quinta-feira, 20 de novembro de 2014
As lições e o silêncio dos magistrados
O presidente da Associação dos Magistrados do Acre (Asmac), Raimundo Nonato, deu lições à imprensa durante uma coletiva na quarta-feira (19), no Palácio da Justiça, de acordo com relato do site AC 24 Horas (leia). Disse que a imprensa é fundamental, mas não é absoluta. É verdade. O que ninguém viu até agora foi a Asmac se manifestar a respeito das declarações do governador Tião Viana (leia) sobre a suposta conduta de magistrados na Operação G-7.
Em entrevista ao mesmo site, Viana declarou:
- Eu sei até que foi numa pizzaria da cidade que começou o diálogo que isso [Operação G-7] ia começar a ocorrer. Eu sei o que ocorreu dentro da Catedral eu numa missa num domingo. E eu recebi visita de um desembargador tratando de uma questão [G7] dentro da missa. Não esqueço do bafo de álcool que tava na boca dessa pessoa.
O governador acrescentou:
-Eu tive informações em agosto do ano anterior (2012), vésperas das eleições, que tinha um processo em curso pra explodir, pra desonrar o governo e fazer o Marcus Alexandre perder a eleição. Só que pra graça de Deus um juiz federal recusou-se a aceitar aquele tipo de denúncia que tava sendo formulada. Quando foi em fevereiro eu recebi aqui em meu gabinete a visita de desembargadores [também omitiu o nome] me alertado de uma operação suja que estava em curso. E eu disse que quem não deve, não teme. Mas sobre isso eu só quero falar depois, porque eu não queria fazer defesa antecipada. G7 vai entrar pra história, quando a verdade aparecer, como a maior farsa contra a integridade de uma instituição chamada governo. Não tenho a menor dúvida que nada se provará contra a qualquer ato de desonra e desonestidade do governo. Nós estamos entrando numa fase preliminar; são 43 meses que nós estamos chegando desde o início da investigação. Começou em abril de 2011 a investigação.
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3 comentários:
Eu Gosto do lado ' Bisturi Cirúrgico ' das Coisas.
Operação G 7
Operação Lava jato
Operação Platéias
A OPERAÇÃO REBORDO$.A. é a Melhor!!!
Só falta a operação de hernia
Prezado Altino,
O Estado Democrático de Direito, como conquista irrenunciável do povo brasileiro, consagra o Poder Judiciário independente e a imprensa livre como símbolos dos elevados valores republicanos e da defesa dos direitos fundamentais, tanto que essas duas relevantes instituições são os primeiros alvos das investidas dos regimes totalitários.
É preciso sempre relembrar, porém, que na República constitucional a atribuição de poderes é via de mão dupla que implica a respectiva responsabilidade. Imprensa e Judiciário possuem, sim, limites e estão sujeitos à fiscalização social. Os membros do Poder Judiciário, aliás, são os mais fiscalizados dos três poderes, pois estão sujeitos aos escrutínios das corregedorias locais, do CNJ, das partes do processo, do Ministério Público, da OAB e da própria imprensa.
No que concerne à imprensa, a censura prévia deve ser sempre combatida, mas isto não significa que medidas posteriores não possam ser reivindicadas por quem se sentir vulnerado nos direitos fundamentais por uma reportagem ou texto.
De toda forma, o interessante é que o maior defensor da imprensa, entre todos os setores da República, é exatamente o Poder Judiciário, o qual até pode, em certos casos, em resposta a pedidos formulados em ações judiciais, impingir condenações em decorrência do trabalho jornalístico, mas em dimensão e casos muito maiores consagra a atividade independente da imprensa como pilar do nosso avanço civilizatório, protegendo-a da policia de opinião.
Giordane Dourado
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