terça-feira, 29 de abril de 2014

Não sou macaco

Na cadeia evolucionária certamente não sou melhor que um macaco, mas não sou macaco. Então agora podemos chamar preto ou negro de macaco porque somos todos macacos? Macaco é uma palavra reconhecidamente racista. Durante a Guerra do Paraguai, por exemplo, soldados das tropas brasileiras, integradas por muitos negros, eram chamados genericamente de macacos. Dizem que somos primos-irmãos dos macacos. Tudo bem, mas não podemos admitir ser chamados de macacos por quem destila racismo. Somos apenas irmãos na cadeia de toda a criação ou evolução, o que vai demorar para ser conhecido e compreendido pela totalidade da espécie humana. Portanto, considero infeliz e racista aquele #somostodosmacacos em pretensa oposição a racismo. Mas há que se considerar os que entendem que a campanha despe a palavra de seu conteúdo racista e a remete a seu significado literal. Eu não gosto, viu?

Um comentário:

Sara Daniela disse...

O tema da hora reportou-me à cerimônia de posse do Dr. Samoel Evangelista no cargo de Desembargador do TJAC. Na ocasião, a Desª. Miracele Borges deu as boas vindas a Samoel citando um poema africano que deixou os presentes pasmados pela criatividade da Desembargadora. Eis o poema:

"Quando eu nasci, era Preto;
Quando cresci, era Preto;
Quando pego sol, fico Preto;
Quando sinto frio, continuo Preto;
Quando estou assustado, também fico Preto.
Quando estou doente, Preto;
E, quando eu morrer, continuarei preto!
E você, cara Branco,
Quando nasce, você é rosa;
Quando cresce, você é Branco;
Quando você pega sol, fica Vermelho;
Quando sente frio, você fica roxo;
Quando você se assusta fica Amarelo;
Quando estê doente, fica verde;
Quando você morrer, você ficar é cinzento.
E você vem me chamar de Homem de Cor?"