quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Luta pela hora do Acre: lição de derrota aos coronéis de barranco

POR LETÍCIA MAMED

Finalmente! O antigo fuso horário do Acre já tem data para ser restabelecido: 10 de novembro de 2013. Muitos esperneiam suas preferências individualistas e egoístas. Outros tantos, a serviço do establishment e de interesses empresariais, financiados para tanto, cultivam mentiras, aterrorizando a população com o falso argumento de que a programação da TV será gravada.

E eu apenas celebro a importância da crítica neste mundo e neste Acre em que tudo parece(ia) dominado. A autoritária mudança da hora, em junho de 2008, foi acompanhada pelo firme, engajado e corajoso processo de crítica, que hoje, após mais de cinco anos, venceu o tiranismo político e econômico dos coronéis de barranco do Acre.

A crítica ecoou pelas redes sociais e se colocou até mesmo onde elas não existem, tornou possível a realização do referendo, desafiou o aparelho estatal em uma campanha injusta de recursos e meios, mas jamais recuou.

Depois ainda foi preciso superar as inúmeras e absurdas tentativas de descumprimento da vontade popular nas urnas, sempre bem orquestradas pelos derrotados.

Em menos de seis meses, dois fatos e duas conquistas: a realização do Dia do Basta, da maneira e da proporção que foi; e o retorno do antigo fuso horário do Acre.

Aos tipos políticos conservadores-esquizofrênicos, que perderam o contato com a realidade e mantêm como horizonte uma democracia meramente formal e institucional, mais uma significativa lição.

Letícia Mamed é professora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Acre

2 comentários:

Sara Daniela disse...

O interessante desse episódio e que a alteração do fuso, da forma autoritária que ocorreu, partiu justamente daqueles que nos idos passados pediam por democracia. Esse é o nosso tão Acre.

Sara Daniela disse...

O interessante desse episódio e que a alteração do fuso, da forma autoritária que ocorreu, partiu justamente daqueles que nos idos passados pediam por democracia. Esse é o nosso tão Acre.