quinta-feira, 4 de novembro de 2004

BRASIL EM CHAMAS

O uso do fogo, tradicional para a renovação de pastagens e para a liberação de novas áreas para as atividades agropecuárias, cresce no país a cada ano, segundo a pesquisa "Indicadores de Desenvolvimento Sustentável", do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Foram detectados 104 mil focos de calor no país em 2002. No ano seguinte, esse número subiu para 213 mil. A maior incidência foi na região Nordeste, com 68 mil focos. Na região Sudeste, ocorreram 15 mil focos.

Na Amazônia, a área desflorestada hoje já representa 15% da área total. Nas últimas quatro décadas, a formação de pastos e áreas agrícolas, decorrentes também da extração predatória de madeira, se acentuaram na chamada Amazônia Legal, nas bordas sul e leste, também conhecida como Arco do Desflorestamento.

De 2000 a 2001, os maiores percentuais de desflorestamento em relação à área de floresta remanescente da Amazônia Legal estão no Mato Grosso (1,96%), Maranhão (1,89%) e Rondônia (1,62%).

Em 1992 existiam 440 mil quilômetros quadrados de desflorestamento acumulado. Em 2002, a área chegou a 631 mil quilômetros quadrados.

No Acre, os números de focos de calor vêm aumentando. Em 1998 foram registrados 260 focos, mas no ano seguinte o número baixou para 68 focos. Em 2000, foram 454 focos de calor que dobraram para 828 em 2001. Eles passaram para 1.254 em 2002 e se estabilizaram em 1.253 no ano passado.

As queimadas são ações autorizadas pelos órgãos ambientais, implicando controle e manejo do fogo para a renovação e a abertura de pastos e áreas agrícolas.

Elas têm sido a forma mais usada para a conversão de florestas na Amazônia e dos cerrados do Brasil Central em áreas agropastoris.

Os incêndios florestais correspondem a situações de fogo descontrolado que consomem grandes áreas com vegetação nativa, pastagens e cultivos.

Têm origem em queimadas descontroladas e no uso não autorizado do fogo para fins agropastoris. Tanto as queimadas quanto os incêndios florestais destroem, anualmente, grandes áreas de vegetação nativa no País, sendo uma das principais ameaças aos ecossistemas brasileiros. Ocorrem, majoritariamente, durante a estação seca (maio a setembro).

A freqüência de ocorrência de focos de calor pode ser utilizada como indicador do avanço das atividades agropecuárias e áreas antrópicas sobre as áreas com vegetação nativa, desde que associada a outros indicadores.

Nem todos os focos de calor representam avanço de atividades agropastoris sobre áreas de vegetação nativa; como exemplo tem-se a prática de queimadas em pastagens extensivas e o uso do fogo durante a colheita em canaviais.

O número e a localização dos focos de calor são obtidos a partir de informações coletadas por satélite (NOAA-12). Por conta disto, falhas na obtenção das imagens em certos dias não permitem a contabilizar alguns focos de calor.

Um comentário:

André Neri disse...

Deixando o sentimento ecológico de lado, essa conversa de sustentabilidade, de preservação, de n manejos, é lindo, mas é lindo pra quem está de fora. Essa demasiada política só traz retardo. Se eles querem que sejamos 'sustentáveis', eles que onerem com isso. Abraços!