quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005

A VACA E O BÊBADO

Jornalista Elson Martins leu o que escrevi em O fazendeiro e a vaca e decidiu relatar o sufoco que já viveu por causa do atrevimento de um desses animais. Estou me referindo à vaca e não ao fazendeiro, viu? Divirtam-se:

"Olá, Altino.

Dos anos 70 para cá, as vacas parecem audaciosas e sabendo escolher o que atacar. Por volta de 1988 levei um susto danado de uma delas.

Eu morava no Ipê, numa casa que pertenceu ao economista Mário Lima e hoje é a residência do desembargador Arquilau. O terreno era praticamente aberto, com uma porteira larga que dava para uma piscina.

Numa madrugada, ao retornar de uma farra no restaurante Kaxinauá, ouvi um barulho esquisito no fundo do quintal, o que me levou a pensar em alma e no Mapinguari.

Mas, como cheguei “triscado”, enchi-me de coragem e fui ver que bicho era: uma vaca havia caído na piscina e nadava em círculo há algumas horas, bufando exausta.

Se bem me lembro, eram três horas e a primeira idéia que me ocorreu foi salvar a vaca. Aguardei que passasse num canto raso, ajoelhei na borda da piscina e a agarrei pelo chifre.

Após alguns minutos, em que me pareceu mais descansada, soltei-a de novo e corri a acordar minha mulher para que chamasse o Corpo de Bombeiros.

Durante uns dez minutos permaneci ajoelhado e tonto repetindo o gesto de agarrar a vaca pelo chifre, segurá-la por alguns segundos e soltá-la para voltar a agarrar numa outra volta.

Cerca de seis bombeiros finalmente a retiraram da piscina numa ação hilária, após o que o animal saiu trôpego para algum curral das redondezas".

Nenhum comentário: