sábado, 16 de fevereiro de 2008

MARINA SILVA AOS 50 ANOS


Sei não ser a firme voz
Que clama em meio ao deserto
Mas me disponho estar perto
Para expandir o seu eco

Sei não possuir a coragem
De amar meus inimigos
Mas me disponho a deles
Não vingar-me
Não impingir-lhes castigo

Sei não possuir a força
De morrer por meus amigos
Mas me disponho guardá-los
No mais recôndito abrigo

Sei nem sempre ser aceito
O fruto de minha ação
Mas me disponho expô-lo
Ao crivo de outra razão

Voz, coragem, força e aceitação
Tem fonte no mesmo Espírito
Origem no mesmo verbo
Lugar aonde me inspiro
E a semelhança preservo
Na aceitação de meu próximo
No Logos que em mim carrego


Poema que Marina Silva escreveu e leu hoje, em Rio Branco, durante a homenagem que recebeu da direção do PT no Acre pela passagem de seus 50 anos de vida.

Um comentário:

Saudades do Acre disse...

Marina, não és autora, és musa do destino e do tempo, que te compõe poema, estrofe a estrofe, destilando pacientemente toda a poesia de tua vida.