OSWALDO SEVÁ
Dois meses depois, na terceira semana de julho de 2008, o governo federal avançou mais um peão no seu mis-en-scène de planejamento energético, cada vez mais sob o signo da autocracia, tornando pública uma Resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), tratando projetos hidrelétricos no rio Xingu como uma estratégia dita de segurança nacional. Bem, é um risco, pode dar certo ou não: na Idade Média, a Armada espanhola também fez isso com os estaleiros, foram prioridade real durante anos, até a “melhor frota da história” ser consumida pelo incêndio no Canal da Mancha.
A cúpula do Executivo representada no CNPE, ao tomar ciência de todas as boas alternativas de usinas no Xingu, jura e assina embaixo que será implantado “apenas” o projeto hidrelétrico Belo Monte, na região entre Altamira e a Volta Grande.
Porém, há que se dourar a pílula, e a tal Resolução é divulgada como a resultante de um tipo de entendimento entre cavalheiros da mesma corte. Como se alguns setores do governo quisessem barrar o rio Xingu todo, fazer várias mega-usinas, e se outros setores não quisessem nenhuma barragem nesse rio. Difícil saber em qual nicho deste governo.
Houve até interpretações pseudo-dramáticas, como se o CNPE tivesse proibido qualquer outra barragem no rio Xingu e no seu principal afluente, o rio Iriri. Ora, o primeiro estudo de inventário feito pela Camargo Correa/CNEC, em 1980, para a então Eletronorte, previa cinco mega-obras (Kararaô, Babaquara, Ipixuna, Kokraimoro e Jarina) no trecho paraense do Xingu, mais uma (Cachoeira Seca) no seu irmão menor, o rio Iriri.
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4 comentários:
Vamos a luta!
É uma vergonha Altino!
Estamos vivendo um enorme dilema: A criaçao de novas fontes de energia, já que a população está aumentando, com isso, aumentando o consumo e consequente mente a demanda por suprir essa necessidade. Que é fato que precisaremos de energia para evitar a volta dos famoso apagões, isso não se discute, porém, há de se avaliar as opções, as usinas nucleares são uma opção, claro que bem maléfica porque a humanidade ainda não sabe como eliminar os resíduos que as usinas geram, resíduos altamente tóxicos à seres vivos. Por outro lado, não meno maléfica mas já com status de realidade seriam as hidrelétricas, claro que a devastação natural no entorno de uma hidrelétrica é gigantesca, mas a natureza já provou que sabe se transformar, renovar a vida. Bom, isso não é uma defesa às hidrlétricas, só mostra que pelo menos para mim o assunto é complexo demais. Infelizmente a ações antrópicas são mínimas ante a enorme devastação que qualquer obra dessa magnitude cria.
Altino.
O Xingu é um rio peculiar e ´nico. Não dá para compará-lo como qualquer outro rio da Amazonia. Só ele faz aliança com o magestoso Amazonas atraves de um largo delta.
Na foz, suas lindas aguas verde-esmeralda se mesclam com as aguas barrentas do rio mar no qual se perde finalmente acima do forte de Santo Antonio do Gurupá. O Xingú é misterioso. Seu nome até hoje não tem explicação etmologica. Alguns estudiosos querem traduzi-lo como casa dos Deuses.infelismente querem acabar com toda essa beleza, desde 1989, os povos indígenas e demais pobres daquela região vem lutando contra a demarcação dessa hidreletica.A principal pergunta é: A quem mesmo interessa Belo Monte?Ao Brasil? Vai melhorar o padrao de vida do povo xinguaras, do povo de Altamira?A energia a quem será destinada? Todos nós sabemos que serao mais uma vez beneficiadas as multinacionais que vivem as custas do Brasil com todas as mordomias fiscais e facilidades energéticas.
Sucesso.
Rose Nunes
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