domingo, 2 de junho de 2013

Troca de semáforos melhora segurança no trânsito de Rio Branco

POR ROBERTO FERES

Os semáforos sequenciais, desenvolvidos e inicialmente implantados em Londrina (PR) faz uns 10 anos, foram instalados em diversas cidades do país. São equipamentos tecnologicamente mais sofisticados e, por isso mesmo, mais caros que os convencionais.

Curitiba realizou uma experiência com esse tipo de controlador de tráfego em uma avenida e fez a comparação da quantidade de acidentes após dois anos de utilização com os dois anos anteriores, constatando que produziram um aumento superior a 50%.

Até a década de 70 os semáforos mostravam a luz amarela tanto na passagem da verde para a vermelha, quanto na passagem da vermelha para a verde. Isso foi modificado com a supressão do amarelo na abertura do tráfego, reduzindo a possibilidade de um motorista mais afoito sair antes da efetiva liberação da via.

Antes de dizer sobre os semáforos em si, é importante destacar que o recurso mais eficaz da sinalização viária é a padronização. O que vale num lugar deve valer em todos. A leitura e interpretação pelos condutores deve ser clara, direta, e imediata. Não pode causar dúvidas. Há que se lembrar que no trânsito de uma cidade existem condutores visitantes, vindos dos mais diversos locais do país e do mundo.

A padronização dos semáforos não pode ser uma coisa que vale numa cidade e é diferente em outra. Uma vez fui a Manaus e existia um semáforo que piscava o verde antes de mostrar o amarelo. A novidade me fez baixar a velocidade, enquanto os motoristas locais aumentavam e quase provoquei um acidente.

Mostrar o momento que o semáforo efetivamente abrirá ou fechará causa ansiedade no condutor e produz procedimentos afoitos ou precipitados e o perigo de colisões. Controladores modernos podem permitir, inclusive, a autuação automática pelo próprio tráfego, fazendo com que os tempos de abertura e fechamento variem conforme o fluxo viário.

Uma moda que pegou, a partir do final dos anos 80, foi o estabelecimento de um momento que o semáforo fica fechado para todos os lados, conhecido como vermelho total. Essa técnica devia ser utilizada somente em interseções muito longas, onde quatro segundos de tempo de amarelo não fossem suficientes para um veículo cruzar o tráfego conflitante. Um exemplo da necessidade disso, em Rio Branco, é no semáforo da Av. Ceará com a Av. Brasil, no Terminal Urbano. Porém, o uso indiscriminado do vermelho total dá segurança ao motorista para passar ainda no vermelho.

A substituição dos semáforos sequenciais pelos convencionais é corretíssima e tardia. Defendo que os tempos usados em vermelho total sejam incorporados aos tempos verdes, exigindo dos motoristas maior prudência e garantindo maior fluidez.

A tecnologia associada ao trânsito melhora constantemente e deve ser incorporada para aumentar a segurança, melhorar o fluxo e diminuir o consumo de energia, tanto dos veículos quanto do próprio sistema semafórico. Nesse contexto, os semáforos despadronizados vão na contramão, encarecendo os sistemas, aumentando as situações perigosas e confundindo os condutores.

Roberto Feres é engenheiro civil com formação em engenharia urbana

3 comentários:

luciano disse...

Muito interessante e úteis as informações contidas no artigo. Parabéns pelo profissionalismo e pela seriedade de sempre.

Enzo Mercurio disse...

Já dirigi em muitas cidades , e em Rio Branco achei muito dificil de dirigir e alem do mais muito perigoso.
Espero que tenha mudado.

Acreucho disse...

os semáforos sequenciais surgiram em Maringá (onde vi pela primeira vez) lá pelos idos de 1980 mais ou menos...
Acho importante esses semáforos sequenciais, o sequenciamento dos segundos ou da luzes alerta o motorista de que está prestes a abrir ou fechar o tráfego, evitando aquela demora de quase cinco segundos para que os motoristas "acordem", agilizando o tráfego... Acho uma pena que estejam sendo retirados de nossa cidade.