quarta-feira, 18 de março de 2009

ACREANOS DOS PÉS RACHADOS

Perpétua Almeida

Também estou muito incomodada com esta coisa do acriano ou acriana. Nós somos acreanos e acreanas, ora bolas. Já brigamos para sermos todos brasileiros. A resistência está no nosso sangue. E, acredito, vamos resistir a mais uma.

Estou surpresa com o espírito de passividade que tomou conta de muitos acreanos em não se incomodarem em escrever que são acrianos.

Mas vamos aos fatos: provocada pelo jornalista Altino Machado, já fiz vários contatos para ver de onde deve ser o nosso ponto de partida para manter as nossas raízes, nossa identidade, nossa história, nossa tradição, nossa acreanidade.

Já falei com o profesro Clodomir Monteiro, da Academia Acreana de Letras, com o Aníbal Dinzi, assessor do governador Binho Marques, e com o presidente da Assembléia Legislativa, com o jornalista Sílvio Martinelo, com o cronista Toinho Alves, entre outros. Com todos argumentei da necessidade de buscarmos as alternativas possíveis para continuarmos sendo acreanos.

Aqui na Câmara, já tem uma pessoa da assessoria que pedi para estudar nossas alternativas.

Fiz contato com a Academia Brasileira de Letras, com sede no Rio. Estou pedindo uma audiência para depois da Semana Santa. O ideal é ir uma boa delegação de representantes do Acre, se for o caso, para que nossos estudiosos da área sejam ouvidos. Isso porque fui informada que a Academia Brasileira de Letras ficou responsável para ouvir os reclames no Brasil relativos ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Acho importante que possamos desenvolver, sim, essa campanha na internet, até para termos uma noção se o caminho é esse mesmo. É importante sabermos a opinião do máximo de pessoas possíveis.

Vamos tocar pra frente como acreanos e acreanas dos pés rachados.

Perpétua Almeida é deputada federal pelo PC do B. Na próxima semana, por iniciativa do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Edvaldo Magalhães (PC do B), será anunciado um ato da Mesa Diretora pela manutenção nos documentos oficiais da casa dos gentílicos acreano e acreana e não acriano ou acriana, contrariando a recomendação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Magalhães espera contar com a adesão do Executivo e do Judiciário. Certa vez rodaram a baiana por causa de uma reforma ortográfica e por isso a Bahia continua com "H".

Leia mais:
Acreano vira acriano
Sem acordo

Ser acriano ou não ser acreano

6 comentários:

Grupo de Choro Afuá disse...

Eu sou Aquiry, por isso sou Acriano. Esse negócio de identidade só conheço o RG e outros documentos pessoais. Se é para resgatar a acrianidade, então vamos sair da urbanidade e morar no tapiri. Identidade não se descobre se inventa, se cria, Identidade não congela-se no tempo. Resgatar identidade é voltar ao primitivo. Vamos falar em Latim então.

Cartunista Braga disse...

Taí, o H da Bahia. Um charme baiano! Bem lembrado Altino. O nosso agá agora é manter umeno a grafia do nosso gentílico. Não deixemos pois, que desapareça essa identidade cultural. Já basta termos perdido nosso melhor agá, que era aquele fuso horário pra lá de charmoso.

Leonardo Maia Roma disse...

perpetua vê se tu faz alguma coisa na tua vida e muda esse acriano pra acreano.

walmir.AC.lopes disse...

Si insistirim im quirir mi chamar di acriano, daqui pra frinti passarii a iscrivir ixataminti assim, nigando-mi catigoricaminti a grafar i pronunciar a litra qui quirim surrupiar de meu Acri. Ora mirda! Intindiram?

Anônimo disse...

Acreano sim, Acriano me remete ao sotaque do sudeste e nós, somos do norte, mais do que nunca.

Grupo de Choro Afuá disse...

Tá certo, só falta dizer que somos também do sul: leiTE quentE