terça-feira, 19 de agosto de 2008

EM NOME DE ZIZO

Marina Silva

A cantora entoava o Hino da Independência num solo à capela e nós repetíamos o estribilho: "ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil". Em torno, o frescor da Mata Atlântica cheirosa, barulho de riacho, de folhas. No centro, a memória de um jovem estudante bonito, generoso, que poderia estar ali, entre seus irmãos e amigos, aos 63 anos. Mas morreu aos 24, durante a ditadura militar, numa emboscada armada por delegados do DOPS, perto da avenida Paulista, em São Paulo.

De repente me dei conta de que estávamos retomando - especialmente a família de Luiz Fogaça Balboni, o Zizo - a saga de quem resolveu não apenas cantar o refrão do Hino, mas vivê-lo com radicalidade, assumindo morrer numa guerra de objetivos não bélicos, não de conquista de territórios, mas de conquista de democracia, para que o Brasil fosse uma pátria livre.

Outros jovens dos anos 1960 e 70 estavam ali, muitos deles pais de moços e moças que hoje tem a idade do amigo quando foi morto. Quando passam pelo quarto dos filhos, talvez achem que ainda são meninos e meninas e lhes cobrem os pés, apagam a luz, fecham a porta. E, no entanto, com a mesma idade, foram uma força criativa, inovadora, corajosa, que abandonou todas as proteções familiares e institucionais para correr os riscos de lutar pelos tesouros mais profundos do Brasil, pelo direito de ir e vir, de pensar e falar, participar da vida nacional, escolher rumos.

Leia mais na Terra Magazine.

7 comentários:

. disse...

Comovente, nao devemos deixar a historia morrer e nem ser invertida, se esses pais choram a morte de seus "herois", foi por culpa deles que nao souberam educar seus filhos e ensina-los a nao trair a sua patria. Todos que morreram durante a contra-revoluçao de 64, alguns militares defendendo a naçao e muitos jovens subversivos com o intuito de degradar a patria

morenocris disse...

Altino, conserte logo: 'zizo'

Unknown disse...

HEROIS: "O povo Brasileiro, que com todo o poder emanado, é enganado, humilhado, usado e mesmo assim confere poderes a seus comendadores, coroneis, chefes e etc...
Quem sabe um dia nós acordamos e nos levantaremos de novo!

Unknown disse...

Esse é o dotô Leandrius. E hoje ele tá enfezado, hein? Assim é que ele se dirige às mães e aos pais que perderam seus filhos assassinados pela repressão. Talvez ele nem tenha idéia dos quantos foram torturados e mortos pelo simples fatos de externarem opiniões políticas próprias e que a luta desses jovens resultou no país de hoje, onde, ele, Leandrius se sente a vontade para expor suas opiniões.

Como já se disse aqui, em sua prepotência, agredindo a todos e a qualquer um, é o mais legítimo representante da nova burguesia acreana.

. disse...

Jefferson, gostaria de ter vivido naquela epoca e poder falar com mais liberdades de assuntos que hoje me encomodam e naquela epoca nao me incomodariam. Os que foram torturados ou assassinados pela contra-revoluçao de 64, foram aqueles que afrontaram a patria e quiseram inverter a ordem correta das coisas. Faça um comparativo com Cuba.

Wesley Diogenes disse...

Jefferson por obséquio não perca seu precioso tempo discutindo com tais pessoas, não contribuem em nada, sabe aqueles fundamentalista religiosos que vc não se atreve à falar nada, pois sabe que estará falando pra alguém que não escutará nada do que está sendo dito, o mesmo serve pra certas pessoas, o melhor é relevar e deixar que suas opiniões, soem no vácuo [porq ter dor de cabeça com pseudo-intelectuais, que muitas vezes, são prepotentes, desrespeitosos e sensacionalista é phoda,], o máximo que podemos fazer, é ter pena, mas isso a gente guarda pra gente e tal.


Belo Texto Marina...
Nossa terças estão sendo coloridas com suas belas palavras de esperança e luta.

Altemar disse...

Esse menino é um gênio.