sábado, 24 de maio de 2008

VIGILÂNCIA NA FRONTEIRA

Após encontro com sertanista, governador do Acre
cria posto de fiscalização para "índios invisíveis"


As mais de mil fotos tiradas pela primeira vez dos índios isolados do Acre, durante sobrevôos na fronteira Brasil-Peru, serviram para sensibilizar o Governo do Estado a atender uma reivindicação que já durava 20 anos, feita pelo sertanista José Carlos dos Reis Meirelles Júnior, coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental mantida pela Funai no Rio Envira. O governador Binho Marques (PT) recebeu o sertanista e anunciou que o Estado vai financiar a instalação de um posto de vigilância e fiscalização no igarapé Santa Rosa, no município de Santa Rosa do Purus, no limite da fronteira entre os dois países.


Os índios isolados, que já contam com duas bases de fiscalização de suas terras, mantidas pela Funai, encontram-se nas cabeceiras dos rios Breu, Jordão, Tarauacá, Humaitá e Envira. Cada posto de fiscalização custa entre R$ 250 mil e R$ 300 mil ao ano.

As águas do Alto Purus atravessam a fronteira internacional, vindas de território peruano, e entram no Brasil pouco acima de Santa Rosa. Índios isolados vivem e andam em ambas margens do Alto Purus peruano. Na margem direita, esses índios, conhecidos como Masko, percorrem as cabeceiras do Rio Iaco, na Terra Indígena Mamoadate.

Do outro lado da fronteira está situado Puerto Esperanza, que é uma guarnição do Exército peruano, com um considerável efetivo militar e pista de pouso asfaltada, com capacidade para abrigar aviões de grande porte. A construção de Esperanza e da pista foi durante vários anos atrativo para que ali se estabelecesse grande contingente populacional, inclusive famílias kulina, Kaxinawa, jaminawa, mastanawa, contanawa e sharanawa vindas do Rio Curanja e do Alto Purus.

Atendendo outra solicitação de Meirelles, o governador disponibilizou o antropólogo Terri Vale de Aquino para assessorá-lo no trabalho de proteção aos índios isolados.

- Espero contribuir muito para esse trabalho - disse Aquino a Terra Magazine, antes de viajar para participar de uma reunião dos ashaninka do Brasil e do Peru, além de outras lideranças indígenas do Alto Juruá, na aldeia Apiwtxa do Rio Amônea, no extremo-oeste brasileiro.

A vigiliância e a proteção dos índios isolados deverá contar, ainda, com a participação do antropólogo Marcelo Pierdrafita. Os antropólogos e o sertanista esperam convencer o governo estadual a fazer a inclusão dos povos isolados do Acre no Programa de Desenvolvimento Sustentável, que vem sendo financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Leia a reportagem completa na Terra Magazine.

3 comentários:

Socorro Craveiro disse...

Altino de quem são as fotos?
Maria

ALTINO MACHADO disse...

As fotos pertecem à Secretaria de Comunicação do Governo do Estado Acre e 1a Fundação Nacional do Índio (Funai), que é ligada ao Minsitério da Justiça do Governo do Brasil. O sertanista pretende registrá-las para assegurar os direitos àquela etnia, caso um dia ela decida fazer contato com a sociedade envolvente e queira receber pelos direitos autorais de uso da iamgem.

João Maurício da Rosa disse...

ei altino, está respondida aquela pergunta de santa rosa