domingo, 30 de setembro de 2007

DOTÔ ORLEIR CAMELI


Do Cartunista Braga.

DOUTOR HONORIS CAUSA EM FALCATRUAS


A educação brasileira perdeu mesmo a vergonha. Uma universidade particular, em Cruzeiro do Sul, no extremo-oeste do país, concedeu o título de "doutor honoris causa" ao ex-governador do Acre, Orleir Cameli.

Quando de passagem pelo Palácio Rio Branco, Cameli mereceu do jornal O Globo, no topo da primeira página, o seguinte título: "Um campeão de falcatruas na cadeira de governador".

O empresário acreano é famoso, ainda, pela coleção de CPFs. Não sendo muito caro, vale a pena gastar alguma mixaria com um título desse?

Quem quiser poder ler a babação do assessor dele, colunista do Página 20, jornal que criticava a conduta do então governador. Clique aqui.

ESSA É A LEILA

Leila Jalul diz que sou pai ingrato porque não comentei até agora "Suindara", livro de autoria dela, no qual me atribui a paternidade. "Essa Suindara é mesmo filha da puta", reage Leila quando alego que sou suspeito. Mas vejam o que Glória Perez escreveu no blog "De tudo um pouco":

A Leila é uma escritora acreana da pesada e acaba de lançar seu livro de crônicas. Li de um fôlego só, revivendo através das suas lembranças o Acre que nós vivemos e já não existe mais. Os tipos humanos, as crendices, os costumes, tudo tão particular e ao mesmo tempo tão universal.

Deixo a palavra com ela:

“Essas croniquetas são, nada mais, nada menos que imagens vivas do batente. Narram passagens particulares por mim experimentadas e passagens de outros entes que nem souberam que passaram. Ninguém lhes observou o andar, o desamor, o berço ou a falta dele. Não poemaram, e lhes faltou garganta e força para desatarem o nó de suas forcas. Não houve tempo nem oportunidade de galgarem postos. Eram como folhas soltas na tempestade e varridas da moderna memória de muitos que se pensam vivos.”

Essa é a Leila!

sábado, 29 de setembro de 2007

LUCIANO MARTINS COSTA


Para ajudar o leitor a entender o que está por trás da notícia, o jornalista e escritor Luciano Martins Costa, articulista do Observatório da Imprensa, acorda às 5 horas da manhã e começa a fazer o programa OI no Rádio, produzido pela Cultura AM de São Paulo.
O autor de "O Mal-estar na Globalização", ensaio premiado pela União Brasileira de Escritores como o melhor do ano passado, agora prepara novo livro sobre as possibilidades da sustentabilidade no sistema econômico mundial.

L
uciano, que se dedica a pensar sobre temas ambientais e sociais, lamenta que essas questões ainda estejam isoladas dentro dos jornais e sejam apresentadas em telejornais à parte do ambiente social, político e econômico.

- A maior parte do jornalismo econômico considera o herói do ambiente de negócios aquele empresário que consegue obter grandes lucros. Já é tempo de a imprensa priorizar o homem de negócios cujo resultado é sustentável, que tanto ele obtém o seu lucro quanto protege e preserva o meio-ambiente, assim como contribui para a melhoria social. Infelizmente ainda estamos muito longe disso - afirma.


Segundo o jornalista, a imprensa não faz a crítica do capitalismo porque é muito conservadora e tem medo de colocar sob discussão aquilo que é o fundamento ideológico da própria imprensa. Sobre a relação da imprensa brasileira com o governo Lula, Luciano Martins Costa diz que em 30 anos de jornalismo nunca viu um presidente ser tão massacrado.


Há dois anos, o massacre era tanto que escreveu um artigo anunciando que o governo Lula tinha acabado. Ele imaginou na ocasião que não havia como Lula resistir à pressão enorme que a imprensa exerce sobre determindas pessoas. Luciano afirma que a "oposição sistemática decorre do preconceito de Lula não ter nascido dentro dos quadros que a mídia considera os quadros de onde deve surgir o poder".

- O que faz as pessoas gostarem ou não gostarem de governo não é a opinião expressada na imprensa. É a percepção direta de bem-estar que faz a pessoa julgar se uma política pública é boa ou ruim
.

BINHO PROMETE APOIO

José Carlos dos Reis Meirelles

O deputado Moises Diniz estava aqui em Feijó e me convidou para um almoço da comitiva do Governador, que passaria na cidade, vindo de Rio Branco para vistoriar a estrada. Durante o almoço teve uma apresentação do cronograma das obras da estrada, das pontes etc, e a perspectiva da conclusão do asfaltamento Rio Branco-Cruzeiro do Sul em 2010.

Estava presente o asessor de Assuntos Indígenas, Francisco Pianta. O governador Binho Marques nos garantiu apoio a um sobrevôo e a realização de uma reunião com as lideranças indígenas e das comunidades brancas do entorno das terras dos índios isolados, para que possamos tentar compreender o que está acontecendo nas fronteiras e traçarmos uma estratégia para esta nova realidade.

Deveremos propor algumas ações para que não se instale uma situação de conflito aberto entre índios contatados, isolados e brancos nas cabeceiras dos rios.

Dessa reunião poderá sair indicadores para que os políticos do Acre pressionem o governo federal, para que, junto com o governo peruano, tente frear a exploração irracional de mogno no Peru, com conseguencias diretas em nossa território, isso sem mencionar as invasões que já ocorreram em nosso território por madeireiros daquele país.

Senti que o nosso governador está realmente preocupado com a situação e muito mais Francisco Pianta, pois em sua terra é que a pressão madeireira é maior. Vou tentar, apesar de não ter muita prática, organizar esta reunião para poder apresentar planos e custos a quem nos possa ajudar a realizá-la.

José Carlos dos Reis Meirelles é sertanista na Frente de Proteção Etno-Ambiental do Rio Envira, na fronteira do Brasil com o Peru.

JORGE VIANA PASSA BEM


O ex-governador do Acre, Jorge Viana, já saiu da sala de cirurgia do Hospital São Luiz, em São Paulo, onde foi submetido hoje para a extração de um cisto no nervo auditivo do ouvido esquerdo.

O médico e senador Tião Viana, que acompanhou as cinco horas de cirurgia, disse que Jorge Viana foi atendido pela dupla de médicos Marcos Queiroz Teles Gomes e Artur Castilho.

A cirurgia aconteceu exatamente dentro do que foi planejado. O cisto foi extraído no momento certo, de acordo com o que foi recomendado pela equipe médica.

Jorge Viana deve permanecer em completa observação de sábado para domingo e, se tudo correr bem, deverá ser liberado do hospital na próxima quarta-feira.

O médico e senador Tião Viana demonstrou completo otimismo com o resultado.

- Graças a Deus, aconteceu tudo na mais perfeita normalidade e agradeço a atenção e a solidariedade de todos - disse o senador.

ROUBO NA CASA TXAI

Elson Martins

Encontrei o antropólogo Terri Aquino na redação do Pagina 20 em situação de desespero. É que alguém furtou seu computador pessoal, que se encontrava instalado na Casa Txai. O estabelecimento, que é de responsabilidade do governo e tem vigia, foi arrombado.

Txai Terri Aquino estava escrevendo uma nota aos leitores do Papo de Índio, na qual explica que não vai escrever a coluna deste domingo porque nem consegue pensar, de tão desolado que se encontra.

Não é para menos: no computador, que passou quase três anos pagando, está toda sua memória arquivada. São textos assinados por ele, e-mails, teses e correspondência de amigos, enfim, um rico acervo de muitos anos de pesquisa e lutas junto aos índios do Acre e outras regiões da Amazônia.

Terri Aquino estava mesmo chorando, como um garoto (fez 61 anos domingo passado) assustado e desamparado. Pediu-me que telefonasse ao secretário de Segurança Pública, Antônio Monteiro, para pedir que ajude a recuperar o computador com seu arquivo digital.

Mas aí quem ficou também aflito fui eu, porque, sinceramente, não sei se o Monteiro atenderia a um telefonema meu. Achei melhor fazer o apelo através do teu blog. Vamos ajudar nosso Txai a sair dessa situação? Até pedindo ao larápio para que tenha dó do amigo e não delete o que se encontra arquivado no computador.

JORGE VIANA NA SALA DE CIRURGIA



São Paulo, 28 de setembro de 2007


Amigas e amigos do Acre,

Vocês sempre me doaram intenso carinho, respeito, confiança. Sou agradecido a Deus pela amizade de todos, que procuro corresponder com sinceridade e transparência, tratando com clareza todo assunto que deva ser público.

Há três semanas comecei a ter problemas no ouvido, sentindo muito desconforto no ouvido esquerdo. Poucos dias depois, pedi ajuda ao Tião e ele me fez procurar um médico especialista.

Como tal melhora não ocorreu, fui submetido a exames que confirmaram a presença de um pequeno cisto junto são ouvido nervo do ouvido, na parte interna da cabeça. Então os médicos entenderam que a realização de uma cirurgia é o melhor para que eu fique definitivamente curado.

Nas próximas horas estarei sendo internado em São Paulo, para que assim seja feito.

Nos próximos quinze dias, se Deus quiser, estarei de volta apara retomar nossa convivência e a dedicação ao nosso amado Acre.

Obrigado por tudo

Do amigo Jorge Viana

O ex-governador Jorge Viana ainda está na sala de cirurgia do hospital São Luiz, no Itaim. A cirurgia começou às 11 horas. O médico e senador Tião Viana, vice-presidente do Senado, acompanha o irmão.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

AO MESTRE, COM CARINHO

Estudante que adora levar pau e professor pegador. Quem nunca viu essa história? Um clip imperdível da música "Ao mestre, com carinho", do grupo Os Seminovos. Desenhos de Maurício Ricardo. Dica muito boa do Décio Melo da Costa.

CRISTÓVÃO TEZZA


Uma pena não poder encontrar o escritor Cristóvão Tezza, 55, hoje em Rio Branco, como convidado da próxima edição do “Sempre Um Papo”, no debate e lançamento do livro “O Filho Eterno”.

Como o ex-relojoeiro mantém uma relação próxima com o Acre (é irmão de um amigo, o ex-deputado e advogado João Tezza), nos primeiros dias de setembro havíamos combinado entrevista para o blog quando da passagem dele por Rio Branco.

Cristóvão Tezza sempre destaca como fato marcante de sua carreira de romancista e professor ter vivido no Acre durante o ano de 1977. Na ocasião, recém-casado, prestou vestibular para letras na Universidade Federal do Acre.

Fechara uma loja para vir trabalhar em Rio Branco com João Tezza num escritório de advocacia e dar aulas em cursinho. Após um ano no curso de letras, conseguiu transferência para o Paraná. Entre o Paraná e o Acre esteve um ano na Europa. Costuma dizer que os livros dele têm muito da "substância rebelde dos anos 70".

Segundo o jornalista Geneton Moraes Neto, o romancista "acaba de cometer uma façanha e criar um problema para a literatura brasileira".

- A façanha: recém-lançado, "O Filho Eterno" já desponta como favoritíssimo ao título de melhor do ano. O problema : "O Filho Eterno" foi publicado pela Editora Record na categoria de "romance brasileiro", mas é um texto escancaradamente autobiográfico - observa o jornalista.

Em "O Filho Eterno", Tezza expõe as dificuldades, inúmeras, e as saborosas pequenas vitórias de criar um filho com síndrome de Down. Aproveita as questões que aparecem pelo caminho nestes 26 anos de seu filho Felipe para reordenar sua própria vida: a experimentação da vida em comunidade quando adolescente, a vida como ilegal na Alemanha para ganhar dinheiro, as dificuldades de escritor com trinta e poucos anos e alguns livros na gaveta, a pretensa estabilidade com o cargo de professor em universidade pública.

Não perca a oportunidade de ir ao encontro do escritor, ccuja obra até aqui tem sido muito prestigiada pela crítica. Cristóvão Tezza estará nesta sexta-feira, às 19h30, no Auditório do Colégio Acreano. A entrada é gratuita. Leia mais aqui.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

MÁQUINA DE CHUVA DA AMAZÔNIA

Thomas E. Lovejoy e Gomercindo Rodrigues

“A única opção sensata é passar de uma política de redução do desmatamento para uma de suspensão completa”

Pode parecer que isótopos de oxigênio e a luta dos seringueiros no Acre tenham pouco em comum. Mas ambos fazem parte do futuro da Amazônia e de uma parte significativa da agroindústria e da geração de energia hidrelétrica no Brasil. Juntas, exigem um avanço importante na política para a Amazônia.

À época que Chico Mendes lutava para assegurar o futuro dos seringueiros e da floresta, um dos mais respeitados cientistas brasileiros, Eneas Salati, analisava proporções de isótopos de oxigênio na precipitação pluviométrica amazônica do Atlântico ao Peru. Sua conclusão foi irrefutável: a Amazônia produz a parte maior de sua própria chuva. A implicação óbvia foi que o excesso de desmatamento poderia degradar o ciclo hidrológico.

Hoje, imagens obtidas por sensoriamento remoto mostram que o ciclo hidrológico não apenas é essencial para a manutenção da grande floresta mas também garante uma parcela significativa da chuva que cai ao sul da Amazônia, em Mato Grosso, em São Paulo e até mesmo no norte da Argentina. Quando a umidade do ciclo, que se desloca em direção ocidental, atinge o paredão dos Andes, uma parte importante dela é desviada para o sul.

Boa parte da cana-de-açúcar, soja e outras safras agroindustriais nessas regiões depende da máquina de chuva da Amazônia. O mesmo acontece com parte importante da geração de energia hidrelétrica no Brasil. A economia brasileira não pode se dar ao luxo de perder a contribuição importante da máquina de chuva amazônica.

A grande pergunta científica e política é: quanto desflorestamento prejudicará a máquina de chuva? Não há uma resposta simples a essa pergunta complexa. Novas pesquisas do Inpe sugerem que o ponto decisivo será o de um desmatamento de mais ou menos 40%. Com o índice atual de desflorestamento em cerca de 20%, isso pode parecer estar ainda distante.

Não obstante, o bom senso indica que o momento de agir é agora. A máquina de chuva é sujeita a outros fatores que independem do desflorestamento: o tipo de seca provocada pelo El Niño em 1997 e aquela causada por mudanças na circulação do Atlântico em 2005. Em conseqüência disso, o ponto decisivo é muito mais próximo de 20% que de 40%. Não faz sentido descobrir esse ponto desencadeando a degradação da máquina de chuva.

O Brasil merece ser parabenizado pela recente redução no índice de desmatamento (50% em relação a dois anos antes), mas isso apenas adia o momento em que a máquina de chuva será enfraquecida. A única opção sensata é passar de uma política de redução do desmatamento para uma de suspensão completa.

Essa política deve ser suplementada com um trabalho agressivo de reflorestamento. Isso não significa que a floresta seja intocável, mas sim, como nos mostraram Chico Mendes e os seringueiros, que os usos da floresta devem ser compatíveis com a manutenção dela e dos serviços que ela presta, incluindo a máquina de chuva. Isso pode ser conseguido por meio de recursos adicionais do esforço global para controlar a emissão de gases causadores do efeito estufa.

Aproximadamente um quinto do aumento anual das concentrações atmosféricas de gases causadores do efeito estufa vem do carbono liberado com o desmatamento. Isso faz do Brasil um dos seis maiores emissores mundiais de gases.

Assim, é do interesse do Brasil e do resto do mundo fornecer recursos financeiros para o "desmatamento evitado". Tais esforços não devem reduzir o imperativo da criação de uma nova matriz energética para a sociedade; as mudanças climáticas são tão urgentes que precisamos enfrentar tanto a energia quanto o desmatamento simultaneamente.

O momento para levar essa agenda adiante é agora, na Assembléia Geral da ONU, na reunião de Bali sobre a convenção climática e em outros encontros. Será mais conveniente deixar os detalhes a serem resolvidos a cargo das nações envolvidas. O princípio, porém, é claro: os países que têm grandes florestas devem ser recompensados pelo serviço que prestam ao ecossistema global ao manter o carbono nas florestas e fora da atmosfera. O benefício adicionado ao Brasil é a manutenção da máquina de chuva.

Para que isso funcione, a parte maior da compensação deve ser repassada às regiões recobertas de floresta e, especialmente, às comunidades em cujas mãos está o futuro das florestas. Foi essa a lição fundamental que nos ensinaram Chico Mendes e os seringueiros. Os povos tradicionais, a máquina de chuva da Amazônia e a economia brasileira compartilham um interesse grande no futuro da grande floresta.

Thomas E. Lovejoy , doutor em biologia pela Universidade Yale (EUA), é presidente do Centro Heinz de Ciências, Economia e Meio Ambiente. Trabalha com ciência e política na Amazônia há 42 anos. Gomercindo Rodrigues, advogado, trabalhou como agrônomo com Chico Mendes e os seringueiros do Acre no final dos anos 1980. Ganhou a medalha Chico Mendes de Resistência do Tortura Nunca Mais e é autor do livro "Caminhando na Floresta". Tradução de Clara Allain. (Folha de São Paulo, 25/9)

BRASIL


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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A GENTE DE CRUZEIRO DO SUL

Arquilau de Castro Melo


Prezado Altino,

Na próxima sexta-feira, a partir das 19 horas, estaremos realizando, no Memorial dos Autonomistas do Acre, um evento para comemorarmos os 103 anos da cidade de Cruzeiro do Sul. O dia 28 de setembro é uma data especial para os cruzeirenses, que jamais esquecem a sua cidade.

Foi pensando nisso que resolvemos juntar o talento de vários filhos de Cruzeiro do Sul, que residem em Rio Branco, para relembrarmos a nossa terra, nesse dia tão importante.


O evento será marcado pelo lançamento da 2ª edição do livro "Trabalhadores da Floresta do Alto Juruá: cultura e cidadania na Amazônia", em que seu autor, o cruzeirense Enock da Silva Pessoa, retrata os impactos sociais, culturais e econômicos dos movimentos migratórios para o Acre, especialmente para o Juruá, no primeiro ciclo da borracha e traz à memória centenas de trabalhadores que viveram, lutaram e morreram por nossa terra.

A marujada que alegrava os carnavais será relembrada pelo grupo Marujos da Alegria, formado por migrantes cruzeirenses que residem no bairro Calafate, responsável, também, pela apresentação do reisado ou bumba-meu-boi, que nos alegrava por ocasião das festas juninas. Já o bailado folclórico das pastorinhas, sempre aguardado por ocasião das festas natalinas, será apresentada pela família Cruz. Quem não se lembra do pioneiro Joaquim Lopes da Cruz, o seu Quincas?

Afora a apresentação dos grupos folclóricos, esta I Mostra Artística e Cultural de Cruzeirenses celebrará a sua cidade com declamações de poesias que marcaram época e com músicas que remetem à nossa cidade. O momento é oportuno, também, para conhecermos o acervo do fotógrafo Elias Tavares, que retrata as imagens de Cruzeiro do Sul até a década de 60.

Viva o Acre! Viva Cruzeiro do Sul!

O ex-repórter Arquilau de Castro Melo é desembargador do Tribunal de Justiça do Acre. Cruzeirenses... Pense numa gente bairrista. Conheço quem se declara cruzeirense e não acreano. Não sou tão radical. A gente ama Cruzeiro do Sul, mas gosta mesmo é de morar na capital. Quem quiser conhecer a marujada clique aqui.

O ANGELIM



Cartunista Francisco Braga ficou amuado com a intimidade da repórter do Página 20, Andréa Zílio, para com o prefeito Raimundo Angelim ao noticiar sobre o apoio financeiro dele ao prêmio de jornalismo José Chalub Leite:

- O prefeito esteve reunido com o presidente do Sinjac, Marcos Vicentti, a vice, Jane Vasconcelos e o secretário, Stalin Melo. Entre os assuntos pautas (sic) da reunião: a importância do prêmio, o jornalismo acreano e até mesmo a vontade que o (sic) Angelim tinha em ser jornalista antes da formação em economia.

Isso me fez lembrar do esculacho que a repórter Charlene Carvalho levou durante uma coletiva ao arrancar um cigarro da boca do então governador Orleir Cameli com o argumento de que o médico havia recomendado que ele parasse de fumar.

- É na intimidade que se imprensa - diz o Braga.

Leia mais aqui.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

ELES EXISTEM

Embora precárias, as fotos abaixo servem para dissipar eventuais dúvidas quanto à existência de índios isolados na fronteira Brasil-Peru.


Na terça-feira passada, funcionários peruanos da Intendência de Áreas Naturais Protegidas do Instituto Nacional de Recursos Naturais sobrevoaram o rio de Las Piedras.

Avistaram a um grupo de cinco tapiris construídos recentemente com folhas de palmeiras na margem esquerda do rio. Avistaram, ainda, a um grupo de 21 indígenas, entre mulheres, crianças e jovens, que saíram para ver o avião, mas logo se dispersaram. Havia outros cinco acampamentos abandonados nas duas margens do rio. Devido à estiagem, os índios isolados acampam nas praias, onde se alimentam de ovos de tartarugas.

Os índios isolados se deslocam entre as cabeceiras das bacias dos rios Sepahua, Inuya, Mapuya e Juruá, a norte; no médio curso dos rios Manu, Los Amigos, Las Piedras e Tahuamanu, ao sul; a oeste, chegam às cabeceiras dos rios Dorado, Serjali, Camisea, Timpia e Ticumpinia; e, a oeste, atravessam a fronteira Peru-Brasil. Para eles não existem limites políticos nem nacionalidades.



CAXIUNA


Muito bom o blog do fotojornalista Juvenal Pereira. Inclui posts sobre a recente viagem dele ao Acre. O açougue da foto é em Cobija, a capital do departamento de Pando, na Bolívia.

- No final da tarde fomos para Cobija, cidade boliviana na fronteira com o Brasil, que tem uma espécie de Zona Franca. A maioria dos produtos é de baixa qualidade. Mas vi bolivianas vestidas a caráter e um mercado onde a higiene não era a palavra de ordem. Por uma lei do país é proibido andar de moto com capacete. Alegam que é para diminuir a criminalidade. À noite voltamos para Rio Branco - relata Juvenal Pereira.

Clique aqui para acessar o blog.

PT FAZ DEFESA DE TIÃO VIANA

Em nome da verdade

Os mandatos parlamentares no Brasil ou em qualquer outra democracia do Planeta são, antes de tudo, de natureza política, e, para serem conquistados através do voto do eleitor, precisam do aval prévio dos partidos políticos.

Portanto, quanto maior a afinidade do mandato com o partido ao qual ele pertence, maior a prova de fidelidade e sintonia com os princípios programáticos e ideológicos que norteiam a ação da agremiação.

O senador Tião Viana, que honra o PT do Acre e do Brasil na vice-presidência do Senado da República, cumpre com destacada competência, disciplina e zelo todas as tarefas partidárias que lhe foram confiadas desde o primeiro dia de seu mandato no Senado Federal. No passado, como líder da bancada de oposição; no governo Lula, como líder da bancada e como equilibrado interlocutor junto a todas as bancadas, no momento em que o País mais precisa de pessoas de equilíbrio entre os que tomam decisões que dizem respeito a todos.

O que a revista Veja fez na edição desta semana, colocando o senador Tião Viana como vítima de chantagem e tentando diminuir a qualidade de seu mandato por ter em seu quadro de assessores uma pessoa encarregada pela interlocução direta com a direção nacional do Partido dos Trabalhadores, é algo que afronta o princípio da fidelidade partidária que a sociedade exige e pelo qual lutamos com firmeza.

Considerando a natureza eminentemente política do mandato parlamentar e a importância de uma sintonia fina entre o mandato e o partido ao qual ele pertence, não aceitamos que haja afronta à ética no fato do senador Tião Viana ter em seus quadros uma pessoa que presta seus serviços junto à direção partidária, que tem a responsabilidade de produzir os subsídios necessários à ação de sua bancada parlamentar.

Além do mais, há deliberação unânime da casa reafirmando a autonomia dos parlamentares quanto à indicação de seus assessores, que podem atuar tanto em Brasília quanto em seus estados de origem.

Isso posto, não resta outra posição ao Partido dos Trabalhadores do Acre senão a de hipotecar o mais irrestrito apoio e solidariedade ao companheiro senador Tião Viana, tanto pela disciplina partidária quanto pela competência que marcam sua atuação parlamentar nas mais importantes tarefas que lhe foram confiadas até aqui.

Rio Branco (AC), 25 de setembro de 2007

Partido dos Trabalhadores
Diretório Regional do Acre

BATISMO DE FOGO


Convite da antropóloga Artionka Capiberibe:

"Caros amigos,


Gostaria de convidá-los para o lançamento do meu livro "Batismo de Fogo: os Palikur e o Cristianismo [Annablume Editora, 276 páginas, R$ 40,00], que será nesta sexta-feira na Livraria da Vila, junto com uma apresentação da cantora e compositora Marlui Miranda.

Um abraço"

De Aparecida Vilaça sobre o livro:

"Batismo de Fogo deve ser saudado como uma das raras monografias antropológicas – e certamente uma das primeiras realizadas na Amazônia indígena – que decide encarar de frente o tema cristianização de um grupo nativo, e sobretudo por fazê-lo com acuidade etnográfica e perspicácia analítica. O privilégio do ponto de vista indígena não exclui de modo algum a perspectiva missionária, e é a partir desse diálogo que o livro nos permite compreender que os Palikur viram no pentecostalismo potencialidades diversas e complexas, desde a sua adequação como ferramenta na constituição de uma nova identidade no cenário regional majoritariamente católico, até a possibilidade de extensão a toda e qualquer pessoa da capacidade xamânica de contato direto com o mundo espiritual, por meio do batismo com o Espírito Santo."

Dia 28 de setembro (sexta-feira), na Livraria da Vila dos Jardins, Al. Lorena, 1.731, São Paulo (SP), Fone (11) 3062.1063 - Das 19 às 20 horas, show de Marlui Miranda (auditório) e das 20 às 22 horas lançamento do livro. Saiba mais nos sites da revista Com Ciência e da Annablume Editora.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

PRINCÍPIO DA IMORALIDADE

Leila Jalul

Há um princípio geral de direito estabelecendo a inexistência de crime, senão em virtude de lei. Há outro, na mesma linha de raciocínio, asseverando que, o que não está defeso em lei, está por ela permitido. O que vou expor não é nenhuma novidade para o mundo jurídico, muito menos para qualquer cidadão comum que possua, além da bunda amassada pelos bancos escolares, um mínimo de bom senso. Nem tudo que é legal é justo ou deixa de ser imoral, quando praticado à revelia da decência. Vai por aí o meu raciocínio.

O senador Renan Calheiros pode ter muito mais gente nas mãos dele do que se possa imaginar, inclusive fora do parlamento. Começou seu jogo baixo para se manter na cadeira, tenha feito acordos ou não, disparando contra qualquer um que pense atravessar seu caminho. Ainda no tempo da discussão de seus “desmandos”, atirou na direção de Jefferson Peres, fez todo tipo de ameaças veladas e não tanto. Agora atirou, segundo noticia a imprensa, na direção do senador Tião Viana. Atirou e acertou, não só nele, mas em todos os que consideram Tião Viana, inclusive nos que perdoam alguns de seus possíveis deslizes políticos, e pelos saltos que tem que dar, pelo fato de ser petista e ter que aparar arestas e florestas de contradições do governo Lula.

Como era de se esperar, Tião abre a boca e diz que, o fato alegado por Renan, objetivando incriminá-lo é, pasmem, regimentalmente permitido pelo Senado Federal. Ou seja, explicando melhor, cada senador tem direito de contratar um (ou vários?) assessores que não necessariamente trabalhem e/ou batam o ponto em seus gabinetes, mas que estejam à disposição das sedes dos partidos. Segundo entendi, e se bem entendi, esses assessores serviriam de ponte entre as ações do senado e as partidárias. Parece sensato, não? Mas não é, e explico:

1. Os partidos recebem um trocado graúdo, diretamente dos cofres públicos, para fazerem face às despesas que garantam a sua existência. Alguns partidos, apesar de nem existirem, numericamente falando, recebem esta fatia, ainda que de forma proporcional;

2. Os militantes contribuem sob a forma de dízimo. Não posso afirmar se todos, mas, com relação ao PT, afirmo. Isso até parece justo, porquanto chegou a sua vez, mas a justiça pensa em acabar com este mimo, em nome da moralização;

3. No mundo informatizado e com a tecnologia dos celulares, onde a comunicação entre tudo e entre todos ocorre em tempo recorde, não se admite mais a existência de meninos de recado, ou de office-boys ou office-girls da política, apenas para aliviar a folha de pagamento do partido tal ou qual, já subvencionado pelo Estado.

Se for permitida a mesma prática no Senado e na Câmara, vale fazer uma conta de chegar, por baixo e arredondada: 450 deputados mais 80 senadores, contratando apenas um ajudante, perfaz um total de 530 parlamentares. Considerando 530 parlamentares pagando (?) um salário base de R$ 4 mil aos assessores lotados nos comitês, já se tem mensalmente a insignificante quantia de R$ 212 mil que, ao longo de um ano, incluindo o décimo terceiro salário, atingiria a menosprezível cifra de R$ 2, 7 milhões. Uma merdinha de nada, não? Mais merdinha se se pensar no relevante trabalho, ó xente!

Tal cifra poderá chegar no estratosférico do imaginário dos pobres se, ao invés de um o parlamentar estiver liberado para contratar dois, três, quatro, cinco, ou seis. Aí é só uma questão de aritmética. Lugar da conta de multiplicar, sem prova dos nove, sem nada. A ver, sempre utilizando a mesma base de cálculo, anualmente: 2 assessores = R$ 5, 5 mil, 3 assessores (R$ 8,2 mil), 4 assessores (R$ 11 mil), 5 assessores (R$ 13,7 mil), 6 assessores (R$ 16,5 mil).

Essa trabalheira poderá ser toda jogada na lixeira caso nem todos paguem o que dizem pagar, nem todos recebam o que gostariam de receber, não é Geraldinho Mesquita?

Essa trabalheira poderia ser toda jogada na privada, não fosse o ressentimento do povo, quando descobrir que não existe um partido só seu, aquele pelo qual, debaixo de sol ou chuva, arregaça as calças, assiste palestras, empunha bandeiras e arrebanha votos para sua legenda imaginária. Seu partido é qualquer um dos que cometem a mesma prática, independentemente do matiz das ideologias.

Entre Gabeira e Severino, entre Tião e Inocêncio, Ideli e Roberto Jefferson, a diferença se esvai nas garras do desconhecimento dos imbecis eleitores? Tomara que eu esteja errada e as minhas contas também. Ficarei feliz. Muito feliz.

VELHO TXAI

Elson Martins


Altino:

O txai Terri Aquino festejou ontem 61 anos de vida com um almoço em ambiente fraterno e indígena, em sua residência em Rio Branco. Na mesma data completou um ano Nixi Waka, o filho mais jovem do antropólogo com a jovem Liuda Yawanawá, da aldeia Nova Esperança, no Rio Gregório.

Nem precisa dizer que o cardápio foi peixe moqueado com farinha e macaxeira, preparado pelos amigos e amigas yawanawá. Aproveitando o verão e a abertura ao tráfego da estrada Rio Branco - Cruzeiro do Sul, mais de 50 membros da tribo vieram a Rio Branco passear. Desceram o rio em canoas e pegaram carona de carro na BR-364.

Até o pajé Tatá Yawanawá (na foto experimentando um "cigarro de carteira”) prestigiou a festa. Mas está ansioso para voltar para a aldeia e revelou preocupação com os jovens que passam muito tempo nas cidades.

- Podem virar o sabido-burro que corre o tempo todo atrás do dinheiro - disse Tatá.

domingo, 23 de setembro de 2007

ESTADÃO REINVENTA A REALIDADE

Repórter Agnaldo Brito assina hoje, no caderno Economia & Negócios, do Estadão, reportagem que induz o leitor a imaginar que ainda estamos no ciclo da borracha e que toda a população do Acre está envolvida na produção de látex.

Logo no título, o jornal afirma: "Seringais reinventam o ciclo da borracha". E abre a reportagem com uma suposta boa-nova: "Os seringueiros do Acre descobriram uma nova forma de ampliar os ganhos com a produção de látex, matéria-prima da borracha. Trata-se do 'couro vegetal', tecido de algodão banhado com látex até se tornar emborrachado".

Ora, pois. Não existe novidade e nem os seringueiros descobriam nada. Há 150 anos, eles aprenderam com os índios a fabricar artesanalmente o encauchado, emborrachado ou couro vegetal. Além disso, o que aconteceu foi que o produto passou a ser comercializado precariamente em mercados alternativos há mais ou menos uns 15 anos.

Embora o IBGE todos os anos nos indique que sofremos com as consequências do êxodo rural-urbano, Raimundo Mendes de Barros, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais do Acre e primo de Chico Mendes, afirma na reportagem que "tem seringueiro voltando à floresta para produzir borracha".

A bazófia de Barros não se sustenta caso alguém o desafie a identificar quem está indo da cidade para a floresta. O que os "seringueiros" fazem hoje, sobretudo na Reserva Extrativista Chico Mendes, em Xapuri, é derrubar e tocar fogo na floresta para expandir a pastagem de gado existente na área.

Quem sobrevive realmente da produção de lâminas de couro vegetal são mais ou menos 50 famílias de Boca do Acre, município que a reportagem esquece de informar como pertencente ao Amazonas. O jornal diz que a fábrica de preservativos do Acre vai impulsionar o setor da borracha e menciona até a existência de subsídio como incentivo para repovoar os seringais. Continuo sem acreditar em Matinta Pereira. E você?

O site AC 24 Horas reproduz a reportagem do Estadão. Clique aqui.

COEUR BONGO

Vídeo com a acreana Silvana Maria Escócio Drummond Viana de Faria Ditcham, quando ela, em 1980, então cantora e atriz, gravou o disco "Coeur Bongo" e participou de vários programas de televisão e radio francesas.

SONO COBRADOR


Num ônibus na avenida Ibirapuera, às 13h40: quem disse que São Paulo não dorme?


Por-do-sol no Morumbi, às 17h37

sábado, 22 de setembro de 2007

TAMBAQUI DO RIO JURUÁ


Com a palavra, o Válber Lima:

- Altino, olha o tamanho desse tambaqui de rio, pescado no Juruá. É um macho de 30 kg. Ontem, uma fêmea maior, que estava ovada, foi vendida por R$ 350,00. Segundo os pescadores, graças a proibição da pesca no defeso, este ano se pegou mais tambaquis que nos últimos cinco anos. E ainda tem muito peixe grande. Isso é tanto verdade que já estamos no fim do verão, mas ainda tem peixe desse tamanho sendo pescado. Enquanto em Rio Branco os peixes morrem "misteriosamente", aqui em Cruzeiro do Sul ainda se pode ver que a natureza é generosa e fértil, se não for agredida. Já nas cidades grandes pode-se constatar que a natureza também pode ser bem vingativa e cruel com quem não lhe respeita. Um abraço.

Clique sobre a foto para visualizá-la ampliada.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

VITAMINA DE FRUTAS EM SAMPA

Jonas Amado Araújo

Caro Altino,

Atualmente moro em Natal (RN) e trabalho em São Paulo. Venho para cá na terça e volto na sexta, toda semana. Tenho uma história que presenciei hoje, aqui em São Paulo.

Como você sabe, aqui o tempo corre a passos largos e algumas vezes, para dominar o tempo, em vez de almoçar normalmente, comemos um sanduíche numa padaria aqui na Faria Lima. Hoje foi um desses dias.

Estava eu lá, sentado, esperando meu sanduíche ficar pronto, quando chegou um senhor bem vestido. Parecia um executivo e pediu uma espécie de vitamina de frutas. Prontamente o atendente preparou tudo e bateu a vitamina num liquidificador.

Terminado, o atendente encheu o copo do homem e restou quase outro copo de vitamina no liquidificador. O atendente pegou o vaso que continha a sobra e se dirigiu para a pia. Seguiu-se o seguinte diálogo:


- O que você vai fazer com esse restante que sobrou?

- Vou jogar na pia.

- Mas vocês sempre fazem isso?

- Sim, somos instruídos a fazer isso.

- Põe aqui no meu copo então.

- Não posso, somos proibidos.

- Mas você vai jogar no lixo?

- Tenho que jogar. É assim que temos que fazer.

- Tudo bem.

Uma outra pessoa que assistia a cena do meu lado disse:

- Põe no copo dele. Eu pago como se fosse um todo.

- Não posso. O senhor quer que eu faça outra?

- Não. Só não quero que essa aí seja jogada no lixo enquanto uma pessoa está te pedindo. Isso é um desperdício. É uma comida.

- Não é culpa minha, senhor.

- Tudo bem.

Detalhe: O senhor que corretamente iniciou a peleja pelo resto de vitamina saiu em seguida no carro dele. Era uma Mercedez SLK 500. O fato me fez lembrar da capa de uma revista brasileira que dizia mais ou menos que "a parte boa do Brasil é formada pela classe média alta".

Será que algum dia sairemos da merda?

O acreano Jonas Amado Araújo é diretor de projetos da empresa espanhola Ipsa.

AMPAC CONTESTA BLOG

Celso Jerônimo de Souza

Senhor Jornalista Altino Machado,


Tendo em vista a notícia publicada no seu blog no último dia 19, com o título “ENCONTRO DAS ÁGUAS”, em que se reporta à atividade da Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Meio Ambiente, a Associação do Ministério Público do Estado do Acre vem expressar a Vossa Senhoria que não comunga com as afirmações relativas ao trabalho desenvolvido pela citada Promotoria, a qual tem à frente, a ilustre Associada, Promotora de Justiça, Dra. Meri Cristina Amaral Gonçalves.

Ao contrário do que foi afirmado na matéria, é de se ressaltar que a Dra. Meri Cristina tem desenvolvido excepcional trabalho nessa área, em prol da sociedade acreana e brasileira, não medindo esforços, muitas vezes até sacrificando o próprio convívio familiar, para amenizar os problemas sociais referentes às questões ambientais, citando como exemplo a sua atuação extrajudicial buscando a revitalização do Igarapé São Francisco, nesta Capital.

Não se pode olvidar, também, que o trabalho da digna Promotora é feito com abnegação, muitas vezes sem a contrapartida do Estado e da Municipalidade, inclusive, sem o necessário suporte técnico (perícias, laudos, etc.) para o desenvolvimento de suas atividades funcionais.

Quanto à imputada prevaricação, no que concerne ao trabalho desenvolvido pela nobre Associada, afirmo, com absoluta convicção, que não há. Pelo contrário, como já dito acima, ela é exemplo de profissional em termos de dedicação e compromisso com o meio ambiente, cujos atributos são públicos, notórios e transcende às fronteiras deste Estado.

Assim, confiante no grau de ética, responsabilidade e imparcialidade que devem nortear a atuação jornalística, venho manifestar a esperança de que fatos como esses não se repitam, por não ser expressão da verdade e, pior que isso, fazer injustiça ao trabalho desenvolvido pela ilustre e competente Associada.

Sem outro particular, colho o honroso ensejo para reafirmar a Vossa Senhoria votos de consideração e respeito.

Celso Jerônimo de Souza é presidente da Associação do Ministério Público do Acre

O TEMPO NÃO PÁRA

Cazuza e Arnaldo Brandão



Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou o cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara

Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha no palheiro

Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A CARA DO BRASIL


Do acreano Walmir Lopes, que mora em Olinda (PE):

- Este besouro tem a cara do Brasil, pelo menos nas cores. Esta jóia entrou voando no meu carro sem pedir licença, e com o impacto veio a falecer. Saudações.

NYT LIBERA CONTEÚDO ONLINE

Diferente do jornal A Gazeta, do Acre, o site do jornal norte-americano The New York Times praticamente aboliu as indicações "Ts" em cor laranja, que indicam conteúdo exclusivo a assinantes. Desde a terça-feira, a maior parte das matérias está liberada gratuitamente a todos os internautas.

Palavras do vice-presidente sênior e gerente-geral do NYTimes.com, Vivian Schiller:

- Os leitores estão cada vez mais encontrando notícias por meio de buscas, redes sociais, blogs e outras fontes. Frente a essa mudança, acreditamos que oferecer acesso irrestrito às reportagens e análises do New York Times atende melhor ao interesse dos nossos leitores, à nossa marca e à vitalidade do nosso jornalismo a longo prazo. Acreditamos que a abertura de todo o nosso conteúdo e de milhões e milhões de novos documentos, associada ao fenomenal crescimento (de visitas), criará uma fonte de receita que excederá em muito a receita de assinaturas.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

ENCONTRO DAS ÁGUAS

A água poluída e fétida que desce pelo canal do belo Parque da Maternidade, em Rio Branco, encontra as águas do combalido Rio Acre, a 557 metros em linha reta do Palácio Rio Branco, a sede do governo da floresta.

A água fétida e poluída que sai de casas, hospitais e indústrias, inclusive curtumes, é toda lançada dentro do Rio Acre, o que explica em parte a morte de milhares de peixes nesta semana, em Belo Jardim, a 45 minutos de barco do centro da capital. A imagem acima foi captada pelo fotojornalista Marcos Vicentti, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre.

É uma imagem negativa para o Acre, a terra de Chico Mendes, Marina Silva e tantos outros santos milagreiros da política. É uma imagem que depõe contra o governo da florestania, cuja meta é tornar o Acre nos próximos três anos o melhor lugar da Amazônia para se viver e futura sede de Copa do Mundo.

Usa-se na região, sem qualquer controle, agrotóxicos como Tordon e Radap (veja aqui) contra pragas em pastagens. Tanino e cal também são usados abusivamente pelos curtumes. É provável que a causa da mortandade de peixes no Rio Acre tenha sido o rompimento de alguma lagoa de contenção de rejeitos químicos dos frigoríficos na BR-364. Com certeza continuarão impunes.

O Ministério Público do Acre se mostra incapaz de exercer o papel constitucional de agir em defesa do meio ambiente e da sociedade. Como, às vezes, funciona no tranco, a Promotoria Especializada de Defesa do Meio Ambiente agora ameaça responsabilizar o governo estadual e a prefeitura de Rio Branco pelos crimes ambientais que têm resultado na lenta agonia do Rio Acre. O MP prevarica todos os dias e também deveria ser responsabilizado criminalmente por não fazer do velho Acre uma causa.

Clique sobre a imagem para visualizá-la ampliada.

JARDIM DA FANTASIA


Paulinho Pedra Azul canta Jardim da Fantasia durante show no Cariri (CE).

DEU HOJE

Na coluna Bom Dia, do jornal A Tribuna:

"O Estado do Acre foi notícia oficial e jornalística na revista Ecológico que o Jornal do Brasil publica como encarte especial de sua edição domingueira. Foram duas páginas de publicidade estatal, pregando a preservação, e mais duas páginas de notícias sobre o Fórum de Desenvolvimento Sustentável, com direito a foto de Jorge Viana, entre outros".

No Informe JB:

"O PT não perde tempo. Convencido de que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, denunciará o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, por suposta participação no esquema de arrecadação de verbas montado em 1998 para a campanha à reeleição do então governador de Minas Gerais, senador Eduardo Azeredo (PSDB), o partido já trabalha nos bastidores para tentar retomar o controle da articulação política com o Congresso.

O cargo é considerado estratégico pelo fato de o titular da pasta ter a palavra final sobre a liberação das emendas parlamentares e nomeações de políticos para primeiro e segundo escalões e até estatais.

Na segunda-feira, a coluna conversou, em separado, com dois petistas influentes na bancada. Um deputado e um senador. Ambos revelaram sem titubear: um dos nomes que acalentam os sonhos do PT para assumir a Coordenação Política é o do ex-governador do Acre Jorge Viana, alçado recentemente à presidência do conselho de administração da Helibras, a maior fabricante de helicópteros da América Latina.

Sobre essa possibilidade, vejam o que falou ontem o indigitado, em entrevista exclusiva ao Informe JB, e tirem suas conclusões.

Alguma chance de rever os planos para um retorno à política neste momento ?

- Assumi dia 5 a presidência do conselho de administração da Helibras. A política faz parte da minha vida, mas agora estou em outra.

E se houvesse um convite do governo ?
- O governo já tem gente demais. E tem muita gente brigando para entrar no governo. Não é o meu caso. Estou fora do circuito.

Nem se o partido pedisse ?

- Não está posta a hipótese. No PT, temos que trabalhar para resolver a questão da direção do partido. No governo, embora ainda haja muito interino, o ministério já está praticamente formado. Estou tocando a minha vida. Não preciso de cargo para ajudar o PT e o governo. Posso ajudá-los mesmo sem cargo. E é isso que venho fazendo.


Mas o presidente já avaliou a hipótese de levá-lo para a articulação política em outras ocasiões. Um pedido do presidente não poderia mudar seus planos ?

- Não existe esse desejo. Se há alguém fazendo isso, eu não sei. Sempre meu nome surge quando falam nesse cargo. Não sei por que gostam tanto de mim. Mas não existe essa possibilidade. Nem de longe.


O seu nome surgiu porque o Walfrido pode estar em apuros se for denunciado pelo chefe do MP.

- Esse cargo diz respeito à figura do próprio presidente Lula. É um cargo de articulação política. Tenho perfil executivo. Gosto do Executivo. Não trabalho com essa hipótese. Vou ajudando sem ter cargo. Política só lá na frente".

AUDIÊNCIA PÚBLICA EM CAPIXABA


Valeu a pena a campanha solitária deste blog (veja aqui), em julho, contra o fato de a usina Álcool Verde, do Grupo Farias, sócio do governo da floresta no empreendimento, se instalar no Acre para a produção de etanol, sem se submeter a processo de licenciamento ambiental. O blog exigiu a entrada da Promotoria Especializada de Defesa do Meio Ambiente e o caso chamou a atenção da imprensa brasileira e internacional.

Agora, o Instituto do Meio Ambiente do Acre e o Grupo Farias estão a convidar a sociedade para a audiência pública de apresentação dos estudos de impacto ambiental referentes à produção de álcool. Será realizada no sábado, às 9 horas, na quadra de esportes, ao lado da sede da prefeitura de Capixaba.

Boa oportunidade para o pessoal que ganha a vida como ambientalista da florestania fazer alguma coisa. Nossos ambientalistas, que fazem apenas "críticas a favor", têm agora uma ótima oportunidade ao menos para se informar.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

AGÊNCIA LUZ


Passei na Agência Luz, no Largo São Bento, para visita aos fotojornalistas Luiz Prado, Luludi, Marcos Fernandes e Milton Mansilha. Os quatro são procedentes da grande imprensa, autores de inúmeras coberturas nacionais e internacionais. Estava de passagem pela agência, o iluminado Juvenal Pereira, outro bamba do fotojornalismo, que em breve terá um blog. Ele esteve recentemente no Acre e no Amazonas a serviço da organização WWF. Na foto, tirada pelo Mansilha com minha xeretinha, Luiz Prado, Juvenal Pereira e eu. Balada agendada para o fim de semana.

ÉPICO

Caetano Veloso


ê, saudade

Todo mundo protestando contra a poluição
Até as revistas de Walt Disney
Contra a poluição

ê, Hermeto

Smetak, Smetak & Musak & Smetak
& Musak & Smetak & Musak
& Razão

ê, cidade

Sinto calor, sinto frio
Nordestino no Brasil?
Vivo entre São Paulo e Rio
Porque não posso chorar

ê, começo

Destino eu faço não peço
Tenho direito ao avesso
Botei todos os fracassos
Nas paradas de sucessos

ê, João

Do disco "Araçá Azul" (1972).

domingo, 16 de setembro de 2007

TIÃO VIANA INTERNADO EM SÃO PAULO

Do jornalista Aníbal Diniz, suplente do senador Tião Viana, a respeito da nota na qual Cláudio Humberto disse que o senador teria sido xingado por uma mulher, aos gritos, durante vôo para Rio Branco, quinta-feira:

- Altino, a nota do jornalista Cláudio Humberto, enviada ao seu blog como comentário por um anônimo, é estapafúrdia. Para começar: o senador Tião Viana sequer veio ao Acre durante a semana passada. Ele foi direto para São Paulo, onde se submeteu a uma cirurgia com o objetivo de melhorar a respiração e fica em recuperação até a segunda-feira. Como disse da outra vez, Cláudio Humberto está muito mal de informantes no Acre.

Perguntar não ofende: A cirurgia é aquela para evitar ronco durante o sono ou Tião Viana foi fazer check-up antes de assumir a presidência do Senado?

sábado, 15 de setembro de 2007

BINHO MARQUES FALA AO G1

Acre quer virar opção ao Canal do Panamá


O governador Binho Marques é o entrevistado do site G1, a quem declarou que o Acre quer virar opção ao Canal do Panamá com a rodovia Transoceânica, que liga as cidades de Assis Brasil e Ilo, no Peru.

Binho Marques é professor e tem 44 anos. Na administração passada, foi secretário de Educação e vice-governador. Ele comanda o terceiro governo consecutivo do PT no estado, caso único no país.

Clique aqui para ler a entrevista completa ao repórter Fausto Carneiro.

MOSTRA DE FILME ETNOGRÁFICO


A II Mostra Amazônica do Filme Etnográfico acontecerá em Manaus entre os dias 26 e 31 de outubro. A mostra pretende ser um espaço de difusão e discussão do filme documentário e etnográfico realizado sobre a Amazônia. Seus objetivos envolvem a divulgação de filmes realizados na Amazônia, a reflexão acerca da representação da região no cinema documentário e etnográfico e a promoção do diálogo entre produtores e pesquisadores.

Os interessados em participar da Mostra Competitiva, que integra os eventos da II Mostra Amazônica do Filme Etnográfico, devem fazer a inscrição até o dia 30 de setembro. Os filmes devem refletir situações da etnografia pan-amazônica, produzidos desde 2004, em qualquer formato e tempo de duração, e podem ter sido exibidos ou não em outras mostras competitivas.

Mais informações aqui.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

SÃO PAULO


Esqueci de avisá-los: estou em São Paulo desde a quarta-feira. No apartamento, em Moema, um bem-te-vi vem cantar no nono andar. O canto dele concorre com o estrondo das turbinas dos aviões que decolam do aeroporto de Congonhas. Estou equalizado para ouvir apenas o bem-te-vi.

LEILÃO POLÍTICO

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

SESSÃO SECRETA

Tradição da ditadura militar destituiu Chico Mendes da presidência da Câmara Municipal de Xapuri

Mary Allegretti

Na pesquisa que realizei para minha tese de doutorado consegui copiar todas as atas das sessões da Câmara dos Vereadores de Xapuri no período em que Chico Mendes foi vereador, menos uma: a da "sessão secreta" que decidiu pela cassação do seu mandato se ele não renunciasse à presidência da casa pelo fato de ter realizado uma grande reunião de seringueiros no plenário da casa.

As atas registraram os fatos:

No dia 17 de setembro de 1979 Chico Mendes, vereador pelo MDB e presidente da Câmara dos Vereadores de Xapuri, organizou, no plenário da Câmara, uma reunião de seringueiros ligados ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais para discutir os problemas que estavam enfrentando em relação aos conflitos fundiários.

No dia 23 de novembro, o vereador João Simão dos Santos, Vice-Líder do MDB, apresentou ao Presidente da Comissão de Justiça, uma denúncia formal contra o Presidente da Câmara Municipal de Xapuri, sob a alegação de que a reunião realizada com os seringueiros no plenário da Câmara contrariava os estatutos e convocou, em seguida, os membros da Comissão para uma reunião na qual deveriam resolver os devidos processos. A posição foi endossada pela maioria dos demais vereadores, que acrescentaram críticas à atuação do STR de Xapuri.

Na última sessão ordinária do ano, realizada em 30 de novembro, Chico Mendes já havia renunciado ao cargo de Presidente da Câmara dos Vereadores de Xapuri. A sessão esteve sob a presidência em exercício do vereador Amadeu Dantas e foi secretariada em exercício pelo vereador Eurico Gomes Fonseca Filho. Foi registrada a entrega, para a Mesa Diretora, de um envelope lacrado com documentos e uma fita de uma SESSÃO SECRETA realizada dia 29/11/79 na Casa do Povo, que foi verificada pelo Presidente da Comissão de Justiça na qual teria sido decidida a cassação de Chico Mendes. Para não perder o mandato, ele renunciou da presidência.

Texto retirado da minha tese de doutorado "A Construção Social de Políticas Ambientais – Chico Mendes e o Movimento dos Seringueiros" a partir da pesquisa feita nas Atas da Câmara dos Vereadores de Xapuri no período durante o qual Chico Mendes foi vereador, de 1977 a 1982.

Mary Allegreti é autora da tese "A Construção Social de Políticas Ambientais – Chico Mendes e o Movimento dos Seringueiros", a partir da pesquisa feita nas Atas da Câmara dos Vereadores de Xapuri no período durante o qual Chico Mendes foi vereador, de 1977 a 1982. Leia o Blog da Mary.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A NOVA CORJA

Deputados federais do Acre em destaque no blog A Nova Corja:

"O estado do Acre só se tornou conhecido depois que Diogo Mainardi, em um programa Manhattan Connection, comentou a frase de Evo Morales que disse que a Bolívia havia cedido o Acre ao Braziu em troca de um cavalo. Mainardi afirmou que aceitaria o cavalo de volta.

A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), uma das mais produtivas do estado pediu aos funcionários de seu gabinete que recolhessem assinaturas de acreanos dispostos a processar Mainardi, representante máximo da mídia má, feia e bobona. O resultado foi a abertura de mais de oitenta processos individuais contra o colunista num tribunal do Acre.

Pois bem, escolhemos cinco dos oito deputados mais eficiente$ do estado para provar que essa piada do cavalo é uma afronta de Mainardi ao pulitizadu povo acreano e aos seus honrados pulíticu$".

Clique aqui para saber mais sobre os políticos acreanos.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

RIO ACRE VIVO


O fotógrafo Marcos Vicentti, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre, envia a imagem de um pedido anônimo de socorro em defesa do combalido Acre, o rio que banha os municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Xapuri e Rio Branco. No sábado, o geógrafo Claudemir Mesquista já havia deixado outra placa com o seguinte alerta: "Nosso santuário é um ser que padece". A iminente morte do rio não pauta as políticas públicas na terra onde os ambientalistas falam em florestania. Clique sobre a imagem.

TRIBUNA SURRUPIA FOTO


Jornal A Tribuna costuma ser tão crítico com este blog, mas não perde o hábito de surrupiar textos e fotos daqui para publicá-los sem citar a fonte. Foi o que fez na edição de hoje com a foto dos invasores do Bairro Bahia Velha, estampada na primeira página.

- Pedi para que dessem o crédito, mas o diagramador esqueceu - disse como sempre o Ely Assem, dono do jornal, ao ouvir minha reclamação.

Aliás, os quatro diários de Rio Branco passaram quatro dias sem circular durante o feriadão. Os leitores nem sentiram falta.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

PAULA


É a chefe do posto indígena do Rio Jordão, acima da aldeia dos kaxinawá, na fronteira do Brasil com o Peru. Diferente do pai dela, o sertanista José Carlos dos Reis Meirelles, Paula jamais levou uma flechada dos índios isolados da região.

O posto avançado integra a Frente de Proteção Etno-Ambiental Envira (FPEE). Fica na Foz do Rio D'Ouro, dentro da Terra Indígena Alto Tarauacá, de 142.619 hectares, identificada pela Funai em 1996, fisicamente demarcada em 2002 e homologada por decreto do presidente da República em 2004.

A construção do posto ocorreu em abril de 2005, com vistas a evitar as caçadas comerciais ali realizadas por moradores da sede do município de Jordão e de seringais vizinhos e o risco de novos confrontos armados e mortes entre os "isolados" e esses caçadores.

Uma expedição de caçadores, em 2000, chefiada pelo então vereador Auton Dourado de Farias, sobrinho do então prefeito Turiano Farias, matou, no seringal Oriente, pelo menos um índio isolado, com requintes de crueldade, que incluíram castração e enterro em cova rasa.

O funcionamento do posto teve como primeiros desdobramentos o fornecimento, por meio de sobrevôo, de ferramentas (terçados e machados) aos índios isolados, de maneira a evitar novos saques às casas dos agricultores brancos ou a busca ativa de contato com a FPEE, bem como a interrupção das caçadas ilegais, por meio do estabelecimento dos primeiros acordos de convivência com os moradores dos seringais D'Ouro e Iracema, adjacentes à TI Alto Tarauacá.

Hoje o posto constitui um importante ponto de vigilância para aquela região de fronteira tendo em vista a intensificação das atividades de madeireiras peruanas, denunciadas por Meirelles e sentidas pelos kaxinawá que vivem nas aldeias mais às cabeceiras do Rio Jordão, numa terra indígena adjacente à TI Alto Tarauacá.

Do município de Tarauacá até o posto, a viagem de barco chega a demorar mais de uma semana. Mais oito fotos podem ser apreciadas no álbum do Orkut dela.



VOANDO BAIXO


Do Cartunista Braga.

PASSARIM


Nanquim e aquarela sobre papel 33 x 40 cm, do artista plástico Fernando França. Clique na imagem.

ESCREVA PARA OS SENADORES

Os senadores acreanos Geraldo Mesquita Júnior (PMDB), Sibá Machado (PT) e Tião Viana (PT) tendem a votar pela absolvição de Renan Calheiros (PMDB), o presidente do Senado acusado de quebra de decoro. Escreva para os senadores dizendo o que pensa do julgamento de Renan Calheiros. Diga aos três se acha que ele deve ser cassado ou absolvido. Exerça um direito que é seu - o de dizer o que pensa ao seu representante no Congresso. Se a previsão de Renan se confirmar, ele escapará de ser cassado durante o julgamento na quarta-feira.

Geraldo Mesquita Júnior (PMDB)
geraldo.mesquita@senador.gov.br


Siba Machado (PT)
siba@senador.gov.br


Tião Viana (PT)
tiao.viana@senador.gov.br

Clique aqui para ler mais no Blog do Noblat.

domingo, 9 de setembro de 2007

RECADO PRA FÁTIMA

Célia Pedrina

Prezada Fátima Almeida,

Estou querendo escrever para você desde aquele seu artigo “A carta de crédito do PT”, para concordar com alguns pontos e discordar de outros. Mas, ultimamente, tenho dormido muito mal por conta da invasão no Parque da Maternidade por baderneiros, porém ricos, com seus carros de som ligados no último volume com aquelas músicas tipo bate-estaca. Por isso, durante o dia, o que me resta ainda de raciocínio lógico e coragem para escrever sobre um texto seu, ficam ainda mais comprometidos, pois ando pela casa, sonada, tipo um zumbi.

Hoje fui dar uma olhada no Blog do Altino, para ver a matéria sobre a invasão lá no bairro Bahia Velha. Passei pelo bairro e também quero escrever as minhas impressões. Daí, vi a polêmica sobre a mudança de fuso horário e resolvi mandar este recadinho, para dizer que também sou contra a forma como tudo está sendo feito.

Em país e num estado que estão passando por sérios e difíceis problemas, com tomadas de decisões no mínimo polêmicas por parte da nossa governança, em todos os Três Poderes, realmente é uma brincadeira fazer política defendendo a mudança de fuso horário como algo vital. Puta merda!

Ouvi hoje uma piada, mais ou menos assim. A professora pedia a cada um de seus alunos, na faixa etária de 7 a 8 anos, que falassem sobre a profissão de seu pai. Quando chegou a vez do Zezinho (sempre o Zezinho), ele começou dizendo, com a maior tranqüilidade, que o pai era um homem de programa, que dançava em casas noturnas, onde ganhava uma boa grana.

Rapidamente a professora pediu aos demais alunos que se retirassem da sala, e, sozinha com o Zezinho lhe disse: “Meu filho, desculpe pela vergonha que fiz você passar, ter um pai, garoto de programa, deve ser muito difícil pra você falar sobre isso”. O garoto olhou bem para a mestra e retrucou: “Professora, eu menti, na verdade meu pai é senador, e disso eu tenho vergonha”.

Sem querer entrar no mérito da discussão sobre a importância da existência de políticos para a garantia do regime democrático, o que está em questão e vem sendo veiculado por toda a imprensa brasileira, é a postura que determinados políticos estão assumindo, ou já eram assim, o que compromete muito a imagem de um Congresso sério, digno e habitado por representantes que continuem merecedores de nosso voto.

Nesse sentido, a postura autoritária para quem, como você Fátima, que tão somente levantou a questão da necessidade de um debate, é no mínimo comprometedor, por parte de um político [o deputado estadual Moisés Diniz, líder do governo] que, mesmo sendo professor, também quer o direito de defender suas idéias. Daí, a apóia-las, sem qualquer consulta popular é outra história.

Célia Pedrina é fundadora do PT no Acre. O recado foi pinçado da caixa de comentários do post "Fuso horário em debate".

SOLAMENTE UNA VEZ

Plácido Domingo, José Carreras e Luciano Pavarotti

sábado, 8 de setembro de 2007

CHIC, PERDE

Leila Jalul

Para um 7 de Setembro quente, céu acinzentado de tanta fumaça, nem pensei em desfiles, significados de liberdade e independência, desfiles de Brasília e nas outras cidades brasileiras. A primeira notícia do dia foi a da morte de minha amiga Marlize Braga.

Fomos adolescentes juntas. Ela um pouco mais velha que eu. Sabíamos das nossas grandes paixões - Marlize tinha umas paixões daquelas que sangram. Era uma mulher muito bonita, cintura de pilão, como falávamos à época. Eu também já fui até engraçadinha. Mas envelhecemos, engordamos, e perdemos muito do nosso antigo charme. Eu perdi todo.

Muitos lembrarão da Marlize colunista social. E muito dirão. Então nem toco nesse assunto. Afinal das contas nunca soube quem é a “loura sinistra”, nem ela nunca me elegeu a “mais elegante”. Pelo contrário, me chamava de “traste” e vivia mandando eu me arrumar.

Falo da Marlize filha da Adma, da Pensão Sorriso lá em Sena Madureira, onde amigos como o Dressler e o José Centeles, exportadores de couro de animais silvestres (era legal), onde Expedito, Gerardo Farias, o Joel Araújo, o gerente do Basa e eu, evidentemente, nos reuníamos em torno da mesa de comida boa. As conversas rolavam até altas horas.

Marli e Mauro, irmãos mais velhos, já tinham seguido seus destinos. Restavam na casa grande de madeira, além da minha amiga, um monte de meninas de cabelos lisos, ainda pequenas, todas filhas da velha Adma. Marilene e mais umas gêmeas que agora não recordo mais. Acho que era tudo com nomes começando com "M".

Quero lembrar sempre da Marlize irônica, quando era necessário, brincalhona, quase sempre, e, acima de tudo, profissional respeitada e amiga dos que a amaram. Tive a felicidade de, embora não freqüentando mais sua casa, nem de nos vermos toda semana, conhecer uma pessoa espirituosa e boa, que não veio ao mundo à passeio.

Chic, perde!

Deus há de iluminar seu caminho.