sábado, 13 de novembro de 2010

NO MEIO DO ASFALTO TINHA UMA ÁRVORE


Estimado Altino

Ontem (12/11), pela manhã, a caminho da Universidade Federal do Acre, encontrei uma centenária tora que caiu de um caminhão madeireiro. Estava no acostamento da BR-364, próximo à rotatória que permite acesso ao Conjunto Universitário.

Apesar de não possuir uma câmera que "só falta falar", igual à sua, fiz algumas fotografias que são suficientes para tornar evidente não a criminosa sangria de nossas florestas em nome do "desenvolvimento sustentável" do governo do Acre, posto que isso você e outros poucos têm feito há muito tempo, mas, a mais completa despreocupação com a segurança das pessoas que transitam nas rotas das carretas que usurpam as riquezas da Amazônia acreana para o além fronteira do mercado nacional e internacional.

Já é bastante trágico que o Ministério Público Estadual e, também, o Ministério Público Federal, não fiscalizem a pilhagem de nossas florestas, porém, não fiscalizar a falta de segurança a que estamos submetidos, com o sério risco de sermos esmagados por uma tora de madeira, isso já é demais.

Saudações, Gerson Albuquerque


Meu comentário

Estimado professor Gerson,

de dentro do carro, também fotografei na manhã de sexta-feira (12), próximo à Casa dos Cereais, um caminhão trôpego que atravessava a cidade com três imensas toras retiradas de nossas florestas. Usei o celular e não a câmera que "só falta falar".


Estava sem motivação para publicar a foto. Não é novidade, como disseram nesta semana as autoridades do governo estadual em relação ao tráfico de drogas exposto ao País por uma reportagem de TV.

Por que ainda resistimos em aderir ao quanto pior melhor?

Um abraço fraternal

4 comentários:

Ana Cristina disse...

Semana passada, faltando 9 km para chegar em Epitaciolândia, fui surpreendida por um toco na BR 317, que, segundo o rapaz que trocou o pneu do meu carro, caiu de um caminhão carregado com madeira queimada para fazer carvão. Felizmente quem topou com o pedaço de árvore fui eu, se fosse um motoqueiro, teríamos registrado um acidente, quiçá, fatal. Detalhe: ao parar o carro para a troca do pneu estourado, observei estar na entrada de um reserva florestal...

Altemar disse...

Seu Altino,
Já que falamos disso, vamos agir?
Aproveitando a máquina que "só falta falar" que tal fazermos uma vigília em algum ponto do trajeto? Precisa ser um local estrategicamente discreto. Para explicar a vigília remeto a pergunta que me vem sempre que cruzo com um desses monstrengos: Quantos passam por dia? alguém sabe? quem tem essa informação? Imagino que precisamos de um começo, a menos que alguém possua esse dado então vamos para outra etapa.
O que proponho é um ponto de partida, quem sabe um documentário (olha a câmera ai de novo).
Não pensem que é ironia ou pilheria acredito mesmo que podemos e ando meio decepcionado com alguns grupos mundo afora, basta, por exemplo, perguntar se alguém viu o Greenpeace, com o qual colaboro há 7 anos, no acidente da BP.
Que tal? pode ser divertido.
Tens meu e_mail e podes divulgá-lo para os que aqui frequentam e são da tua confiança.

@MarcelFla disse...

Saindo do lado ambiental por enquanto, esse não é um caso isolado, a poucas semanas ou meses houve um acidente com um caminhão que transportava toras de madeira que se soltaram, por sorte também não houve vítimas (tirando as árvores por hora).

A PM adora fazer blitz, muitas vezes voltadas especialmente a motociclistas, poderia também começar a focar nesses caminhões, e se eles só rodarem nas BRs, que a rodoviária federal intercepte e cheque não só a procedência da madeira, como também o nível de segurança que estão empilhadas.

Outro dia vi um caminhão com somente dois cabos de aço (na minha opinião bem finos) segurando toras imensas, não registrei por estar de moto, será que vão esperar um desastre para tomar providências?

Anônimo disse...

Senhores
Foram os senhores que escolheram, ao votar no governo da floresta, este modelo de desenvolvimento. A policia fiscaliza sim, mas todos os caminhões das grandes madeireiras estão legalizados, de acordo com a legislação estadual e federal. No lado oposto, quase que 100% dos caminhões que saem de ramais trasnportando madeira, o fazem de forma ilegal. Desta maneira, a esmagadora maioria das apreesões realizadas pela policia ambiental e por orgãos como IMAC e IBAMA, em nosso estado, são de transportes ilegais de madeira, para para obras de residencias, as quais o morador não tem condiçoes de comprar madeira legalizada, bem como para suprir as marcenarias do estado, atividade esta marginalizada pelo modelo atual de exploração da madeira. É facil entender este processo: se o estado prioriza a exportação de madeira para a Europa e Asia, o mercado interno fica sem condiçoes de adquirir esta matéria prima, pois é complicado para um marceneiro adquiri um metro cubico, pelo mesmo valor que é vendido a estes paises. Resta as Marcenarias fecharem as portas, adquirirem madeira de forma ilegal, ou trabalhar com MDF. Quantos dos senhores leitores deste BLOG, podem adquirir uma estante de madeira a 3 mil reais? quantos podem comprar um guarda-roupas fabricado em madeira a 6 mil reais? Olhem para suas residencias, acredito que na maioria, os moveis são de MDF, aglomerado, ou compensado. Com tantos caminhoes passsando, ficamos horrorizados e calculando em quanto tempo irão desmatar tudo. mas acredito que o pior dia de nossoas vidas, sera aquele em que passar o ultimo caminhão, porque ai saberemos que está tudo acabado.
A fiscalização dos caminhões nas rodovias, é competencia da Policia Rodoviaria Federal, qaunto ao código de transito. A Policia militar cabe fiscalizar apenas a parte ambiental.
Tem outro aspecto que ninguem fala: o IMAC e o IBAMA são pribidos de entrar em madeireiras como a Ouro Verde, Truinfo e Canaa. A Dona Fátima bate no peito e diz que está com o Governo. Tem um episodio conhecido entre os orgão ambientais: tecnicos do IMAC foram realizar vistoria de patio na madeireira da Dona Fatima, ela aos berros ameaçou quebrar a cara de um dos tecnicos. Telefonou para alguem e em alguns minutos, os tecnicos receberam a ordem de sair do local. Na verdade senhores, e digo como profissional da area, o manejo madeireiro é uma lorota. Estas pessoas não são daqui, quando acabar a madeira irão embora, como fizeram la na Malasia. É o capitalismo.
A questão da segurança no transporte de toras precisa ser mesmo fiscalizada, o Prof Gerson tem toda razão. Mas o modelo de exploração que ai está foi escolhido pelos acrenos, e nestas eleiçoes foi mais uma vez aprovado. Temos o direito de espernear, e esperar passar o ultimo caminhão de madeira. Aquele que trará no parachoqeu escrito: "Aqui jaz o Acre"