Etnia repudia atuação do ministro Mauro Campbell Marques, do STJ
"Por desmatar ilegalmente 1/3 da Terra Indígena do povo Ashaninka da aldeia Apiwtxa, Abrahão Cândido e Orleir Cameli foram condenados em 1ª instância, na Justiça Federal no Acre, a indenização.
Os réus Abrahão e Cameli apelaram. Mas perderam também em 2ª Instância: o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou provimento e a relatora Ministra Eliana Calmon rejeitou os Embargos Declaratórios.
Os réus perderam em 1ª e 2ª instâncias, foram condenados, faltando apenas publicar a sentença. Mas o Ministro Mauro Campbell Marques pediu vista.
Para publicar a sentença de condenação de Abrahão e Cameli por desmatar 1/3 da Terra Ashaninka, o STJ precisa terminar de julgar o Recurso dos réus.
No entanto, toda vez que o processo volta à mesa de julgamento o Ministro Mauro Campbell Marques determina adiar a decisão.
O julgamento vem sendo marcado, vai à mesa e então é adiado pelo Ministro Mauro Campbell Marques, repetidas vezes, nas datas de 18/2, 17/6, 22/6, 3/8 e 17/8.
Hoje, dia 19/8, às 14h, o recurso de Abrahão e Cameli irá, pela sexta vez, para a mesa de julgamento da Segunda Turma do STJ.
Será que o Ministro Mauro Campbell Marques, às 14h, adiará novamente a decisão do STJ, em benefício de desmatadores criminosos?
Ou será que o Ministro Mauro Campbell Marques não considera crime invasão de terra indígena, abertura de estradas e derrubada ilegal de árvores?
Será que o Ministro Mauro Campbell Marques não considera crime a retirada ilegal de 1.374 metros cúbicos de mogno e 1.374 metros cúbicos de cedro?
Amigos, a comunidade Apiwtxa acompanha com tristeza esse longo processo e os adiamentos da decisão final pelo Ministro Mauro Campbell Marques.
Repudiamos a atuação do Sr. Ministro Mauro Campbell Marques da Segunda Turma do STJ neste caso.
Não temos como não responsabilizar o Ministro Mauro Campbell Marques por tanto adiamento.
Estamos em estado de alerta. Preparados para o combate.
Os crimes de Abrahão Candido e Oleir Cameli não podem ficar impunes. A derrubada da floresta é crime contra o nosso povo e contra o planeta.
O Brasil não pode engolir o desmatamento cruel e devastador de 29 mil hectares de madeira de Lei pela cobiça de Abrahão Cândido e Oleir Cameli.
O povo Ashaninka da Apiwtxa não aceita o crime de Abrahão e Cameli.
Já estivemos antes em Brasília. E se preciso retornaremos a Brasília, até o Ministro Mauro Campbell Marques.
Queremos justiça!
Benki Piyãko Ashaninka e Isaac Pinhanta Ashaninka"
Nota do blog: a decisão foi novamente adiada nesta quinta-feira (19), a pedido do ministro Mauro Campbell Marques. Leia mais sobre o caso no Blog da Amazônia. O ministro é amigo de várias autoridades no Acre, que sua vez são amigas de aliados políticos e econômicos de Abrahão Cândido e Orleir Cameli. O ministro nasceu no Amazonas, onde Cameli também é muito influente como empreiteiro.
Caro Altino
ResponderExcluirO CIMI, Regional Amazônia Ocidental, por meio de sua coordenação em Rio Branco e da equipe de área em Cruzeiro do Sul, se solidariza com o povo Ashaninka e se soma ao repúdio a posição do Exmo. Sr. Ministro.
Esses senhores, os réus, continuam confiando na benevolência das autoridades e nutrindo a certeza da impunidade. Terra indígena, ou não, é terra sagrada e sua manutenção e respeito por ela é nossa obrigação. Muita sorte aos Ashaninka nesta luta que já se estende por anos.
Bom trabalho
Lindomar Padilha
Bom dia Altino.
ResponderExcluirÉ uma vergonha e causa revolta ler esse tipo de notícia.
É por isso que o povo brasileiro é descrente na justiça. Por um todos pagam.
O STJ seria a istancia da esperança para quem procura justiça para seu direito ferido. Isso, que vemos, vai de encontro ao que escutamos sobre 'a justiça é para todo'.
Digo que a justiça é para todos, mas nem todos recebem a justiça que merece.
PS: OH SÃO PEDRO DERRUBA UM CAMINHÃO DE CHUVA AQUI PARA BAIXO E COISA TÁ PRETA OU MELHOR FUMACENTA! O GOVERNO DA FLORESTANIA JÁ ABANDONOU O BARCO, AGORA, É '...PARA CRESCER'. ENTENDAM COMO QUISEREM.