A revista Veja vai se prestar a mais um desserviço ao elaborar uma "reportagem" apurada por telefone, a partir de São Paulo, na qual vai abordar com o sensacionalismo habitual o uso da ayahuasca como sendo alguma coisa de drogados.
É uma reação de intolerância ao pedido (leia aqui) formalizado no dia 30 de abril por representantes dos centros que integram os três troncos fundadores das doutrinas ayahuasqueiras. Eles pediram ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional o reconhecimento do uso da ayahuasca em rituais religiosos como patrimônio imaterial da cultura brasileira.
A solicitação mereceu o apoio do governador do Acre Binho Marques (ele já usou ayahuasca muitas vezes), do presidente da Assembléia Legislativa do Acre Edvaldo Magalhães (também já teve experiências com a bebida) e do ministro da Cultura Gilberto Gil, que conheceu-a em 1967. O projeto é resultante de uma iniciativa da deputada Perpétua Almeida (PC do B), que ontem foi entrevistada por Veja.
- O repórter totalmente desinformado começou a conversa, por telefone, argumentando que a ayahuasca é uma droga e questionou o fato de a deputada defender a bebida como patrimônio imaterial da cultura brasileira. Existe desinformação ou má fé - adverte Paulo de Tarso, assessor da parlamentar.
Perpétua Almeida expôs seus argumentos, mas em contato posterior com a assessoria dela, a reportagem de Veja revelou que vai abordar a questão pelo prisma da droga. Portanto, será o mesmo viés preconceituoso e sensacionalista de sempre.
Descalça, a deputada aparece na imagem acima, em Santa Rosa do Purus, na fronteira com o Peru, ao participar na manhã de hoje de um mariri com índios da etnia kaxinawá, que são usuários da ayahuasca desde tempos imemoriais.
A droga é Veja
Clique aqui e leia o que a deputada disse ontem em defesa da ayahuasca durante discurso na tribuna da Câmara.
Veja vai reincidir no mesmo padrão de 2000? Não aprendeu com o tempo? O Observatório da Imprensa acolheu versão do jornalista Flamínio Araripe após a publicação da reportagem caluniosa da revista naquele ano. Leia "Abuso, preconceito e inverdades".
7 comentários:
Altino, todos nós lembramos do texto assinado por Ricardo Galhardo na Veja alguns anos atrás, "Barato Legal", e no qual o autor sustenta que o governo "faz vista grossa" para permitir que uma droga seja utilizada sob o título de religião.
Quando a Terra publicou notícia sobre a visita do sr. Ministro ao Alto Santo, houve centenas de respostas de leitores. Alguns defenderam a decisão, parabenizando o Ministro, mas uma boa parte foi direto pra baixaria, tentando, digamos assim, tirar a seriedade do assunto.
Para mim está bastante claro que querem vender revistas e veêm mercado para esse tipo de sensacionalismo. Mas imagino que haja outros motivos, também. Quais seriam?
Cheers,
Mateus
Essa turma tudo com roupa da moda é indio?... nao parece, nao questiono o lado regilioso... mas o cha do ayahuasca, nao é alucinogeno?... se estiver errado me perdoes os usuarios, mas foi sempre oque eu ouvir dizer
Quem quizer saber na real o que é a ayauasca,tem que esperimentar,nao subjulgar enquanto nao sabe o valor dessa bebida sagrada!
nós acreanos e brasileiros porsupuesto,acreditamos,cremos em algo maior que essa existencia...e digo eu,se falar,reconhecer é pouco...bebam,experimentem e depois,podem prozear e desfrutar de tudo que ha vivido!
Mariah Almeida
Gandhi conseguiu a liberdade da Índia sem siparar um tiro seuqer e qual foi sua maior arma - boicote aos produtos Ingleses. A gente está vendo há tempos a Revista Veja dizer coisas que vão na contramão da realizade - fazer sensacionalismo barato para vender revistas. Boicote Neles. é só não comprar a revista para mostrar o poder que temos nas mãos.
O chá é sagrado. tem história. tem passado. tem motivo para existir. é mais antigo que a sociedade ocidental. Para falar tem que conhecer, experimentar. quero ver um jornalista da Veja ter coragem de beber o chá e encarar a verdade de frente. Se para escrever bobagem tem coragem, que utilizem-na para vir e ver o que é o chá.
coragem irmãos.....
As pessoas são livres para dizer o que querem e acreditam, mas isso não significa que seja a verdade, mesmo que esteja numa revista de circulação nacional, isto não respalda o veículo. O importante é considerar e examinar o que está sendo dito. Convém considerar, como já foi feito, que a União do Vegetal possui respaldo legal para seu funcionamento: lhe foi conferido o título de Utilidade Pública pelo Governo Federal. Sendo assim consideremos que vivemos em uma sociedade que há muito vem sendo manipulada por interesses escusos, cabe ao cidadão avaliar o que é verdade e não acreditar em tudo que é dito.
É realmente um assunto sério, mas me preocupa pois meus filhos correm o risco de num futuro desejarem experimentar tal mistura. Isso porque minha esposa, após alguns problemas emocionais, foi induzida por sua mãe, praticante da religião UDV. Isso me fez buscar mais informações sobre o assunto e boa parte das minhas pesquisas em literaturas indicam que realmente se trata de droga por ser alucinogénea e que realmente está respaldada na constituição por se tratar de religião.
É realmente um assunto sério, mas me preocupa pois meus filhos correm o risco de num futuro desejarem experimentar tal mistura. Isso porque minha esposa, após alguns problemas emocionais, foi induzida por sua mãe, praticante da religião UDV. Isso me fez buscar mais informações sobre o assunto e boa parte das minhas pesquisas em literaturas indicam que realmente se trata de droga por ser alucinogénea e que realmente está respaldada na constituição por se tratar de religião.
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