POR JÚLIO EDUARDO GOMES PEREIRA
Não sendo professor, cientista político ou aposentado, mas presidindo a comissão de ética do Partido Verde no Acre, tenho o dever da ousadia de tentar auxiliar o professor Marcos Inácio Fernandes a embarcar na atualidade.
O professor Anthony Giddens, na introdução de “O debate global sobre a Terceira Via”, publicado pela Fundação Editora da UNESP, cita entre muitas excelentes avaliações:
“Existe um reconhecimento geral quase que por toda parte de que as duas vias que têm dominado o pensamento político desde a Segunda Guerra Mundial fracassaram ou perderam a pujança.”
O professor Anthony Giddens, na introdução de “O debate global sobre a Terceira Via”, publicado pela Fundação Editora da UNESP, cita entre muitas excelentes avaliações:
“Existe um reconhecimento geral quase que por toda parte de que as duas vias que têm dominado o pensamento político desde a Segunda Guerra Mundial fracassaram ou perderam a pujança.”
“Os partidos esquerdistas estão sendo forçados a criar algo novo, uma vez que as doutrinas centrais do socialismo já não são aplicáveis.”
Imagino como deve ter sido difícil para aqueles que avaliam a política exclusivamente pelo retrovisor ver acontecer a “onda verde”.
Imagino como deve ter sido difícil para aqueles que avaliam a política exclusivamente pelo retrovisor ver acontecer a “onda verde”.
Uma parcela significativa do eleitorado brasileiro optou pelo novo, pelo debate, pela oportunidade de pensar melhor, pelo impedimento da forma reduzida de uma eleição geral que o plebiscito representa e demonstrou a extinção de disputa entre o bonzinho e o mauzinho.
Também considero complexo ver uma grande liderança partidária mudar de casa, mas não de rua, por se sentir impossibilitada de fazer seu antigo partido reassumir os compromissos que fez com a sociedade. Está claro que Marina Silva não saiu do PT, mas sim que o partido se afastou daquilo que o fez ser escolhido e contado com suas energias para crescer. E como ela foi fundamental para isso.
Compreendo a tática de tentar rotular de neutralidade o que, na verdade, é independência; talvez uma decisão impossível em siglas partidárias que administram seu capital social como manadas.
Quando acontece a contribuição do Partido Verde para enriquecer e atualizar os programas dos candidatos que disputam o segundo turno, a elegância política e a ética excluem qualquer traço de posição neutra.
E se fôssemos falar de higiene, os brasileiros e as brasileiras sabem para onde destinar os produtos de limpeza, certamente nunca tão bem endereçados na história deste país.
Para falar de decepção, ficamos, os verdes, impressionados com a decisão rápida e cirúrgica do presidente do Brasil ao optar pelo agronegócio e pelo desenvolvimentismo cego como caminho desconectado da realidade e necessidade mundiais de sustentabilidade ao escolher um membro de sua equipe muito pouco afeito à realidade local para conduzir o futuro da Amazônia brasileira.
E para abordar o baixo nível, queremos agradecer à nossa Marina por ter sido decisiva para qualificar a campanha eleitoral e priorizado o debate em vez do embate, como medida eficaz de evoluir a consciência política no país, o que não estamos observando acontecer neste turno do processo eleitoral.
Para não fazer o jogo daqueles que não compreendem ainda que o voto pertence ao eleitor e não a partidos e seus supostos líderes, tenho me posicionado como ativista político e, assim, explicado o meu próximo voto, àqueles que me perguntam ou debato sobre o futuro, para a candidatura que avalio como mais importante para o meu Estado e considerando o compromisso pretérito do PT com o Acre.
Não posso, entretanto, deixar de reconhecer uma ponta de ressentimento com a falta de agradecimento que o Partido Verde do Acre deveria ter recebido por ter seguido o pedido de Marina de não sair nessa eleição com chapa completa e, assim, contribuir com a unidade da Frente Popular do Acre. Se a decisão tivesse acontecido de acordo com a posição inicial do PV do Acre e com a executiva nacional do partido, a eleição aqui não teria, com certeza, sido concluída ainda.
Estou convicto de que a Frente Popular do Acre foi responsável pela maior obra política e social para o Acre moderno – o resgate da autoestima dos acreanos- mas, companheiros, convenhamos que se o modelo e as posturas atuais permanecerem é possível que as eleições de 2010 sejam o marco final deste importante ciclo de 20 anos.
Também considero complexo ver uma grande liderança partidária mudar de casa, mas não de rua, por se sentir impossibilitada de fazer seu antigo partido reassumir os compromissos que fez com a sociedade. Está claro que Marina Silva não saiu do PT, mas sim que o partido se afastou daquilo que o fez ser escolhido e contado com suas energias para crescer. E como ela foi fundamental para isso.
Compreendo a tática de tentar rotular de neutralidade o que, na verdade, é independência; talvez uma decisão impossível em siglas partidárias que administram seu capital social como manadas.
Quando acontece a contribuição do Partido Verde para enriquecer e atualizar os programas dos candidatos que disputam o segundo turno, a elegância política e a ética excluem qualquer traço de posição neutra.
E se fôssemos falar de higiene, os brasileiros e as brasileiras sabem para onde destinar os produtos de limpeza, certamente nunca tão bem endereçados na história deste país.
Para falar de decepção, ficamos, os verdes, impressionados com a decisão rápida e cirúrgica do presidente do Brasil ao optar pelo agronegócio e pelo desenvolvimentismo cego como caminho desconectado da realidade e necessidade mundiais de sustentabilidade ao escolher um membro de sua equipe muito pouco afeito à realidade local para conduzir o futuro da Amazônia brasileira.
E para abordar o baixo nível, queremos agradecer à nossa Marina por ter sido decisiva para qualificar a campanha eleitoral e priorizado o debate em vez do embate, como medida eficaz de evoluir a consciência política no país, o que não estamos observando acontecer neste turno do processo eleitoral.
Para não fazer o jogo daqueles que não compreendem ainda que o voto pertence ao eleitor e não a partidos e seus supostos líderes, tenho me posicionado como ativista político e, assim, explicado o meu próximo voto, àqueles que me perguntam ou debato sobre o futuro, para a candidatura que avalio como mais importante para o meu Estado e considerando o compromisso pretérito do PT com o Acre.
Não posso, entretanto, deixar de reconhecer uma ponta de ressentimento com a falta de agradecimento que o Partido Verde do Acre deveria ter recebido por ter seguido o pedido de Marina de não sair nessa eleição com chapa completa e, assim, contribuir com a unidade da Frente Popular do Acre. Se a decisão tivesse acontecido de acordo com a posição inicial do PV do Acre e com a executiva nacional do partido, a eleição aqui não teria, com certeza, sido concluída ainda.
Estou convicto de que a Frente Popular do Acre foi responsável pela maior obra política e social para o Acre moderno – o resgate da autoestima dos acreanos- mas, companheiros, convenhamos que se o modelo e as posturas atuais permanecerem é possível que as eleições de 2010 sejam o marco final deste importante ciclo de 20 anos.
E me surpreende que alguns ideólogos e cientistas políticos da FPA, ao invés de avaliarem seus erros, queiram ressuscitar antigos fantasmas de teorias conspiratórias e uma velha separação entre direita e esquerda que já foi jogada no lixo com suas alianças recentes.
A direita e a esquerda de hoje vestem verde, sim. E vestem também vermelho e azul, quando lhes convém. Quem não percebe isso, acaba destratando aliados fiéis e abraçando traidores só por causa da cor da camisa.
A direita e a esquerda de hoje vestem verde, sim. E vestem também vermelho e azul, quando lhes convém. Quem não percebe isso, acaba destratando aliados fiéis e abraçando traidores só por causa da cor da camisa.
Júlio Eduardo Gomes Pereira é médico e dirigente do Partido Verde no Acr. E atenção patrulha: o artigo foi recebido com o título "Para aqueles que ainda acham que existe direita e esquerda na política". Alterei porque estava longo.
6 comentários:
Muito barulho por nada... Se, para superar os desafios que estão a nossa frente, dependermos "da novidade verde", onde iremos?
Ambientalismo que não é anti-capitalista ou é ingênuo ou é hipócrita...
Bravo, Julinho, agradeço-lhe pela resposta ao Professor. Achei aquele artigo rançoso, agressivo e completamente fora de contexto. Precisava de uma resposta à altura. Marina não merece um tratamento desse no Acre.
Keilah
Que não seja o fim da Frente petista, mas certamente o nascimento do PV de verdade, no Acre. Até que enfim alguém se tocou que primeiro turno não pode ser plebiscito.
Parabéns pelo artigo e pela ousadia.
Júlio, sua ousadia e coerência saõ imprescindíveis para nós que buscamos uma nova via. Muito obrigada. Conte comigo, minha filha e quantos mais eu puder trazer para nossos futuros voos.
Parabéns, finalmente traduzido em palavras o que vem acontecendo no Acre: "A direita e a esquerda de hoje vestem verde, sim. E vestem também vermelho e azul, quando lhes convém. Quem não percebe isso, acaba destratando aliados fiéis e abraçando traidores só por causa da cor da camisa".
No Acre, ideólogos e cientistas políticos só defendem os seus anéis.
Altino e Dr. Júlio Eduardo,Mais Um Post
Hodierno e Histórico!!! Vivemos Nessa
Constante 'Revolução Histórica Acreana',
Eu Só Faria Um Reparo Nesta Maquiagem de
'...MAIOR OBRA POLÍTICA e SOCIAL PARA o
ACRE MODERNO-O RESGATE da AUTOESTIMA
dos ACREANOS-...'
Pois, A Resposta das Urnas Foi Justamente
o Chamamento de Que NOSSA AUTOESTIMA NÃO
É ALGO QUE POSSA SER TRATADO VIRTUALMENTE!
Nós Acreanos,Somos Um Povo Fraterno,
Acolhedor e Nos Conhecemos a Todos !!!
'Todo Mundo Aqui Se Conhece Um Ao Outro'
É O Que Mais Eu Escuto Das Pessoas Nas
Ruas...Ninguém Precisa Usar Salto Alto
Para Revogar A Lei Da Gravidade e No
Dia Seguinte "Calçar As Sandálias da
Humildade" com Discursos...
Realismo e Verdade São As Principais
Características Que Nós Lá do JURUÁ
Sempre nos 'Diferenciamos Quando o
VOTO é o TEMA CENTRAL ELEITORAL',Somos
EXIGENTES e POLITIZADOS DESDE O ÚTERO!
Somos Um Povo Tão Enjoado 'QUE DECIDIMOS
O RESULTADO DESTAS ELEIÇÕES de 2010' !!!
Pessoalmente,Tenho Dito Que O Mandato
Parlamentar do Senador Tião Viana Foi
o Mandato Com Maior 'Visibilidade'...
Pelos Motivos e Razões Que todos Nós
Conhecemos...MAS QUE FOI,FOI!!!
Sempre O Vejo 'Falando Em Humanizar...'
Eu Honestamente ACREDITO QUE ELE O
FAÇA...MAS VAI DEPENDER DE OUTRAS
PESSOAS...AÍ EU QUERO VER!!!'
Enfim,DIGNIDADE VERDE JÁ!!!
Pelo Acre e Nossos Irmãos Acreanos,
Queiram Dispor Sempre Desta Ativista!
Joana D'Arc Valente Santana,Eu Sou!!!
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