sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

PESCA PREDATÓRIA NO RIO ACRE

Encapuzados e armados, pescadores desafiam autoridades na fronteira Brasil-Peru


Encapuzados e armados, pescadores brasileiros, peruanos e bolivianos intensificaram a pesca predatória no rio Acre e seus afluentes, embora a atividade esteja proibida pelo Ibama na região até o dia 15 de março. Debaixo da ponte binacional que liga o Brasil ao Peru, observados por fiscais da Receita Federal e agentes da Polícia Federal, os pescadores não respeitam a proibição anual, feita no período do defeso, quando os peixes se preparam para a desova na cabeceira do rio.

Os pescadores retiram por noite, em média, 400 quilos de peixe, que são transportados em carro-frigorífico para consumo nas cidades do departamento de Madre de Dios, em território peruano. A situação vem sendo denunciada ao Ibama e Ministério Público Federal por pesquisadores do Movimento MAP - Madre de Dios (Peru) , Acre (Brasil) e Pando (Bolívia).

- A pesca predatória ameaça de morte a região do Alto Rio Acre. Durante todo o período da piracema, embora com a proibição da pesca, os pescadores peruanos, brasileiros e bolivianos continuam com a atividade. Na área da Comunidade Nativa de Bélgica, em território peruano, o senhor José Pineda Calvo foi ameaçado de morte pelos pescadores por denunciar a pesca indiscriminadada em época de desova - afirmou Vera Reis, professora da Universidade Federal do Acre e ativista do Movimento MAP.

No Peru não existe legislação específica para proteger a desova dos peixes e os pescadores aproveitam a situação sabendo que encontram compradores do lado peruano. Segundo Vera Reis, desde dezembro, autoridades brasileiras e peruanas foram comunicadas do fato, mas não foi tomada nenhuma medida capaz de detê-los.

- Temos conhecimento da situação e ela é muito delicada porque exige diplomacia. Quando a fiscalização chega, os pescadores se posicionam em território peruano e nós não podemos avançar para prendê-los. O máximo que temos conseguido é fazer a apreensão de barcos e redes de pesca. O problema exige uma articulação para ação conjunta do Ibama e do Instituto Nancional de Recursos Naturais do Peru - disse Anselmo Forneck, superintendente do Ibama no Acre.

A pesca predatória na fronteira Brasil-Peru-Bolívia atinge a Estação Ecológica Rio Acre, de 78 mil hectares, criada há mais de 20 anos para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e preservar as nascentes do Rio Acre. A unidade faz divisa com as duas terras indígenas Mamoadate, ocupadas pelos povos indígenas manchineri e jamináwa.

O foco dos pesadores é o peixe piranambu (Pinirampus pirinampu), mais conhecido como barbado, barba-chata ou urubu d’agua. O peixe não tem valor comercial no Brasil porque tem a fama de devorar a carne das vítimas de afogamento. Porém, no Peru, ele é muito apreciado pela população

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6 comentários:

lindomarpadilha.blogspot disse...

Caro Altino,

Não podemos negar que uma parte também serve para satisfazer o refinado paladar de setores hipócritas de nossa sociedade que se diz cristã. E ainda há quem diga que é "a turma da caiçuma" que prejudica suas vidas ilibadas regadas a muito wisk "importado" no acompanhamento da tradicional peixada. Sempre pagando os devidos impostos, claro e assim contribuindo sobremaneira com o processo civilizatório.

Bom trabalho.

Lindomar Padilha

Anônimo disse...

Altino, Esta diplomacia clandestina entre os integrantes destes tres paises,certamente compromete que a fiscalização tenha êxito.Se não fosse esta confraternização entre as partes,facilitaria a vida do IBAMA e demais orgãos envolvidos.Em tempo:o que significa a expressão"a turma da caiçuma"?BETO MINEIRO.

Anônimo disse...

Altino,

Pobre IBAMA, o forneck não consegui vigiar a Reserva Chico Mendes que estava debaixo do seu nariz, fica dando palpite sobre assunto que tem não o minimo conhecimento. Te manca Forneck voce já conseguiu eleger teu filho vereador, tá na hora de pedir o boné.

lindomarpadilha.blogspot disse...

Caros Altino e Beto Mineiro,

Só para explicar que a "turma da caiçuma" é a forma pejorativa que alguém tem utilizado em seus comentários para se referir aos povos indígenas. Sempre são interpretados como impecilios ao 'desenvolvimento'.

Bom trabalho e bom final de semana.

Lindomar Padilha

Thomaz disse...

Caro Altino,
Temos que ter coragem para de uma vez por toda acabar com a pesca predatória em nosso país. Luto pelo fim da pesca predatórias no Pantanal sul-mato-grossense...uma voz solitária mas com compromisso com a verdade. Visite meu blog
www.pantanal.spaceblog.com.br
Vamos compartilhar nossas idéias
Thomaz Lipparelli, Biólogo, MsC Dr. Ictiologia
Ex-superintendente de pesca de MS

Anônimo disse...

Altino

deveria haver maior fiscalização e aprienção de equipamento usado para esse ato inconsequente,maiores penas, cadeia etc.