acessar o blog, resolvi publicar essa rápida entrevista comigo mesmo. As perguntas foram feitas pela blogueira Aleta Dreves, para um trabalho acadêmico. Gostaria de conhecer as respostas de Altino e de outros colegas virtuais. Serve de explicação para os que chegam agora e de enrolação nesta noite de preguiça, em que a lua tá linda lá fora e já vou tomando o caminho da Terra, do chá de cidreira, da varanda, daquele tabaco que comprei no Juruá...

Qual o motivo que levou a criação do seu blog?
Ih, taí uma pergunta difícil. Que motivo pode levar alguém a expor suas intimidades na net? Bom, mas pra não entrar no terreno das confissões, posso dizer que fui cronista durante muitos anos. Na década de 80 escrevi mais de mil crônicas para os jornais do Acre em que trabalhei. Depois disso fiquei afastado, envolvido com a política e a administração pública, escrevendo poucos, a maioria das vezes textos ”úteis”, ou seja, muita argumentação e pouca poesia. Mas escrever é, para mim, uma espécie de segunda respiração. Não posso passar sem isso, sem esse drama existencial da escolha de cada palavra. E, claro, não posso ficar sem uma platéia para agradar e seduzir. Como dizia meu guru, o jacaré Jack Fontenele, “são tão carentes, vocês, mamíferos”.

Como você caracteriza o seu blog?
Crônica, acho que essa é a palavra. Tem alguma coisa de diário pessoal, também, porque sempre se deixa entrever o dia-a-dia e até algumas intimidades. Mas tudo submisso ao texto, ao que é possível expor com algum valor literário, mínimo que seja. Não achei ainda uma maneira de colocar imagens e, quando for fazer isso, certamente darei preferência aos desenhos mais que às fotos. A diagramação é pobre, o modelo mais simples que encontrei, em branco e cinza, sem enfeites. A Palavra é a rainha, tudo por ela.

Qual o foco principal do seu blog?
Tudo. Mas as coisas que mais me despertam interesse estão ligadas a cultura, meio ambiente, educação, comunicação, um pouquinho de filosofia... Claro, política é inevitável, mas procuro não exagerar. Aliás, por conta do debate político e teórico é que criei um blog-anexo, chamado “a coisa em si”, para onde transfiro textos que me mandam ou que encontro na net, em que se travam as polêmicas da atualidade. Também criei outro blog-anexo, chamado “qualquer coisa”, para os textos e assuntos mais malucos, delírios, piadas etc., também escritos não apenas por mim. Tudo pra manter o blog principal, “o espírito da coisa”, com uma cara mais limpa.

Quantos acessos diários possuí seu blog?
Varia, dependendo dos assuntos que estejam na pauta da sociedade. Crise política aguda, acidentes e catástrofes ambientais, coisas assim fazem aumentar o acesso de leitores a todos os sites que tratem desses assuntos. Normalmente, varia entre 150 e 200 acessos por dia.

Ele proporciona interatividade?
Sim, mas restrita. Depois de um ano dando espaço para comentários anônimos que muitas vezes eram ofensivos, passei a controlar previamente a publicação de todos os comentários. Não exijo que a pessoa se identifique, mas que deixe um endereço de contato, de modo que possa ser responsabilizado pelo que escreveu caso alguém se sinta ofendido.

Qual é o tipo de atualização? Se for diária quantas atualizações em média são feitas?
Quase diária. Uma vez por dia, mas às vezes passo dois dias sem escrever. Meu texto não é informativo, não é “profissional”, digamos. Depende de inspiração, tem que ter uma alegria de escrever. Matar mais que um leão por dia fica difícil.

4 comentários:

Anônimo disse...

Puxa, Altino, pensei que eu fosse preguiçoso. Mas quando enrolas os teus leitores usando a minha preguiça... caramba, estou superado.

Anônimo disse...

Altino,
você foi a meu blog, retribuí a visita. E gostei. Tanto que coloquei um link de seu blog no meu.
Abraços,
Antônio Mello
http://blogdomello.blogspot.com

Anônimo disse...

Vixe! o caso é mais grave do que poderia imaginar minha ingenuidade paulistana.

Anônimo disse...

Toinho: love, aqui e lá.