quinta-feira, 18 de agosto de 2011

JÚLIO CÉSAR FRÓES FIALHO

Notas do Página 20 e deste blog resumem a passagem do lobista da Agricultura pelo Acre


"Velho conhecido
O mundo dá muitas voltas, principalmente em se tratando de coisas ruins. Não é que o lobista Júlio Fróes, apontado pela revista Veja como pivô do escândalo de corrupção no Ministério da Agricultura, é um velho conhecido do Acre!

Furo
Aqui, o lobista, que foi pego em flagrante fotográfico entrando com uma mala de propina para ser distribuída no ministério, foi o mesmo que, como editor de um jornal local, conseguiu em apenas uma hora e meia ultrapassar os 188 km de lamaçais da BR-317, entre Rio Branco e Xapuri, para dar “furo jornalístico” do assassinato de Chico Mendes.

Surpresa
Conhecido no Acre como Júlio César Fialho (o sobrenome Fróes não era usado no estado), o lobista surpreendeu o Brasil e o mundo em conseguir ir e voltar pelos lamaçais da BR-317 na noite do dia 22 de dezembro de 1988, data em que Chico Mendes foi assassinado.

Conta outra
Ninguém acreditou no relato do lobista, que logo depois, em 1992, foi preso em Fortaleza traficando cocaína.

Cúmplice
Na época do assassinato de Chico Mendes, seu espantoso relato jornalístico lhe rendeu a suspeita de ser cúmplice do assassinato do sindicalista tal a relação próxima que ele, como editor do jornal, mantinha com figuras da UDR, entidade acusada de tramar o assassinato do líder sindical acreano.

Feito
A epopéia fantasiosa descrita por Júlio César Fialho mereceu comentários na série de reportagens que o jornalista Zuenir Ventura, do Jornal do Brasil, escreveu em abril de 1989 com o título “O Acre de Chico Mendes”, onde considerou o relato de Júlio não um furo jornalístico, mas um feito automobilístico inédito no mundo.

Adversidades
“Pilotado pelo editor Júlio César Fialho e tendo ainda a bordo o repórter Adonias Matos e o fotógrafo Luís dos Santos, o carro enfrentou adversidades inimagináveis, mas nenhuma delas suficiente para diminuir o ímpeto daqueles ícaros”, escreveu Zuenir Ventura.

Gol voador
Para Zuenir, “numa estrada em que poucas, pouquíssimas marcas de carro se aventuram — é pista para D-20, F-1000, jipe Engesa, de preferência a óleo Diesel —, o Gol dos jornalistas voara”."

Meu comentário - O LADO VELADO DA HISTÓRIA



O mundo dá mesmo muitas voltas em se tratando de coisas ruins. As notas do Página 20 se referem ao jornal O Rio Branco, do ex-deputado e empresário Narciso Mendes, que era acusado pelos petistas do Acre de bandido, corrupto e de envolvimento com o complô de fazendeiros que assassinou Chico Mendes.

Foram redigidas pelo jornalista Romerito Aquino, que era editor do jornal O Rio Branco à época e indicou a contratação de Júlio César Filho, tendo sido sucedido pelo mesmo na editoria.

As notas causaram mal-estar porque Narciso Mendes e suas empresas (construtora, TV e jornal) se tornaram aliados políticos dos governos do PT. Romerito Aquino confirmou ao blog a autoria das notas. E Narciso Mendes fez pequenas revelações:

- Já estive com o Elson Dantas, dono do Página 20, para esclarecimento. Para minha surpresa, o Elson disse que as notas foram redigidas, em Brasília, por Romerito Aquino, que foi quem indicou o César Fialho para dividir com ele a editoria do meu jornal. Sempre cometem a imbecilidade de envolver meu nome e o meu jornal na morte de Chico Mendes. Eu era deputado federal e vivia mais em Brasília. O jornal foi avisado do assassinato pelo então vereador Júlio Barbosa e pelo bispo Moacyr Grechi. Foram eles que telefonaram avisando. Quem atendeu o telefonema do bispo foi a funcionária Aldina e isso foi presenciado pela repórter Charlene Carvalho, que atualmente é uma das assessoras do senador Jorge Viana. A partir disso, disseram que eu estava envolvido. Talvez passaram a dizer isso mais para atingir o João Branco, que era meu sócio no jornal e dirigente da UDR no Acre. Meu nome entrou nessa história e quase não sai. No dia do assassinato eu estava em Belém. Nem na instrução do inquérito meu nome foi citado e sendo assim jamais fui ouvido - afirmou Narciso Mendes.

Um comentário:

Fátima Almeida disse...

As pessoas sempre satanizaram o Narciso, isso não é de hoje. Pelo pouco que sei da cultura bíblica, Satanás é quem compra as almas não? E não quem as vende.