segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

CALAMIDADE

Doze crianças indígenas morrem no Acre com sintomas de diarreia, desidratação e febre


O secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (MS), Antônio Alves de Souza, viajou nesta segunda-feira (23) para aldeias indígenas no município de Santa Rosa do Purus (AC), onde 12 crianças já morreram desde o dia 15 de dezembro do ano passado com sintomas de diarreia, desidratação e febre.

O MS já contabilizou cerca de 186 casos notificados por Doença Diarreica Aguda (DDA), mas até o momento não foi confirmado caso ou óbito por rotavírus nas comunidades indígenas da região. Souza interrompeu suas férias para assumir o comando das ações emergenciais que estão sendo traçadas para conter um possível surto de DDA.

Centenas de indígenas de várias etnias acamparam durante cinco meses, entre 2010 e 2011, na porta da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Rio Branco, denunciando desvio de verbas e exigindo melhorias na assistência à saúde indígena prestada pelos governos federal e estadual no Acre.

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7 comentários:

Fátima Almeida disse...

Estimando-se em média uma população indígena em todo o Acre de 3.000 indivíduos, a morte de 12 crianças equivale a uma catástrofe na mesma proporção como se houvessem morrido 4.875.000 crianças da população brasileira que em 2010 era de 194.946.470, beirando hoje 195 milhões. Sem contar que mesmo isso ocorrendo não colocaria em risco a etnia do povo brasileiro que é mestiçado, ocidentalizado, de cultura greco-romana. O mesmo não se pode dizer das etnias dessas crianças indígenas mortas. De maneira que isso é um fato gravíssimo, pode incorrer em risco grande de extinção de determinadas etnias. O que significa também que a irresponsabilidade da politicagem brasileira chegou a um limite crítico.

Grupo de Choro Afuá disse...

Rotavírus significa doença desconhecida, não diagnosticada, tratamento tardío? Fala sério! Se for rotavírus, essa doença deve significar falha do poder público.

lindomarpadilha.blogspot disse...

Em reunião com o Secretario Nacional hoje na sede da Sesacre foi apresentado um "plano" emergencial a ser implementado a partir do dia 30 deste mês.

Pelo que eu entendi do plano, as ações serão mais voltadas para uma resposta midiática, até porque não penso ser possível solucionar em dez dias o que até hoje não foi feito.

No papel tudo é bonito e fácil. Vamos ver na prática.

Na verdade o número de crianças falecidas é de dezoito (18) e não doze. è que eles querem admitir apenas as que foram atendidas nos hospitais e nós trabalhamos com as informações da próprias famílias.

A situação da saúde indígena piora ainda mais com as denúncias de desvio de verbas por parte dos gestores. É uma vergonha o que estamos assistindo!

É preciso que se instale imediatamente uma CPI para investigar os desvios na saúde indígena, especialmente aqui no Acre.

Lindomar Padilha

Pietra Dolamita disse...

"O MUNDO SERÁ MELHOR, QUANDO O MENOR QUE PADECE ACREDITAR NO MENOR."
As lideranças indígenas no Acre não moram em suas aldeias, usam a sua origem apenas para suas vaidades.

Lembrei daquela foto do indiozinho que tu fizestes Altino a algum tempo, e a sua profética imagem.

Roberto Feres disse...

Faz pouco tempo eu estive em M.Thaumaturgo e todo dia sabia de pessoas doentes com febre alta, principalmente crianças que moravam próximas ao posto da PF, à margem do Amônia.
Após uma semana por ali, parei em frente ao posto de saúde, que me pareceu em boas condições de funcionamento e perguntei a um funcionário que estava alí de faltavam médicos na cidade.
Ele me deu a entender que para os atendimentos de rotina a unidade era bem servida, com carência somente em especialidades quando os pacientes tinham que realmente ser encaminhados a Cruzeiro.
Perguntei então que doença afligia tanto a população local: malária? dengue? E ele me respondeu: diarreia.
Foi quando me dei conta que a água distribuída à população local é captada Juruá abaixo, depois que quase todos os esgotos são lançados no rio.
Saneamento tem regras básicas que não carecem mais que o bom senso para entende-las.
Saúde pública ainda é menos um problema da medicina e mais uma questão da engenharia.
Por sinal, médico quando erra pode matar uma pessoa. Engenheiro quando erra pode matar milhares...

Grupo de Choro Afuá disse...

As lideranças indígenas são como senadores, não precisam morar em seu Estado para buscar melhorias, quanto mais fora melhor para participar diretamente na hora da fatia ou esperará ser servido numa casa de urubu.

Cleib disse...

As lideranças indígenas são as que fazem parte do movimento indígena. Estas estavam afrente na ocupação da Funasa e moram ou convivem com suas tribos. Existem outros que possuem cargos, mas não são lideranças nem representantes de fato. A ocupaçãoda Funasa foi o maior ato de movimento social de 2011 e mesmo assim @s índios continuam morrendo. é mais que lamentável.