segunda-feira, 9 de outubro de 2006

UM DIRETOR APAIXONADO

Giovana Antonelli (Delzuite) conversa com o diretor Marcos Schechtman, da minissérie "Amazônia - De Galvez a Chico Mendes", na cidade cenográfica do Quixadá, às margens do Rio Acre.



Passei a manhã acompanhando as gravações da minissérie, especialmente a cena da chegada do menino Augusto, filho do coronel Firmino, que substitui o pai no comando do seringal na segunda fase da minissérie.

Fiquei na cabine onde Schechtman comanda a movimentação de centenas de atores, figurantes e assistentes, a partir de um monitor de vídeo e de um microfone.


É simplesmente impactante assistir ao plano no qual a câmera de uma grua gigante acompanha o menino ao desembarcar e ao subir com o pais as escadarias de madeira até à sede do Seringal Santa Rita.

Homens sobem e descem as escadas para descarregar e carregar o barco, o seringalista fala com firmeza dentro de seu terno de puro linho, enquanto cabras, cavalos, carroças, porcos, galinhas, cães, mulheres e crianças complementam a cena.

Marcos Schechtman, antes e depois de cada gravação, pega o microfone e fala, para que todos ouçam, da satisfação que sente de estar em solo acreano e agradece a recepção carinhosa do povo.

Após mais um dia de gravação, o diretor senta ao chão, na varanda do armazém do seringal Santa Rita, e conta do prazer e das dificuldades impostas pela natureza para filmar a minissérie de autoria de Glória Perez.

- Aqui a gente vê a humildade do homem, que é pequeno diante da floresta. As dificuldades naturais, como lidar com a logística das águas, o excesso de calor, a grandeza da natureza perante o homem, são dificuldades, mas, muito mais que isso, a dificuldade é capturar a alma - afirma.

É impressionante a empolgação de Marcos Schechtman quando fala da história do Acre, totalmente desconhecida para o resto do Brasil. Ele lamenta que as pessoas desconheçam o que foi o esplendor da cultura amazônica durante o ciclo da borracha.

- A fortuna amealhada naquele período, como dizia Gilberto Freyre, só é comparável à dos marajás do Oriente, onde ocorreu o maior consumo de diamantes à época.

No Acre, as gravações da minissérie devem prosseguir até o dia 25. Antes de viajar hoje para Manaus, para dirigir mais gravações, Schechtman concedeu a entrevista a seguir. O diretor não esconde a paixão pelo Acre.

3 comentários:

  1. Anônimo9:56 PM

    Meu caro visconde dos buritizais.
    Dê os meus parabens pro Marcos Schechtman, pela excelente direção que está fazendo, da nossa tão bela, e tão
    desconhecida história. Mostrá-la pro
    Brasil e pro mundo,é de uma grandiosidade desmedida. São os "brabos" do começo da história, fielmente vividos
    e bem representados pelos "bravos"de hoje.
    Glória Perez,Marcos Schechtman e todos os astros do elenco. Técnicos,operadores,pesquisadores,câmeras,maquiadores,iluminadores,figurinistas,
    figurantes (nobres conterrâneos)
    pessôas simples,mas belas e brilhantes.
    Meu carinho e meu apreço.
    Seremos felizes !

    ResponderExcluir
  2. Anônimo3:22 PM

    Tudo isso é grandioso,principalmente pelas grandes lembranças da infancia,nos seringais.Brincávamos nós,11 irmãos sobre as borrachas de seringueira que boiavam sobre o Rio Acre...e o batelão descendo o Rio rumo a Rio Branco(nós somos de Brasiléia)...simplemente memórável e excitante até!
    parabéns pelo seu trabalho...asim nós tb podemos acompanhar de longe,o que tá acontecendo nas nossas terras!!!
    um cheiro.

    ResponderExcluir
  3. Anônimo10:40 PM

    As fotografias de gente "empalitozada" parece até desfile pelas ruas de Manaus e Belém da época. Esqueceram de dar uma olhadinha nas fotos da época para ver como se "arrumava" borracha nos pátios dos barracões e "amontoaram" as pélas. É pode ser seringal pós-moderno.

    ResponderExcluir

Comentários neste blog passam por minha moderação, o que me confere o direito de publicá-los ou não. Textos assinados por mim refletem exclusivamente a minha opinião e não a das instituições para as quais trabalho ou venha a trabalhar. A reprodução do conteúdo é livre, desde que seja preservado o contexto e mencionada a fonte.