quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

RIO ACRE

Próxima de recorde, enchente alaga cidades e desabriga mais de 7 mil pessoas

Mais de 7 mil pessoas estão desabrigadas em Rio Branco (AC) por causa da enchente do Rio Acre, que atingiu 17,45 m de profundidade às 9h local (11h em Brasília) desta quarta-feira (22). O nível do Rio Acre está a 21 centímetros da maior enchente da série histórica, registrada em 1997, quando atingiu 17,66 m na capital do Estado.

A cota de transbordamento do Rio Acre é de 14 m em Rio Branco, onde 14,3 mil imóveis e 57,2 mil pessoas já foram atingidas pela enchente, segundo estimativa da Defesa Civil.

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A segunda maior enchente da série histórica, cuja medição começou em 1970, também já causou transtornos, danos e desabrigou milhares de pessoas nos municípios de Assis Brasil, na fronteira com o Peru e a Bolívia, Brasiléia, na fronteira com a Bolívia, e em Xapuri.

Por causa da enchente do Rio Acre, Brasiléia permanece sem comunicação por telefone, internet e sem energia elétrica. A cidade chegou a ficar 95% coberta pelas águas, de acordo com a Defesa Civil Estadual.

A prefeitura de Xapuri decretou situação de emergência no final da tarde de domingo (21) e o Exército enviou 45 homens, barcos e caminhões para ajudar no atendimento aos desabrigados.

A Defesa Civil está preocupada com a enchente porque o Rio Acre chegou a apresentar uma curta tendência de estabilidade, mas seu principal afluente, o Riozinho do Rola, continua subindo.

Em Boca do Acre (AM), na confluência dos rios Acre e Purus, este último continua subindo também, o que ajuda a represar o primeiro.

O prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim (PT), que decretou situação de emergência na cidade na quinta-feira (16), disse que a enchente já causou prejuízo avaliado em R$ 12,4 milhões na produção agrária de 16 comunidades rurais, afetando principalmente os plantios de mandioca, banana, grãos e frutas, que se perderam com a alagação de roçados.

A Defesa Civil opera com dificuldade em 45 bairros e comunidades rurais de Rio Branco e tem sido comum apelos nas redes sociais para que a população disponibilize barcos e carros para o trabalho de socorro de desabrigados, que estão em alojamentos improvisados do governo estadual e prefeituras.

A Diocese de Rio Branco criou a conta SOS Enchente Rio Branco - (Banco do Brasil, agência 0071-X, 100.000-4 - CNPJ 14.346.589/0001-99 ) para receber doações de qualquer valor, que serão destinadas às vítimas da enchente que atinge o Estado. O dinheiro arrecadado será administrado pelo Fórum Tático Operacional do Banco do Brasil, em parceria com a Defesa Civil.

- O pouco que você pode contribuir é muito para os desabrigados. As entidades envolvidas na gestão do dinheiro arrecadado vão prestar contas publicamente da destinação de cada centavo doado pela solidariedaede nacional ou internacional - afirmou Marcolino Rodighero, gerente do Banco do Brasil em Rio Branco.

O governo do Estado decretou ponto facultativo nas repartições públicas para possibilitar a permanência de servidores nas equipes que auxiliam a Defesa Civil. Segundo a secretária de Gestão Administrativa e Humanização, Flora Valladares, é crescente a demanda nos abrigos públicos, o que exige voluntários nos três turnos.

3 comentários:

Eduardo disse...

"O governo do Estado decretou ponto facultativo nas repartições públicas para possibilitar a permanência de servidores nas equipes...". Ponto facultaqtivo QUANDO meu estimado jornalista?!!? No site do governo já consta, desde o início do ano, (quando o clanedário foi divulgado) como ponto facultativo os dias 21, 22 e 23 (carnaval)... Estás a cometer a mesma desatenção que os outros "jornalistas/âncoras/apresentadores e afins" ?

ALTINO MACHADO disse...

Eduardo, leia o que foi divulgado oficialmente nesta quarta-feria, 22 de fevereiro de 2012: http://www.agencia.acre.gov.br/index.php/noticias/governo/18429-governo-decreta-ponto-facultativo-na-quinta-feira.html

Roberto Feres disse...

Oi Altino,
Uma coisa que está me intrigando é a persistência do rio praticamente na mesma altura por tanto tempo. Plotei as cotas dos 90 primeiros dias de cada ano, desde 1970, e não encontrei nenhum outro caso parecido.
Desde o dia 18 (há 5 dias) o rio se mantém acima dos 17m, subindo com variações pequenas.
A situação mais próxima foi na alagação de 1997 quando passou 5 dias subindo além da altura de 17m para então baixar. Só que naquele ano subiu mais rápido e ficou no máximo por somente 2 dias.