segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DIPLOMATA ACREANA EM ESTADO GRAVE

Família critica Itamaraty


A diplomata brasileira Milena Oliveira de Medeiros, 35, está internada em estado grave em um hospital de Brasília após ter contraído malária durante viagem de trabalho a Malabo, na Guiné Equatorial.

Acreana, Milena Medeiros viajou para a África, a serviço do Ministério das Relações Exteriores, no dia 19 de novembro, tendo regressado para Brasília no dia 27. Voltou a trabalhar no dia seguinte, mas começou a passar mal, com febre.

Ela foi internada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no dia 10 dezembro, mas o diagnóstico de que estava com malária só aconteceu dois dias depois. Familiares disseram que a demora no diagnóstico contribuiu pesadamente para agravar o estado de saúde dela.

A diplomata respira com ajuda de aparelhos e os médicos analisam se houve ou não morte cerebral. Milena é filha única da professora Raimunda Carneiro. Ela estudou música na Universidade de Brasília e direito na Universidade Federal do Acre.

Familiares e amigos estão revoltados porque a diplomata regressou de uma região endêmica, mas não recebeu acompanhamento das autoridades brasileiras.

No sábado (17), o Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, visitou a professora Raimunda Carneiro, mãe de Milena.

- Ela é minha única filha, ministro, mas a dor seria a mesma se eu fosse mãe de outras 10 filhas. A solidariedade é bem-vinda, mas nada me conforma. Minha filha viajou para uma região endêmica e contraiu a malária mais severa. Ela deveria ter sido examinada ao desembarcar no Brasil e recebido atendimento médico - disse a professora.

Raimunda Carneiro apelou para que o ministro estabeleça algum protocolo para quem viaja para fora do país em missão diplomática.

- Milena não recebeu qualquer orientação sobre saúde antes, durante e após a viagem dela para Malabo. Quando estive com ela na última vez no hospital, já não me reconhecia. Dizia coisas sem sentido. Ela só foi medicada contra malária quando a doença já estava avançada. A vida dela está nas mãos de Deus. Espero que o caso sirva ao menos de alerta às autoridades brasileiras, para que outros jovens não percam a vida por falta de prevenção - disse a mãe.

Milena era spalla (primeiro violino) da Orquestra Filarmônica do Acre, participou da Escola Musicalizar, em Rio Branco, a capital, e chegou a trabalhar como taquígrafa na Assembleia Legislativa do Acre. A acreana ingressou na carreira diplomática há três anos.

- Com meu dinheirinho de professora, consegui custear todos os cursos que ela queria fazer. Eram 13 mil candidatos num concurso para 100 vagas e ela conseguiu ser aprovada. O Joaquim, pai dela, tem 90 anos, é hipertenso, está desesperado. O que Deus determinar teremos que aceitar - concluiu a mãe da diplomata.

5 comentários:

Anônimo disse...

Isso e muito triste! Poderia ter sido resolvido com uma simples pergunta: "Esteve em area endemica para malaria nos ultimos dias?". Claro que na linha de frente (com o paciente) e quase sempre desafiador e dificil. Mas a gente aprende que uma boa historia clinica precede o processo terapeutico. Claro que quem a tratou nao intencionou deliberadamente causar-lhe o mal, mas ainda assim, isso e uma tragedia. Todo profissional e passivel de erro. E todos erram. Mas concordo com a mae da moca, que o Itamarati deveria ser mais vigilante e realizar controle dos individuos que viajam para areas de risco. Isso nao pode mais acontecer. Morrer por doenca curavel e demais em 2011.

Grata,

Joema.

Fátima Almeida disse...

vocês não estão entendendo, o ministro não sabe de nada. a coisa chegou a um tal ponto que as pessoas são nomeadas ou distribuídas conforme o partido, a maior ou menor bancada de tal partido e a existência de uma caixinha correspondente no organograma do governo correspondente, por sua vez, á importância relativa do indicado pelo dirigente do seu partido à nomeação. Será que as pessoas pensam que os ministérios funcionam a contento? Pensem na embrulhada a cada mudança de ministro, a quantidade de gente que é trocada...que não sabem nada, nem mesmo o que é um ofício? e depois, deve haver, com toda certeza, uma regulamentação sobre viagens a trabalho em áreas endêmicas, mas eles não sabem, nem sabem onde existe tal regulamento.

Acy Maria Prado disse...

É o Brasil! Quanto descaso...

Gregório D. Mendes disse...

A incompetência, a indolência, a corrupção, os conchavos partidários, a falta de meritocracia no serviço púiblico, são, em suma, assassinas!

@MarcelFla disse...

Eis o Brasil cuidando dos seus...