terça-feira, 26 de julho de 2005

RIO ACRE


É assustador percorrer o rio Acre a partir dos serviços de busca de fotos por satélite. Já percorri várias vezes, de carro, barco ou avião, o trecho de Boca do Acre (AM) até Assis Brasil.

Mas nada se compara às imagens 3D de satélite. Elas são chocantes ao expor o impacto que a pecuária teve e ainda terá em determinar a morte do rio.

Para fazer essa viagem horripilante, você tem as opções de usar o website Virtual Earth, da Microsoft, ou o serviço de mapas do Google, que se vale do mesmo banco de fotos de satélite usadas pela Microsoft.

Mas o melhor mesmo é baixar o Google Earth, que traz todo o planeta Terra para dentro do seu computador e torna mais ágil a navegação. Os recursos da ferramenta são formidáveis.

Da para observar do alto, com um simples clique no mouse, o que muita gente tenta esconder aqui embaixo. Lamento, mas não da para desejar boa viagem a quem decidir navegar o cenário de devastação que vai nos tragar.

O poeta Beto Brasiliense já havia cantado "Mil acres" assim, no começo dos anos 80:

Em tantos mil hectares
Milhares de acres
E a terra é de quem
Vamos andando pro espaço vazio
Com as matas queimadas
E as patas dos bois
Na beira dos rios

Nas cabeceiras se fala
De tribos, índios arredios
Que só se vê quando sonha
Nas noites de frio
Estradas bem asfaltadas arroz cor-de-rosa
E leite azul
Muita comida enlatada
E tudo o que é útil
Primeiro de abril

Vamos seguindo pro espaço vazio
Com as matas queimadas
E as patas dos bois
Na beira dos rios

O por-do-sol multiplica
Cores violentas
Laranja e violeta
Muita poeira e fumaça
Anúncios do fim
Não tem segredo
Não adianta ter medo
Não adianta sair
Acreditar em mil acres
Na força dos fracos
Ficar por aqui

Acreditar em milagres
Na força dos fracos
Ficar por aqui

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