sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

ESTRANHO E MEDROSO SOU EU

Luiz Calixto


Em que pese nossas profundas divergências políticas, posto que sou um deputado de oposição ao governo do PT, tenho profundo respeito pelo deputado Edvaldo Magalhães (PC do B), presidente da Assembléia Legislativa do Acre. É um parlamentar firme e idealista.

Durante a festa de confraternização de final de ano dos funcionários da Assembléia Legislativa nos encontramos e conversamos por alguns instantes, quando fui informado por ele sobre a viagem de barco, de Cruzeiro do Sul até Manaus. Não esperei sequer ser convidado e já disse a ele que também iria.

Nossos propósitos e expectativas em relação à essa expedição eram os mesmos: nascemos no Acre (ele em Cruzeiro do Sul e eu em Tarauacá), andamos pelo Acre, e precisamos, como representantes eleitos democraticamente, conhecer as potencialidades econômicas da nossa terra.


É preciso conhecer a realidade para propor alternativas capazes de gerar as oportunidades de exploração para geração de renda. Começamos a viagem a partir de Cruzeiro do Sul no dia 3 de janeiro. Tudo foi registrado e divulgado. Nada foi feito às escondidas. A transparência foi total.

Nossas paradas nas cidades de Eirunepé, Carauari, Coari e Manacapuru serviram, sobretudo, para que os blogueiros Edvaldo Magalhães, Roberto Brana e Altino Machado postassem fotos e relatos da viagem. Quem acessou aos blogs sabe disso.

Durante a viagem, eu e Edvaldo conversamos acerca dos desdobramentos que deveríamos fazer na Assembléia com o objetivo de vermos implementados, através de políticas de governo, a exploração econômica do roteiro que navegamos.

A viagem terminou no sábado, dia 12, e no dia seguinte retornei para Rio Branco. Logo no inicio da semana, o professor Ednei Muniz postou no blog dele uma foto da embarcação já anteriormente divulgada pelos nossos blogueiros e, sem ouvir ninguém, sem esperar a divulgação dos resultados da expedição, elevou a embarcação à categoria de iate. E só. Pura maldade e jornalismo rasteiro.

Sabe ele que uma viagem de quase 5 mil quilômetros, regados a muito pium nos rios considerados maiores do Brasil (Juruá ) e do mundo (Solimões), tem que ser feita com um mínimo de conforto e muita segurança. Todos os barcos que navegam na região são assim ou melhores.

Ato continuo, o presidente da OAB, Florindo Poersh, que também é advogado da TV 5, sabe-se lá como, conseguiu a fita bruta das filmagens e a repassou para a TV Globo, que selecionou as partes que quis e partiu para tentar desmoralizar o sentido da expedição, cuja partida fora divulgada por ela no jornal do dia 2 de janeiro.

Faço aqui algumas perguntas a Florindo Poersh e ao senhor Ednei Muniz:

- Se fosse a intenção de fazer algo subterrâneo teríamos permitido que a viagem também fosse composta por cinegrafista e fotografo?

- Qual o pecado cometido em cantar parabéns para o deputado Juarez Leitão? Todos os dias, em alguma repartição pública, se prestam homenagens a alguém que está aniversariando. Incivilizado é não fazer isso.

- Qual o erro de quem, em 5 mil quilômetros de rios, resolveu dar um mergulho? Queriam o que? Que pulassem de paletó e gravata? Estranho sou eu que, por medo, não fiz isso.

Mas isso não vai me amedrontar. Continuarei insistindo no propósito da viagem e trabalharei para a implementação de políticas públicas para a exploração econômica do roteiro percorrido.

Se houver desgaste, o suportarei. Quem acompanha minha trajetória política sabe que não arredarei um milímetro sequer das minhas convicções. Não sou oposicionista de momento.

Quanto aos questionamentos feitos pela OAB-AC, tenho certeza que a Mesa Diretora os responderá com a maior transparência e rapidez. Nada fizemos de ilegal.

E espero que a OAB continue cumprindo o seu papel e que essa atitude não seja apenas o reflexo de uma questão pessoal que o presidente da OAB tem contra o deputado Edvaldo Magalhães.

O deputado estadual Luiz Calixto (PDT) é o opositor mais radical ao governo petista do Acre.

6 comentários:

Cruzeirense disse...

Sr. Deputado,

O tempo de enganar os eleitores já passou. Agora a gente sabe do que se passa.

A viajem dentro dos limites do território acreano não passou de 10 ou 15% do total do passeio, talvez nem isso.

Vem me dizer que agora os nobres deputados acreanos vão também "orar" pelos ribeirinhos do estado do Amazonas?

Poupe-me!!! Devolva o dinheiro, peça desculpas e arrependa-se, que talvez ganhe mais.

Unknown disse...

Passei os olhos nos jornais, ontem e hoje, e conclui que, para usar uma expressão bem conhecida, “tem muita gente querendo faturar” com este evento. Há gente desinformada e o mais grave é que alguns querem faturar de uma forma condenável.

Um bom exemplo disso está na solicitação de pedido de explicações pela Ordem dos Advogados. Espera-se da ação dos advogados a distribuição da Justiça, logo, do representante dessa categoria profissional deve se esperar atitudes pensadas, tranqüilas, nunca atitudes que possam tumultuar o quadro das formulações de opinião e das decisões.
Entretanto, as declarações emitidas pelo advogado, diante das câmeras de tv, de forma explícita ou sub-repticiamente, deixam clara a pressuposição de irregularidades.

Certamente, cabe a OAB, assim, como a qualquer cidadão o direito de obter informações sobre o que está por trás dessa viagem, seja em termos da organização, seja em termos de suas finalidades. Por que, então, pode-se criticar a atitude ou ações do presidente da OAB? Por uma questão muito simples. A OAB está agindo de forma açodada, na medida em que se antecipa, encurta o tempo da realização das ações da Mesa Diretora da Assembléia quanto a viagem e, por outro lado, antecipa-se ao tempo dado pelas normas correspondentes, ao administrador deputado Edivaldo Magalhães, para prestar contas dos seus atos como presidente da assembléia. Para justificar o açodamento, a ordem deverá alegar “perigo de ilícito iminente”, ou seja, terá de entrar num perigoso quadro de pré-julgamento sem ter visto as provas disso.

Cabe, a qualquer um de nós, cidadãos, aguardar o relatório final da Mesa Diretora sobre a viagem e a finalização de todo o programa previsto e do qual a viagem é apenas uma parte. Segundo repetidas declarações do deputado Magalhães a viagem constitui um evento preparativo de outras medidas, entre as quais, a audiência pública. Salvo melhor juízo, da viagem resultarão documentos que instruirão os passos seguintes da programação. Sequer sabemos dos resultados da viagem, dado que não foi publicado qualquer documento a respeito. Seria sensato imaginar que a preparação da redação final de tal documento ainda leve algum tempo. A audiência pública, segundo informações prestadas pelo deputado Magalhães, será realizada após a reabertura dos trabalhos legislativos.

O que não se pode, por outro lado, é ficar tentado desqualificar a tal viagem, como faz a grande imprensa (FSP e rede Globo) pela definição do tipo de barco usado, algo, absolutamente, bobo. Afinal, para legitimar sua viagem deveria o deputado recorrer a uma frota de ubás, tocada a varejão? (aqui, estou chutando um pouco, porque não sei se existem ubás no Juruá. Os índios que habitaram o Alto Rio Acre fizeram chegar até nós essas embarcações - o Altino poderá ajudar quanto a isso).

Resumindo, o bom senso recomenda que não se faça pré-julgamento de ninguém. Decisões justas pressupõem fartura de provas inequívocas.

Jalul disse...

Uma vez Mário Lima, Mário Lima até morrer!
Meu querido, alguma dúvida paira sobre quem entregou a fita bruta? Algum morto de fome ou alguém ávido pelo poder? Ou ambos?
Não tenho obtido respostas suas aos pedidos de contato. Alguma rejeição?
Repito o endereço:
leilajalul@gmail.com
Beijão.

andreia disse...

È colega a coisa ta preta pro lado de vc, essa espediçao mas pareceu de consolo pro polvo, para que eles pense, que nao foram esquecidos, mas me diz uma coisa deputado, sera que nao foi isso mesmo, nao dava pra deixar esse pequeno CRUZEIRO para o fin do ano?. a me disculpa a eleiçao ja è esse ano agora em outubro certo ? agora eu entendo porque que nao oderia ser adiada para o fim do ano...

Angela Ursa disse...

Altino, pelo que tenho lido, o que está sendo questionado em relação a essa expedição é o fato de ter sido financiada pela Assembléia Legislativa, com um gasto em torno de R$ 40 mil. Abraços

Saudades do Acre disse...

Altino, essa(e) andreia não deve ser tão ortograficamente ignorante quanto deseja aparentar, pois exagerou "suspechosamente" da dose.
Mas...deixa isso prá lá. O importante é que passou o recado e foi entendido.