quinta-feira, 14 de junho de 2012

NÃO É PERMITIDO FECHAR AS PORTEIRAS

POR LEILA JALUL

Com todo respeito, digo ao jornalista Beneilton Damasceno, autor do artigo "Bem-vindos ao paraíso", que posso entender a sua indignação. O Acre, queiram ou não, está cheio de homens e mulheres competentes. Isso é fato. E são trocadas por pessoas “de fora” menos competentes e indicadas por ingerências políticas, até. Isso pode justificar o motivo da raiva do nobre escriba. Acho que sim.

Sempre tive a impressão, também e no entanto, que há um território maior que o Acre. Um território chamado Brasil, cujas leis codificadas permitem o direito de ir e vir para onde quiser, com quem quiser e para fazer o que bem der na telha. E é daí que há tantos “estrangeiros no Acre”, nas funções mais diversas.

Sejam médicos, juízes, advogados, professores, comerciantes, donos de empresas de ônibus e tantos outros tipos de profissionais, acompanhados por suas famílias, ou não. E ficam no Acre em definitivo, ou não. E daí?

Os territórios recentes e desprovidos de recursos humanos bem qualificados ensejam a busca de novos caminhos e novas fatias de mercado. Muitos profissionais saem de mercados saturados e pretendem vida melhor.

Mesmo assentados e servindo ao (no e o) Acre, não perderão as raízes. É bem normal que, ao término de suas funções (ou enriquecimento, que seja), ou em razão de suas aposentadorias, retornem aos lugares de origem, dos quais guardam saudades e vínculos.

Diz um velho ditado: “Quem fica parado é poste”. Também se diz que, para viver, a gente escolhe o lugar. Para morrer, qualquer lugar é lugar.

As pessoas citadas no artigo, aos que o jornalista denominou “heróis nativos” e das quais não recebi papel passado para representá-las, posso dizer, até por tê-las conhecido, que:

Miguel Jerônimo Ferrante e sua esposa Maria Augusta, pais de Glória Perez e do Saulo Ferrante, viveram longos anos no Acre. Ele, na condição de promotor, vinculado aos afazeres da Justiça e ela, nos serviços cartoriais. Miguel, um grande homem, também atuava como professor de Língua Portuguesa no Colégio Acreano. Os quadros do Acre eram limitados. Glória viveu o Acre até os 16 anos. Tomou muita água do rio, mas, com a ida dos pais para Brasília, por ser menor, foi estar com eles. Miguel Ferrante, por competência, foi nomeado ministro do Superior Tribunal de Justiça.

Bastante normal que Glória Perez, já crescida, também tenha seguido outro caminho. Casou, teve filhos e foi morar no Rio de Janeiro. Algum mal nisso? Pelo que sei da vida, o destino, às vezes, é quem faz o nosso traçado.

Por méritos, entrou na dramaturgia e lá construiu sua vida de autora respeitada no Brasil, na China, França e em outros países onde a dramaturgia brasileira se qualifica como uma das melhores. Nem assim deixou de ser acreana. “Acreoca”, poderão dizer.

Sobre Adib Jatene, morando no Acre no tempo da pedra lascada, poderia ser o médico que é? Jatene é médico de renome. Nunca se ouviu falar que, onde trabalhou se, quando procurado por um conterrâneo, tenha deixado de assistir ou encaminhar os arrebentados das coronárias para o atendimento apropriado. Chega a ser aviltante este tipo de raciocínio menor. Adib Jatene é um homem do Brasil. É cientista do mundo.

Jarbas Passarinho foi homem de caserna. Viveu onde lhe determinaram viver. Serviu ao Brasil e aos superiores. Não importa em que tempo. Formou família e, por comodidade, na velhice, mora onde escolheu morar e onde está sua família. Não teço maiores comentários à vida do homem Jarbas Passarinho por desnecessário neste espaço.

De João Donato, posso dizer, é outro cidadão que nasceu no Acre, transferiu-se para o Rio, fez sua vida de músico respeitadíssimo no país e fora dele. As cercas do Acre não o aprisionaram pela simples paixão de ter nascido nele, lá pras bandas do lago do Amapá. Os palcos do grande músico estão para muito além do Teatrão. Não é favor dizer que João Donato é um dos maiores músicos brasileiros. É dever.

Ao respeitado articulista acreano (ou acriano, como goste de grafar), posso afirmar, sem medo, que nenhum dos “heróis” citados pediram homenagens aos governos acreanos. Nem para ser nome de rua, nem de escola, nem de estradinhas vicinais. Até arrisco dizer que aceitaram por educação e por não saberem que não se deve dar nome de logradouros públicos a pessoas que ainda batem as pestanas.

Quer o jornalista dizer-se incomodado com a falta de valorização dos acreanos competentes que derramam suor, que o diga, mas sem diminuir acreanos bem sucedidos fora do Acre. Quer falar mal dos picaretas que grassam por aí? Que fale. Estes, sim, merecem ser nomeados e presos, quando ladrões forem.

Não sendo assim, sem um grito de alerta, sem uma tomada de posição, a moribunda casta acreana morrerá como viveu: olhando da janela um amanhã que não chegará. Estará eternamente cheia de tédio e ódio armazenado no coração, dizendo o que não deve e contra quem não merece. E ainda mais, como entendi do texto, com pensamentos e palavras depreciativos.

O sucesso alheio não nos deve obrigar a roer as próprias unhas. Há muito sei disso.

Não é permitido fechar as porteiras do Acre.

Leila Jalul é cronista acreana e mora no interior da Bahia

20 comentários:

Enzo Mercurio disse...

Eu sai do Acre com 15 anos..e nunca mais voltei a morar , mais tenho o ACRE no meu coração minha terra querida (COMO ERA VERDE MEU VALE).
Moro hoje no estado de São Paulo , mais vira e mexe volto ao meu Acre (segundo distrito onde morei ).
Sobre os de "fora " tem que serem bem aceitos assim comos muitos Acreanos são bem aceito nesse pais chamado Brasil.

Fátima Almeida disse...

Estou com o Beneilton e não abro. Ele teve a coragem de dizer o que todo mundo sabe, pensa e sente mas não escancara. A Leila vem defender glória Perez e João Donato por que? Eles fizeram sucesso e caíram fora. Todo mundo que faz sucesso nacional vai embora mesmo do Acre. Até você a ponto de fazer sucesso com seus livros também foi embora do Acre. O Beneilton está denunciando coisas que nos agridem de fato, a nós que nos formamos na UFAC e temos a cara do PT, por exemplo. Por exemplo, aquele homem chamado Rezende que é dono do restaurante de comida mexicana no Via Verde Shopping, foi secretário de floresta nos dois mandatos do Jorge Vianna. Eu pergunto Why? Uma senhora de sobrenome italiano, ex-esposa do eterno secretário Wolvenar é diretora da Biblioteca Pública enquanto desde que o PT chegou ao poder e vai ficar. Por que ela? Existem vários outros casos mas ficamos só com estes...afinal, não podemos deixar o Bené levar essas bordoadas sozinho só porque gritou uma coisa que está na cabeça de muitos acrianos e acrianas.

ALTINO MACHADO disse...

Comentário enviado por Leila Jalul:

"Fátima, leia direito o que escrevi. Tendo como mãe e professora a Dona Mozinha, interprete minha resposta ao Beneilton. Se fui respeitosa com ele, seja respeitosa comigo.
João Donato não precisou do Acre para ser músico de internacional reconhecimento. Glória não precisou do Acre para escrever suas novelas que ultrapassam os limites do território brasileiro. Adib Janete não precisou do Acre para construir aparelhos rudimentares que salvaram pessoas nos centros cirúrgicos em procedimentos de cirurgias cardíacas. Por favor, não se apequene demais para ser infeliz de menos. Se nada puder fazer, mate o Tião, o Jorge, o Flaviano, o Nabor, o Orleir. Mate o Altino Machado, o Rui Lino, o Zé Augusto. Mate suas mágoas e assuma as rédeas do Estado. Quem sabe o Acre será mais feliz. Você governadora e o Beneilton vice. Me poupe!"

Alma Acreana disse...

Se há uma escritora acreana atual de qualidade e que merece respeito esta é LEILA JALUL. Leila, me utilizando da metáfaora de outro acreno, J.G. de Araújo Jorge, não invadiu os jornais e suplementos construindo 'igrejinhas' sem fiéis. Leila é Leila. E ponto.
Aliás, é Leila e Altino Machado uma das únicas pessoas a quem tiro o chapéu nesse Acre atual. Estes, creio, não escrevem para satisfazerem o próprio ego.

Enzo Mercurio disse...

Dona Mozinha , aprendi muita tabuada com ela .
Muitas palmatorias ... foi uma professora que não esqueço .
tenho orgulho de ter sido aluno dela.

Fátima Almeida disse...

Me poupe você que tem síndrome de sinhá e vez por outra pega o chicote para vir bater em negras. Todo problema que vivenciamos hoje decorre do fato de que constituímos um movimento de construção pessoal coletiva e depois de chegar ao poder as pessoas passaram a tomar decisões individualmente: "eu faço, eu aconteço, tem que ser do meu jeito". Se eu almejasse ser governadora é porque seria uma pessoa totalmente estúpida, burra mesmo, não pelo cargo em si, mas pelos mecanismos que são acionados para chegar a ele.Quando Felipe Jardim foi trabalhar na Biblioteca Pública (primeiro mandato do PT) a diretora (de que não sei de qual cidade veio) colocou ele numa mesa para carimbar livros o dia inteiro. Ele pediu as contas, claro e você serviu caviar para a turma dela.

Beneditino disse...

Dantesca xenofobia!

Rútila Lima disse...

Altino,
Sou uma ACREANA casada com um “ESTRANGEIRO” (Paulista) e sinceramente me sinto extremamente ofendida com esse tipo de postura bairrista de alguns conterrâneos. Me admira mais ainda a postura da HISTORIADORA Fátima Almeida, acho que ela pulou esse capitulo que trata da nossa formação histórica, politica e cultural. Que tal seria se os outros estados começassem a tratar com mesma reciprocidade os ACREANOS que lá residem?
João Donato e Glória Perez, assim como outros conterrâneos, não fizeram sucesso aqui e se mandaram do ACRE. Eles conquistaram um espaço e têm todo o direito de usufrui-lo. São brasileiros e como todos os outros brasileiros têm o direito de ir e vir. Xenofobia é f....

@MarcelFla disse...

Sabe, eu não encaro como problema se viessem e aqui se estabelecessem com seus próprios méritos, quem aqui seria contra o melhor cardiologista do mundo vir morar nesta terra? Ou um jurista de notório saber científico? Professores universitários com doutorado em Harvard e/ou Cambrigde? Ninguém!

A pulga que fica é que estes novos acreanos chegam agora e já sentam na janela, ocupam cargo de confiança sem serem se quer concursados! Contribuem?! Sim, mas já que é pra trazer de fora, porque não um concurso? O servidor público enraizado nesta terra vai morrer em seu ofício, capacitar este cidadão para cargo de chefia não pode! Estes tem que engolir um cidadão de sabe lá onde, que sabe-se lá como chegou aqui, e pronto! Que fique feliz!

Por mim que venham todos os sulistas possíveis para estas bandas, que usem de seu trabalho para criar riqueza como bem queiram, se quiserem ir não vejo problema, agora uma pergunta, quem aqui conhece algum acreano que sai daqui direto para um cargo de confiança em outro estado?!

Os gaúchos e sulistas que acá estão em iniciativa privada são de longe as pessoas mais trabalhadores, geradoras de emprego, renda e tributos que já tive conhecimento! E que sejam bem vindos, os outros sei não...

Altemar já disse o que era bairrista no post que resultou este.

Rútila Lima disse...

Não retiro o que disse. O sentimento permanece bairrista e xenofóbico. Independente do conceito dado por quem quer qu seja... C... ou F...

ELSOUZA disse...

Caramba, Altino! Vou já embora do Acre e procurar um lugar em que possa ser enterrado quando morrer. Se a Fátima Almeida por indução atender ao pedido da Leila Jalul vai faltar espaço nos cemitérios de Rio Branco para enterrar tanta gente. Será uma MATANÇA geral. VIXE.

ELSOUZA disse...

Caro Altino! Essa de SÍNDROME DE SINHÁ foi simplesmente do CACETE. E agora percebi que vc está na lista da MATANÇA. Já estou rezando para JESUS de proteger. AVE CEZAR

Beneditino disse...

Os comentários confirmam um dantesco espetáculo de xenofobia. As pessoas que foram nomeados o que fizeram de errado? Resposta: nadica de nada! Não se autonomearam. Foram os políticos do estado e do município que o fizeram. Assim, aos descontentes, só há uma alternativa: digitem dois números diferentes do usual na urna eletrônica e,ao final, apertem CONFIRMA. Reclamar daqueles em que votamos não tem cabimento algum. Quem vota é cúmplice da pessoa em que votou. Afinal, deu uma procuração em branco.

@MarcelFla disse...

Beneditino, quem és tu? Criar um profile no blogger é fácil, coisa de homem é todos saberem quem é você.


Votar contra o PT porquê? Foi o único partido que fez algo por estas bandas. Hipocrisia. Povo nojento.

@MarcelFla disse...

Rs, se fosse prudente a verdade...

Janu Schwab disse...

Como disse um amigo paulista e polemista: "Acre? Sou eu quem banca aquele estado." Portanto, tem lá a sua razão quem vai até ele tentar a vida.

Janu Schwab disse...

Como disse um amigo paulista e polemista: "Acre? Sou eu quem banca aquele estado." Portanto, tem lá a sua razão quem vai até ele tentar a vida.

ALTINO MACHADO disse...

Comentário enviado por Leila Jalul (Parte 1)

"Diante do comentário ofensivo da Senhora Fátima Almeida, resta-me dizer:

Sempre fui uma mulher trabalhadora e que, desde os 13 anos, lutei pela sobrevivência de minha família e pela liberdade. Briguei com grandes, fui assediada moral e sexualmente por outros, denunciei ladrões e outros tipos de foras da lei. Fiz rebeliões silenciosas e, junto com um grupo de valorosos professores e alunos, até ajudei a destronar patrões incompetentes e safados que desejavam tornar a Universidade Federal do Acre uma repartição que não tinha por fim a propagação do saber. Saí do Acre em razão de uma denúncia contra um contumaz bandido e que aqui não cabe declinar nem o nome e nem o crime.

Não sei de qual parte afetada do cérebro de Dona Fátima saiu essa de dizer que tenho manias de sinhazinha que, vez por outra, manda açoitar negrinhas daí. Alguém conhece alguma dessas negrinhas?

Vivi 17 anos com um negro e por ele tive admiração. Preocupo-me constantemente com preconceitos de qualquer natureza.

Como está escrito no comentário de Dona Fátima, tem-se a impressão que uma sujeita “de fora” humilhou um amigo meu e, ato sequente, foi homenageada por mim, em minha casa, onde servi-lhe caviar, comemorando a humilhação passada pelo amigo.

Não conheço nenhum Wolvenar. Não conheço nenhum Rezende e menos ainda suas respectivas esposas. Não sei a quanto tempo estão no poder. Espero, sim, que façam um bom trabalho nas funções que desempenham.

Essa explicação termina aqui. Tenha Dona Fátima usado uma linguagem figurada, ou não, esse assunto termina aqui. Não tenho escravas, não açoito e nem mando açoitar negrinhas e nem branquinhas. Sou da paz! Sou consciente. Tenho nome a zelar.

Voltando ao assunto da revolta que motivou o texto (infeliz em um único aspecto) do Damasceno, seria interessante que fosse criado um canal de comunicação com o governador e com os secretários e destes com os funcionários. O medo não deve prevalecer quando se aponta falhas graves da administração e dos administradores. Os ditadores estão todos caindo, afinal. Ou morrendo. Ou ficando no ostracismo.

Se há uma grande insatisfação de pessoas que se sentem renegadas, por que não se expõe diretamente aos “donos dos bois”? As associações e sindicatos ainda estão vivos?

Tudo isso acontece por conta do Acre ainda ser a maior fonte empregadora e pagadora. Aos poucos a economia está se tornando mais diversificada. Ainda assim, a grande botija e o tesouro nela guardado está nos cofres públicos. Há um vício crônico de se querer viver às expensas do Estado.

Pergunto-me: é possível fazer um quadro de pessoal apenas com cargos comissionados? Não serão os cargos de confiança de livre nomeação e em virtude da confiança? Parece-me que o descontentamento vem daí. O filé é dado aos “de fora” e a carne de pescoço aos “barnabés” nativos, ou “de dentro”, como queiram. Não depreendi isso apenas do texto do Damasceno. São também impressões pessoais que retirei de muitos comentários que tenho lido nos últimos tempos. Aliás, o texto do Damasceno embute outros descontentamentos, do tipo: de como o Acre é desconhecido por mais de 90% dos brasileiros e destratado até por estados vizinhos e com nítidas semelhanças (no lado negativo, assim entendi), citando o Amazonas e Rondônia como exemplos.

ALTINO MACHADO disse...

Comentário enviado por Leila Jalul (Parte 2)

Ora, ora, já diz a música que o Brasil não conhece o Brasil. Mas há os que conhecem o Brazil e o Acre. E como conhecem!

Devo dizer que ninguém deve pensar que leio apenas o blog do Altino. Tenho grandes amigos aí. Leio matérias de professores universitários, inclusive teses de mestrado e doutorado.

Não assumi nem jamais assumirei ser baiana. Tenho em mente que a gente só abraça uma terra quando compra e lê os jornais desta terra. Não é o meu caso. Não perdi e nem posso perder minha identidade.

A primeira ação do meu dia, ainda madrugada, é ler os jornais do Acre. Começo pelas Gazetinhas do Martinello, vou estar com o Crica, passo para o Vaz, abro as colunas policiais para ver se alguém conhecido mijou fora do caco e vou por aí. Leio o Ecos Socialistas, o Varal de Ideias, o Almanacre, o blog do Calixto e o da Perpétua, dentre outros. Dou uma bizuada nas páginas da Agência da Amazônia e, por puro deleite, ainda passo as vistas no Moisés Alencastro, na filha do Osmir, na Jocely, na Ivette, na Beth e em tudo e todos que falem do lado zen e brilhoso da capital. E ainda dá tempo de dar uma chegadinha em Sena Madureira, Tarauacá e Cruzeiro do Sul. Feijó, passo por cima.

Envolvo-me com o Acre, ainda que distante. Só de leve, mas sempre antenada na vida acreana.

Sinto rasteirices na política. Algumas beiram a estupidez. Entristece-me saber que o Acre, através de suas autoridades, não está se portando com laicidade. A bandeira de Israel parece valer mais que a nossa. Concentrações religiosas mais parecem comícios a céu aberto. Misturam-se alhos com bugalhos e Cristo com Satanás. Fede de longe! Fede muito! O que tem a bandeira de Israel a ver com esta parafernália toda se o que se busca é o poder? Dinheiro achado em caixas santas, elegendo almas sem gabarito... Alianças espúrias se entrelaçando com um único fito: ganhar eleições. Enquanto isso, assuntos sérios são deixados para depois.

As estatísticas mostram um Acre violento. Matam-se mulheres a rodo, gays são assassinados ou desprezados, crianças aparecem mortas e idosos são desrespeitados.

Perde o Acre. Perdem os que vivem nele. E as insatisfações serão eternas.

Ufa! Felizmente isso não acontece só aí.

Ao Acre não voltarei. Nem a passeio, nem a negócio. Nem para ver meu nome gravado num banco de madeira à beira do igarapé São Francisco e que já está com a perna amolecida e carcomida pelo tempo. Livre que sou, limitada que estou, escolhi um lugar onde o vento sopra leve e onde é dourado o arrebol. Onde não há fumaça que congestione minha alma. Onde estou mais saudável. Ainda assim não esqueço meu pedaço de chão e da rua onde nasci e cresci, na entrada do bairro do Papôco. E onde fui feliz. Muito!

Minha missão no Acre foi cumprida. E de forma competente! E dele, nada a reclamar. Não existe lugar para mágoas no meu coração e nem sinto o peso do ódio e da inveja contra pessoas, sejam amigas, sejam governantes, sejam alienígenas, sejam as negrinhas que nunca mandei açoitar.

Aos descontentes, um conselho: mexam-se! Denunciem! E respeitem as pessoas que merecem ser respeitadas."

ELSOUZA disse...

Parabéns à Leila Jalul pelo brilhantismo do seu comentário final. E pelo pouco que sei de Fátima Almeida acredito que teremos resposta à altura. O Altino é do cacete. Ele sabe como ninguém explorar colunistas de notório conhecimento.