sábado, 18 de fevereiro de 2012

"SKINHEADS" ESPANCAM GAY EM RIO BRANCO

POR GERMANO MARINO



O jovem Enderson Elan Barros Souza Nogueira, de 22 anos, esteticista, saiu de bicicleta da casa dele, no bairro Tropical, em Rio Branco, e foi atropelado propositadamente por três rapazes que estavam num automóvel, modelo Gol, preto, de rodas rebaixadas, na Rua Milton Matos, no bairro Bosque, na ultima quarta-feira (15), às 21h30.

Fantasiados de skinheads, de bonés e jaquetas pretas, os rapazes desceram do carro e disseram:

- Vamos bater neste viado.

Um dos maníacos segurou Ederson Nogueria pelas costas, prendendo suas mãos, enquanto outro acertava murros no rosto, e o terceiro, aplicava chutes, mandando o jovem virar homem, além de outros xingamentos.

Ferido pelo primeiro golpe na boca, Enderson Nogueira teve os seus dentes quebrados e caiu na rua, tentando se proteger de vários chutes e pontapés que os três maníacos desferiram.

Com varias escoriações pelo corpo, sangrando muito, retornou para casa com receio de ser seguido. Estava tomado de pavor e medo com tamanha violência.

Enderson Nogueira, que nunca imaginara que um dia pudesse se tornar vitima de violência por ser homossexual, somente na sexta-feira (17) buscou ajuda na Associação de Homossexuais do Acre (AHAC), que registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil da 1ª Regional.

Em Rio Branco, crimes de espancamentos de homossexuais estão ficando cada vez mais constantes. Como há um modismo de bater em homossexuais nos grandes centros urbanos, denominando-se os agressores de "skinheads", no Acre alguns jovens estão copiando a imaginação de se tornarem tais monstros e descem pancada em gays.

A agressão contra o jovem Ederson Nogueria segue para investigação policial, como o de outras vítimas já seguiram.

Rio Branco é uma cidade grande geograficamente, mas não é difícil identificar um veiculo com aquelas características.

Se você souber de alguma informação, entre em contato conosco pelos telefones (68) 9958-3297 ou (68) 8124-1191.

A denúncia ficará no sigilo. Ajude com que esse tipo de violência não faça parte do cotidiano Rio Branco.

Não podemos tolerar ou aceitar que andem batendo em gays, lésbicas, travestis ou transexuais por serem homossexuais.

Não podemos silenciar diante dessa barbárie, como a de tantas outras. Nós ajude, denuncie.

Germano Marino é presidente da Associação de Homossexuais do Acre

4 comentários:

RodB disse...

Um detalhe que merece nota. Quem anda com carro "tunado", com roda rebaixada/aparelhagem de som, boa coisa não costuma fazer, seja cometendo infrações de trânsito das mais diversas (especialmente andando em alta velocidade), seja fazendo poluição sonora (que deveria ser combatida), etc. Não se trata de preconceito, mas a polícia deve dobrar a atenção com quem anda em carros assim.

Fátima Almeida disse...

Tudo que eu sei é que quando alguém lá de cima quer que os criminosos sejam encontrados isso acontece. Deveria ter um sistema de modo que uma delegacia de polícia acessasse dados sobre veículos licenciados com fotografia e outros dados do proprietário. Isso já seria uma avanço. Bastaria acessar todos os gols pretos e mostrar as fotografias dos proprietários para o rapaz que sofreu a agressão. Por um tipo de eliminação chegar a um número menor de prováveis suspeitos e daí proceder à investigação. simples não é? mas essa simplicidade toda a gente só vê nos filmes americanos.

Socorro Craveiro disse...

Germano,
Tenho a alegria de compartilhar a publicação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (Diário Oficial da União, 31/01/2012) em que foram incluídas orientações para a inclusão de Orientação Sexual, Identidade de Gênero, bem como os temas do programa Saúde e Prevenção nas Escolas nos projetos político-pedagógicos das escolas.
Peço atenção especial ao Art. 16. Selecionei os seguintes incisos,
Art. 16. O projeto político-pedagógico das unidades escolares que ofertam o Ensino Médio deve considerar:
V - comportamento ético, como ponto de partida para o reconhecimento dos direitos humanos e da cidadania, e para a prática de um humanismo contemporâneo expresso pelo reconhecimento, respeito e acolhimento da identidade do outro e pela incorporação da solidariedade;
X - atividades sociais que estimulem o convívio humano;
XIV - reconhecimento e atendimento da diversidade e diferentes nuances da desigualdade e da exclusão na sociedade brasileira;
XV - valorização e promoção dos direitos humanos mediante temas relativos a gênero, identidade de gênero, raça e etnia, religião, orientação sexual, pessoas com deficiência, entre outros, bem como práticas que contribuam para a igualdade e para o enfrentamento de todas as formas de preconceito, discriminação e violência sob todas as formas;
XIX - atividades intersetoriais, entre outras, de promoção da saúde física e mental, saúde sexual e saúde reprodutiva, e prevenção do uso de drogas;
XXI - participação social e protagonismo dos estudantes, como agentes de transformação de suas unidades de ensino e de suas comunidades;
Com essas Diretrizes, nenhum(a) gestor(a) escolar poderá dizer que esses assuntos não podem ser trabalhados nas escolas.
Força na luta, vamos formar novas mentalidades sem homofobia.
Maria Craveiro

Cleib disse...

Germano, amigo. Vou divulgar e ficar de olho.