Antropólogos brasileiros e peruanos estarão reunidos nesta quinta-feira, 3, em Lima, numa conferência sobre metodologia de investigação de território de povos indígenas em isolamento voluntário. A iniciativa partiu da equipe do Centro de Trabalho Indigenista (CTI), que trabalha na região do Vale do Javari (AM), na fronteira com o Peru.
- Urge reconhecer oficialmente os territórios dos povos indígenas em isolamento voluntário para garantir sua integridade - afirma Gilberto Azanha, diretor do CTI.
Brasil e Peru compartilham amplos espaços da Amazônia habitados por povos indígenas em isolamento, também conhecidos como não contatados, que recusam relações de interação com estranhos, mantendo-se em isolamento cultural e geográfico, assim como altos níveis de autonomia.
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Um comentário:
Quando os europeus chegaram às América já estava ocupado há milhares de anos pelos indígenas e contava com uma população muito grande e variada - os ameríndios - esses habitantes primitivos das Américas viviam, na sua maioria, em comunidades tribais. Porém, em regiões variada, viviam duas sociedades mais adiantadas e estabelecidas com os impérios: a asteca e a inca. Elas se constituíam num Estado organizado e tinham técnicas desenvolvidas de produção.
Será que os índios isolados também já não têm suas organizações e técnicas desenvolvidas de produção? E estão apenas esperando para decidirem seus futuros?...
Só espero que o Centro de Trabalho Indigenista tire as lições corretas desta experiência, que encare isto como um recuo tático e que depois insista no caminho de segurança aos isolados. Pois os impactos das explorações madeira, minérios e petrolíferas podem ser um grande perigo para a estabilidade do país.
Li nalgum lugar que “Os grupos indígenas peruanos sempre foram contra a legislação que permitiria que empresas estrangeiras explorassem a madeira e minérios. O Congresso do Peru revogou os decretos legislativos 1090 e 1064, que estabeleciam normas para a exploração de recursos naturais e causaram uma série de protestos indígenas na região amazônica do país.
O ianomâmi Kopenawa diz que para o homem branco é difícil ser feliz", afirma ele. "Tem uma raiz muito grande na cidade, não pode mudar. Está enlouquecido com a terra, sempre quer tirar cada vez mais para que a cidade cresça; só pensa no solo: petróleo, ouro, minerais, estradas, carros, trens."
Os ianomâmis lutam há anos para preservar seu modo de vida. Caçam com arco e flecha, pescam com um elemento que atordoa os peixes, cultivam na selva. São nômades: a cada dois ou três anos, quando a terra se esgota, se transferem.
O projeto de lei 1610/96 sobre mineração nas terras indígenas, em discussão no Congresso brasileiro, poderá abrir a porta para a mineração em grande escala em território ianomâmi. Pode significar que estradas cortarão as terras de seus ancestrais. "No Peru o governo mandou o exército matar os índios. No Brasil são os invasores que matam os índios, mas as autoridades também têm culpa por deixá-los entrar." Ele se refere aos garimpeiros, os caçadores de ouro.” Agora o petróleo! Quando tudo isso chegará ao Fim?...
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