quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PRIMEIRA INFÂNCIA E CULTURA DA PAZ

Marina Silva

A primeira infância é o momento em que as crianças de fato apreendem o mundo e formatam para sempre sua compreensão da realidade. Se elas estão inseridas num contexto familiar ou comunitário privadas de cuidado, afeto, educação e segurança, olharão para a vida sem os instrumentos necessários para enfrentar seus obstáculos.

É essa atenção com a infância que vai permitir a construção de valores positivos e dará aos pequenos um olhar de esperança, uma percepção de sua dignidade, uma autoestima capaz de livrá-los das armadilhas existentes pelo caminho.

No país em que mais da metade das famílias são chefiadas por mulheres, que se dividem entre o trabalho e o cuidado de suas crianças, faltam creches para atender à população. A maior parte das crianças brasileiras, então, não conta com a devida atenção dos pais e do Estado no momento mais importante, que é o da primeira infância.

Os resultados dessa carência são os piores possíveis. Desamparadas, indefesas, essas crianças se sentem "jogadas no mundo". Entre os adolescentes, a maior causa de morte é a violência. A gravidez de adolescentes é também um problema crônico em todo o Brasil. Em 2008, foram mais de 485 mil partos realizados em meninas de 10 a 19 anos na rede pública de hospitais. Essas crianças já crescerão com baixa expectativa de ter aquele cuidado especial que só um ambiente familiar acolhedor é capaz de dar.

Os indicadores relativos à infância no nosso país têm melhorado, sem dúvida. Mas estão ainda muito aquém do necessário e do que pode ser feito. Falta ao país a consciência de que a prioridade deve ser a de investir na formação do próprio povo, e em especial na educação e no bem-estar das crianças. Não somos, ainda, como nação, a "mãe ou pai gentil" que devemos ser se quisermos dar o salto civilizatório que pretendemos.

Por isso é tão louvável a criação e as iniciativas promovidas pela Rede Nacional Primeira Infância. Fundada em 2007, ela reúne organizações que atuam em prol da promoção e garantia dos direitos da criança até os seis anos de idade. Entre muitas ações, a Rede vem discutindo a elaboração de um Plano Nacional da Primeira Infância, que defina objetivos e metas para políticas públicas para crianças dessa faixa etária.

Após mais de um ano de consultas públicas e debates, a proposta será apresentada durante a 2ª Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz, que acontecerá de 27 a 30 de outubro no Senado Federal. Com a presença de diversos especialistas, a programação incluirá, além de uma conferência, oficinas, apresentação de filmes e mesas-redondas, tendo como um dos temas centrais a prevenção da violência na primeira infância. Confirma a programação completa no endereço www.senado.gov.br/sf/senado/programas/infanciaepaz e participe!

É mais do que urgente congregar e aprofundar todas as políticas para que atendam às necessidades dessa parcela tão frágil da população, que chega a quase 20 milhões de pessoas.

Hoje é comum apontar para a crescente importância política e econômica do Brasil. Analistas do mundo todo concordam que nosso país deve ter um papel cada vez mais decisivo. Mas só terá real importância se na base da aspiração nacional estiver o objetivo de dar expectativa de vida mais digna e feliz para a nossa população.

A riqueza que o país gerar deverá servir, em primeiro lugar, a esse propósito. Que só será verdadeiro e possível se começar pelos cuidados com a infância, para que nossas crianças cresçam num ambiente de paz, esperança e solidariedade

Marina Silva é professora de ensino médio, ex-ministra do Meio Ambiente, senadora do Acre pelo PV e colunista da Terra Magazine.

4 comentários:

Rosangela Barros disse...

Boa tarde, Altino!

O tema central para a prevenção da violência na primeira infância deveria fazer parte, desde dos primeiro momentos políticos, dos projetos de senado dessa indolente, inconseqüente e esdrúxula senadora acreana. Tolerância Zero para essa espécie de oportunista. Para darmos o salto no processo civilizatório que pretendemos, políticos iguais a essa distinta senadora deveria está saindo de sena partidária para repensar todas as suas ações e tomar novas medidas totalmente diferentes das de costumes petistas.
Para sermos uma nação, a "mãe ou pai gentil" a geração de renda e trabalho, o investimento no setor agrícola deveriam ser a prioridade em todos os projetos político que tenham a preocupação com os desamparados e indefesos. “Essas crianças se sentem jogadas no mundo" porque seus pais são tratados como seres ofensivo à sociedade que a senadora ajudou a construir. Falta alimento para a humanidade amenizar a fome e a violência!... Não precisamos exportar madeira para solucionar problemas econômicos, falta de trabalho, ou evitar a gravidez na adolescência e agora vem com essa conversa de que “Hoje é comum apontar para a crescente importância política e econômica do Brasil. Analistas do mundo todo concordam que nosso país deve ter um papel cada vez mais decisivo” e a senhora senadora o que fez?
“É mais do que urgente congregar e aprofundar todas as políticas para que atendam às necessidades dessa parcela tão frágil da população” mais urgente ainda é políticos como a senhora senadora tomarem medidas concretas que possibilitem criar “expectativa de vida mais digna e feliz para a nossa população”. Porque, ao contrário, a atual política só cria expectativa para o ódio, a violência, a indignação, a fome, a miséria, o preconceito etc. e toda forma de degradação humana!...
Os assessores da Senadora escrevem muito bem, obrigada!

Rosangela Barros disse...

Por favor, Altino!
Permitam-me dedicar a Senadora Marina uma poesia minha que me inspirei em políticos petista: “Mãos que Destroem”
Eu gostaria de ter nas mãos, neste momento,
Uma Marreta!
Para Derrubar Muros
Que Separam as Diferenças!...

Eu preciso neste momento de uma Bomba!
Nas mãos, agora!
Para Explodir Falsos Preconceitos
Que Mascaram as Verdades!...

Eu necessito de uma Metralhadora
Nas mãos, já!
Para disparar sobre Homens
Que Destroem...
Corações,... Sonhos e Desejos!...

VILA VERDE disse...

Rosangela,
Num comentário você diz:
"Os assessores da Senadora escrevem muito bem, obrigada!"

E eu lhe digo:
E você escreve muitíssimo mal!!!

No outro comentário você escreve umas maluquices e diz que é uma poesia.
Quem chama isso de poesia chama urubu de meu galo.

Respeite as pessoas de bem! Procure um tratamento neuropsiquiátrico, mulher! Quem é você para atirar pedras na Marina?

Vilaverde

Rosangela Barros disse...

Bom dia, Altino!

Prezado blogueiro só você pode evitar que minhas pedras atinjam alguém, portanto só você pode perguntar quem eu sou para fazer qualquer comentário em seu blog. Agora , perdoe-me e dê-me licença para atirar muitas pedras e mandar um dedão do secretário para o indolente, insólito, estúpido, inconseqüente e creio que muito inútil e limitado Vila Verde: pois, senhor urubu Vila Verde, eu sou apenas uma acriana (também acompanhei a luta de Chico Mendes de perto) que sofre as conseqüências de inconseqüentes como o senhor e a senadora Marina, além de ter, também, o que o senhor não tem: coragem e boa vontade para tentar mudar a situação de miséria em que vivemos!
Agora eu lhe pergunto seu inútil, quem é você, que não tem capacidade de demonstrar nas suas limitadas palavras o que a sua senadora fez de bem para o Acre e a Amazônia, se contenta apenas em ler meus comentários sem comentar o que a matéria do blog pede. Ainda, quem é você seu facínora para mandar eu procurar um tratamento neuropsiquiátrico?
Para iluminar a sua mente (que deve apenas versar sobre os periquitos e botos, rios e florestas que outrora existiu), como eu ia dizendo segue para o senhor entender o terrorismos dos meus verso parte de um texto “Nem Rosa, Nem Cravo” de Jorge Amado que retirei do Blog Alma Carioca:
“Outros que falem as grandes palavras de amor para a bem-amada, outros que digam dos crepúsculos e das noites de estrelas.”
“Não tenho palavras, não tenho frases, vejo as árvores, os pássaros e a tarde, vejo teus olhos, vejo o crepúsculo bordando a cidade. Mas sobre todos esses quadros bóiam cadáveres de crianças (no Acre as que eu vi serem enterradas as margens do rio Jordão)que os nazis mataram, ao canto dos pássaros se mesclam os gritos dos velhos torturados nos campos de concentração (no Acre: no isolamento da floresta), nos crepúsculos se fundem madrugadas de reféns fuzilados.”
“E, quando a paisagem lembra o campo, o que eu vejo são os trigais (no Acre: projetos de manejo) destruídos ao passo das bestas hitleristas, os trigais que alimentavam antes as populações livres. Sobre toda a beleza paira a sombra da escravidão. É como u’a nuvem inesperada num céu azul e límpido. Como então encontrar palavras inocentes, doces palavras cariciosas, versos suaves e tristes? Perdi o sentido destas palavras, destas frases, elas me soam como uma traição neste momento.”

Muito grata pela atenção!